Histórico criação da Diocese
Histórico da criação da Diocese de Cruz Alta
1. Período pré-Diocese
Antes da criação da Diocese de Cruz Alta, os únicos movimentos religiosos de vulto na cidade e região era a Festa do Divino, as Cavalhadas e a Romaria de Fátima. As regiões de Cruz Alta eram administradas pela Diocese de Santa Maria.
Cruz Alta possuía dois colégios católicos. O Cristo Redentor, que só recebia alunos do sexo masculino, porém acabou fechando as portas e foi adquirido pelo Estado do Rio Grande do Sul (atual Gabriel Miranda). E o Colégio Santíssima Trindade, que só recebia meninas, e segue até hoje com suas atividades ininterruptas, atendendo uma clientela mista.
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Colégio Santíssima Trindade
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Colégio Cristo Redentor
Havia também outros movimentos católicos, como a JEC – Juventude Estudantil Católica; a JUC – Juventude Universitária Católica; a JOC – Juventude Operária Católica; e a Associação do Professor Católico, surgida na Paróquia de Fátima. Todos esses movimentos foram extintos com o Golpe Militar de 64.
O movimento pró-bispado de Cruz Alta teve início em 1967. A primeira iniciativa ocorreu em uma reunião datada de 22 de setembro deste ano, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Cruz Alta, numa iniciativa do prefeito José Westphalen Corrêa, para que fosse reivindicado a criação da Diocese de Cruz Alta. Em seguida foi organizada uma comissão de religiosos e leigos e levou ao Bispo Diocesano de Santa Maria, Dom Luiz Vitor Sartori o anseio pela nova diocese.
Essa carta foi enviada ao Arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer e ao Núncio Apostólico, anunciando o desejo da comissão e solicitando o apoio dessas autoridades eclesiásticas. Por fim, Dom Luiz Sartori apontou várias observações ao prefeito de Cruz Alta e à Comissão, que logo corrigiram o direcionamento.
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Dom Walmor Battú Wickrowski
Haviam, com efeito, razões para a criação de uma nova diocese. Melhor atendimento, organização e animação dos cristãos da região; divisão da Diocese de Santa Maria para um atendimento mais próximo da população desta região, possibilitando formação de comunidades com a presença do Bispo; a longa distância da Paróquia com a Diocese; a falta de atendimento, por parte do Bispo, às Paróquias pela distância; oitenta por cento da população católica; e havia também o anseio de que esta região deveria ser no conjunto da Igreja do Rio Grande do Sul uma imagem nova, sendo um grupo de cristãos que por seu dinamismo, coragem e persistência, tornem o Evangelho presente de maneira mais brilhante e eficiente.
Em 4 de outubro de 67, o Bispo Diocesano solicitou, em carta ao vigário Episcopal de Ijuí, Dom Walmor Battú Wickrowski, que ali residia com seus familiares, que orientasse a comissão de Cruz Alta. Dom Walmor passou a corresponder-se com vários membros da comissão e autoridades cruz-altenses, apontando orientações tanto espirituais quanto materiais para uma nova diocese. Ocorreu em Ijuí, segundo o Pe. José Jungblut, uma reunião com a Comissão de Cruz Alta e a Comissão de Dom Walmor. Padres e leigos das duas cidades se fizeram presente, reunidos na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras dirigida pelos Freis capuchinhos. O encontro foi tumultuado, girando em torno da disputa da futura sede, não se avançando na discussão.
Desejoso de que a sede fosse instalada em Ijuí, Dom Walmor enviou às autoridades eclesiásticas uma projeção sobre o futuro de Ijuí, como polo de desenvolvimento. Em Cruz Alta também ocorreram intervenções por parte do prefeito José Westphalen, Hildebrando Westphalen, Prudêncio Rocha, Robério Lopes e Pe. Fortunato Inácio Dall’Agnol, Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que se dirigiram ao Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e ao Núncio Apostólico, convidando-os para prestigiar a grande Romaria e Festa de Fátima, em outubro de 1967.
Em 8 de dezembro de 1967, uma comissão provisória se dirigia por carta ao Arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer, pedindo o apoio do mesmo para a reivindicação de uma nova diocese. A carta tinha a assinatura de José Westphalen Corrêa, Hildebrando Westphalen, Prudêncio Rocha e Pe. Fortunato Dall Agnol. Os mesmos, com todas as autoridades de Cruz Alta dirigiram correspondências a Núncio Apostólico, expondo suas pretensões.
O movimento pró-diocese veio com mais força em Cruz Alta, surpreendendo o Bispo Dom Walmor, que acabou cedendo e, portanto, no final de 1967 o Vicariato de Ijuí já estava extinto devido a renúncia de Dom Walmor. O Bispo estava desgastando com tantos conflitos. Foi afastado de Santa Maria pela firme discordância com Dom Luiz Victor Sartori, e por isso decidiu vir morar em Ijuí, deslocado e sem função específica.
Tudo indicava que a proposta de Cruz Alta ganhara força por motivos políticos, pois o Prefeito Municipal reunira pessoas influentes na comunidade, bem como os padres que atuavam nas proximidades, criando uma consistente comissão pró-bispado. Em Ijuí, Dom Walmor também mobilizara um grupo para pleitear a sede da diocese. Ao perceber que o Bispo de Santa Maria estava inclinado a considerar a proposta de Cruz Alta, Dom Walmor integrou-se à comissão cruz-altense. A questão ainda estava em aberto, dependendo das autoridades da Província Eclesiástica do Rio Grande do Sul e da Avaliação da Nunciatura Apostólica.
O decreto que criava o Vicariato Episcopal de Cruz Alta, constituído pelos municípios que formariam a Diocese de Cruz Alta, foi expedido no primeiro dia de janeiro de 1969. O mesmo decreto erigiu em Matriz Episcopal a Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
O ano de 1967 é assinalado, portanto, como a primeira fase do trabalho das autoridades e das comissões que se mobilizaram para conquistar o apoio do episcopado gaúcho na criação da nova diocese.
Fonte:
Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973
Histórico da Diocese – 1969/1975
Jornal Diário Serrano, Caderno Especial 25 de janeiro de 1998
Albertoni, Claudino Antonio. A Diocese de Cruz Alta em fatos.
Espumoso: Gráfica Líder. 2005.
2. O Vicariato Episcopal de Cruz Alta
Em 1º de janeiro de 1969, o então Bispo de Santa Maria, Dom Luiz Vitor Sartori, criou o Vicariato Episcopal de Cruz Alta, nomeando Vigário Episcopal o Mons. Frederico Didonet. O Vicariato foi instalado no dia 2 de fevereiro de 1969, às 16h30min, quando foi empossado o Vigário Episcopal. Os municípios de abrangência do Vicariato na época eram Cruz Alta, Ijuí, Augusto Pestana, Ajuricaba, Ibirubá, Espumoso, Tupanciretã, Pejuçara, Panambi e Condor, que incluíam 19 paróquias.
![Mons. Frederico Didonet](https://diocesecruzalta.com.br/wp-content/uploads/2021/07/4-413x450.jpg)
Mons. Frederico Didonet
A instalação do Vicariato tinha como objetivo principal preparar a Diocese de Cruz Alta. Portanto, coube a Mons. Frederico Didonet, como textualmente determinava o Bispo:
“A tarefa de promover a conscientização do Clero e dos Fiéis, de acordo com a doutrina do Concílio Vaticano II, e fazer todo o possível para que suas ações pastorais e administrativas levassem a efeito a criação de uma nova diocese que abrangesse o Vicariato. Em tempo oportuno organizará uma comissão pró-bispado, constituída de elementos da cidade de Cruz Alta e das paróquias do Vicariato”.
Assim foi formado um Conselho Presbiteral do Vicariato, que contava com o Pe. José Jungblut e o Pe. Severino Zanatta, integrantes do Conselho Presbiteral da Diocese de Santa Maria.
Em 13 de junho de 67, os componentes das Diretorias da Matriz-Episcopal de Cruz Alta, Igreja de Nossa Senhora de Fátima, da Matriz do Divino Espírito Santo e do Monumento de N. Sra. De Fátima, assinam um “Termo de Compromisso” no qual declaram que uma vez aprovado o plano da criação de uma nova diocese com sede na cidade de Cruz Alta, assumem o compromisso de mobilizarem e reunirem os meios necessários para a construção ou aquisição da futura residência do Sr. Bispo e sede do Bispado.
Fonte:
Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973
Histórico da Diocese – 1969/1975
Albertoni, Claudino Antonio. A Diocese de Cruz Alta em fatos.
Espumoso: Gráfica Líder. 2005.
3. A criação da Diocese
No dia 8 de dezembro de 1967, reunido em Assembleia em Caxias do Sul, autoridades da região dirigiram um memorial ao Episcopado da Província, ressaltando o desejo da população para que fosse criada uma nova Diocese em Cruz Alta.
A 5 de maio de 1968, o Clero Secular e Regular da região apresentou ao Episcopado da Província um estudo para a criação de uma nova Diocese na região.
De 17 a 20 de junho de 1969, os Presbíteros do Vicariato reuniram-se em Ijuí, na Paróquia da Natividade, para realizar um curso temático que incluía o estudo sobre a nova Diocese que vinha sendo proposta. Os presbíteros reuniram-se várias vezes para estudar detalhadamente as implicações da criação de uma Diocese. O Mons. Didonet, Vigário Episcopal acompanhou os estudos e orientou, segundo suas funções.
Alguns padres ficaram desanimados diante de tantas discussões. Foi então que o Bispo de Santo Ângelo Dom Aloísyo Lorscheiter interviu, animando os presbíteros, orientando-os e mostrando os caminhos.
O Clero produziu um documento intitulado: Perspectivas para uma Pastoral Engajada, publicado em 1971, visto como muito avançado para a sua época, e que não foi unânime por ferir os sentimentos dos conservadores. Este documento pode ser lido na íntegra no tópico “Pesquisa por ano – 1969”.
No dia 30 de junho de 1969, Dom Luiz Vitor Sartori, Bispo de Santa Maria, levou o plano de criação de uma nova diocese, com sede em Cruz Alta, ao Episcopado do Regional Sul 3 – Província Eclesiástica do Rio Grande do Sul, que se encontrava reunido no Seminário maior de Viamão, e que foi aprovada por unanimidade.
Em 5 de julho de 1969, Mons.Didonet recebia correspondência anunciando que a ideia de criação da Diocese de Cruz Alta já estava aprovada, e contava com o apoio do Bispo de Passo Fundo, Dom Cláudio Kolling, sob a condição de que Cruz Alta não avançasse no restante do território da Diocese de Passo Fundo, visto Selbach e Tapera ser o celeiro único de vocações que fica para Passo Fundo. Erechim tiraria a nata de Passo Fundo e se Cruz Alta ainda quisesse avançar em Tapera e Selbach, poria em risco fechar a Diocese de Passo Fundo.
Outra novidade anunciada por Dom Aloísio Lorscheider, na mesma correspondência, é de que a Nunciatura solicitava um plano completo de revisão de divisas diocesanas de todo o Rio Grande do Sul, e não projetos isolados de ereção de dioceses. “Não sei se isto não virá atrapalhar algo de nossos planos. Eu estou com o projeto de Erechim completamente pronto e o levarei à Assembleia Geral da CNBB, quando espero encontrar-me com o novo Núncio Apostólico”, finalizou a carta o Bispo de Passo Fundo.
Em 7 de julho de 1969, Dom Luiz Victor Sartori, Bispo de Santa Maria, comunica Mons. Didonet que, tendo levado o assunto à consideração do episcopado do Regional Sul 3, da CNBB, reunido no Seminário de Viamão no dia 19 de junho, os Exmos. Senhores bispos, reunidos sob a presidência de Sua Eminência Cardeal Dom Vicente Scherer, por unanimidade aprovaram o plano da criação de uma nova diocese com sede na cidade de Cruz Alta.
Ficou assim atendido o requisito básico da Santa Sé para a criação de uma nova diocese e aberto o caminho para que sejam tomadas as demais providências exigidas para a consecução do desejado objetivo.
No entanto, o Bispo de Santa Maria e o Bispo de Passo Fundo não chegaram a um acordo na questão de limites geográficos. Logo depois foram feitas várias tratativas, mas o impasse seguiu.
Em 28 de agosto de 1969 o Conselho Presbiteral Diocesano de Santa Maria, reunido sob a presidência do Sr. Bispo Auxiliar, insistiu para que fosse proposto ao Episcopado a necessária revisão dos limites entre as dioceses de Santa Maria, Passo Fundo, Frederico Westphalen e possivelmente de Santo Ângelo, a fim de estudarem objetivamente o problema, que de outro modo não teria solução ou até mesmo retardaria indefinidamente o encaminhamento do processo de ereção da nova diocese à Nunciatura Apostólica.
O Conselho Presbiterial Diocesano, composto pelos Padres Euclides Redin (Ijuí), Juliano Noal, Antônio Soldera, Waldemar Egster (Chapada), Antônio Marcos Fábris (Alto Alegre) e Guido Paulo Ghesti (Salto do Jacuí), junto a todo o clero do Vicariato Episcopal de Cruz Alta, argumentava que, para isso, não se deveria esperar pela comissão a ser constituída, e que ninguém saberia quando isso iria acontecer. E mesmo que o fosse, parecia aos mesmos muito duvidoso o resultado real daquela comissão, sem o entendimento prévio e pessoal dos Bispos das Dioceses limítrofes.
O clero do Vicariato de Cruz Alta, reunido em dois dias de estudo e reflexão sobre a fisionomia da Diocese segundo o Vaticano II, declarou que o povo do respectivo território já estava sendo motivado para constituir em futuro próximo, a nova Diocese. Diante disso, adiar por mais tempo a formação do processo não pareceria medida adequada e oportuna.
Angustiados pela inércia, no dia 4 de novembro de 1969, mais uma vez o clero do Vicariato enviou correspondência assinada pelo Padre José Jungblut (Natividade de Ijuí); Pe. Otávio Schronenberger (Panambi); Pe. Antônio Didonet (Tupanciretã); Padre Valmor Roghi (Augusto Pestana); Pe. Vicente Pillon (Divino de Cruz Alta); Pe. Severino Zanatta (Espumoso); Pe. Cyrillo Basso (São Pedro do Pontão); Pe. Joseph Hubert (Sta. Bárbara do Sul); Pe. Olindo Cruel (Ajuricaba); Pe. Lino Cherubini (Fátima, Cruz Alta); Pe. Clemente Dotti (São Geraldo, Ijuí); Pe. Maria Giuseppe Fillipi (Ajuricaba); Pe. Pedro Rubin (Pejuçara). A missiva visava pressionar, junto ao episcopado, para que os limites da Diocese fossem decididos sob a visão do Concílio Vaticano II, ressaltando ser indispensáveis tais providências para o encaminhamento do processo canônico e que, infelizmente, o mesmo clero estava perdendo seu entusiasmo inicial, face a estes entraves provenientes de questões de limites, entraves não condizentes com o espírito da Igreja. Ansiavam também para que os mesmos dessem os devidos passos no sentido de se vencer a injustificada morosidade desta iniciativa.
Assim o Conselho Presbiterial Diocesano enviou carta ao Bispo de Passo Fundo, Dom Cláudio Kolling, solicitando que a questão fosse revista, no intuito de facilitar o atendimento pastoral numa situação geográfica. Por fim a resposta de Passo Fundo foi definitiva, negando a revisão dos limites e fechando o diálogo neste assunto.
Enquanto decorria esse entrave, a Comissão Pró-Diocese de Cruz Alta continuava se reunindo e levantando nomes para compor a Comissão Pró-Bispado. Em 16 de dezembro de 1969 foi enviada ao Sr. Bispo Diocesano a solicitação de nomeação da referida comissão composta das seguintes pessoas:
De Cruz Alta: João Durigon Sobrinho, Américo Macagnan, Paulo Pedro Sanfelice, Oudinot Lanoix, Dr. Hildebrando Westphalen, Dr. José Narciso de Abreu, Dr. Nilo Schroeder, General Lourival Doederlein, Prof. Heitor Silveira Netto, Padre José Giuliani, Padre Lino Cherubini.
Das Paróquias do Vicariato: Vel. Tomaz de Aquino Moraes (Natividade Ijuí), Mietieszlau Czepelewski (São Geraldo Ijuí), Lourenço Furian (Pejuçara), Olindo Cecchele (Espumoso), Hermes Cherubini (Salto do Jacuí), Adroaldo Bissacot (Panambi), Antônio Ghisleni (São Pedro do Pontão), Notélio Mariotti (Ajuricaba).
Das demais paróquias seriam incluídas à medida que fossem enviados os nomes dos respectivos representantes.
Em 22 de dezembro de 1969, o Conselho Presbiteral enviou nova proposta para Dom Cláudio Kolling, no intuito de solucionar os limites territoriais entre as dioceses de Santa Maria e Passo Fundo. O documento refletia sobre o que recomenda o Decreto Christus Dominus, principalmente em seus números 22 e 23, apresentando a seguinte proposta de solução:
“Em troca das paróquias de Colorado, Selbach e Tapera, que formariam uma unidade com as demais paróquias da futura Diocese de Cruz Alta, passariam para Passo Fundo as paróquias de Soledade, Ibirapuitã, Alvorada e Maurício Cardoso, Barros Cassal, Fontoura Xavier, São José do Herval e Chapada. Caso não seja possível ou aceitável, o Conselho Presbiteral proporia o seguinte: Em permuta das paróquias de Selbach e Colorado, passariam para Passo Fundo as paróquias acima citadas, com exceção de Chapada. Na primeira solução, o Seminário de Tapera ficaria para Passo Fundo, ou estudar-se-ia uma fórmula de compensação. Se nenhuma das propostas servir, o Conselho pediria que fosse enviada, com a brevidade possível, uma terceira proposta”.
A resposta do Conselho Presbiteral de Passo Fundo chegou em 20 de janeiro de 1970.
“’ouvidos os párocos interessados, que refletiram a opinião de seu povo’, o Conselho Presbiteral, pela votação unânime de seus membros presentes à reunião, julga que ‘as atuais divisas da Diocese de Passo Fundo, no que toca aos municípios de Colorado, Selbach e Tapera, devem permanecer inalterados’. Contudo, no que toca o município de Soledade e a parte do município de Arvorezinha, cujo centro polarizador é Passo Fundo, ‘se julgarem oportuno, poderiam ser anexados à Diocese de Passo Fundo, frisando no, entanto, que disto não fazemos questão’.
Infelizmente, Mons., nada feito! Contudo, não devemos por isso deixar de trabalhar para a fundação da nova Diocese. Dom Luiz, ainda muito otimista, já se encontra na Vila Etelvina, onde ontem pela primeira vez, depois da operação, almoçou e jantou. Sempre às ordens, seu em Cristo. Frei Antônio do Carmo”.
Em 29 de janeiro de 1970, Mons. Frederico Didonet, Vigário Episcopal, viajou para Soledade para comunicar às oito paróquias da região a decisão do Bispo de Passo Fundo, registrando sua indignação: “Nem sempre os interesses da Igreja combinam com a visão limitada e interesseira dos homens!”
Apesar dos impasses, o plano para a criação da nova Diocese sediada em Cruz Alta, proposto por Dom Luiz Vitor Sartori, Bispo Diocesano de Santa Maria, já estava aprovado desde o dia 30 de junho de 1969.
No dia 2 de fevereiro de 1970, ao completar um ano da instalação do Vicariato Episcopal de Cruz Alta, Mons. Didonet anuncia que já uma Comissão Pró-Bispado, composta de elementos da cidade de Cruz Alta e representantes das demais paróquias do Vicariato, e que já adquiriu uma casa que servirá de Secretaria do Bispado. Com a colaboração das Paróquias e municípios, já estavam sendo recolhidos todos os dados necessários à formação do processo que, brevemente, seria enviado à Nunciatura Apostólica e à Santa Fé.
A futura Diocese de Cruz Alta iria abranger quatorze municípios e vinte e sete paróquias, incluindo também a região de Soledade, que de início não integra o Vicariato.
Em 7 de fevereiro de 1970, Dom Luiz Victor Sartori, Bispo de Santa Maria, atende à indicação e pedido de Mons. Frederico Didonet, e nomeia a Comissão Pró-Bispado de Cruz Alta, com os seguintes nomes:
De Cruz Alta, que constituirão a Comissão Central: João Durigon Sobrinho, Américo Macagnan, Paulo Pedro Sanfelice, Oudinot Lanoix, Dr. Hildebrando Westphalen, Dr. José Narciso de Abreu, Dr. Nilo Schroeder, General Lourival Doederlein, Prof. Heitor Silveira Netto, Padre José Giuliani, Padre Lino Cherubini. De outras Paróquias do Vicariato, que formarão o Conselho: Cel. Tomaz de Aquino Moraes (Natividade Ijuí), Mietieszlau Czepelewski (São Geraldo Ijuí), Lourenço Furian (Pejuçara), Olindo Cecchele (Espumoso), Hermes Cherubini (Salto do Jacuí), Adroaldo Bissacot (Panambi), Antônio Ghisleni (São Pedro do Pontão), Notélio Mariotti (Ajuricaba), Antero Miguel Stefanello (Fortaleza dos Valos), Dr. Hélio Franco Fernandes (Tupanciretã).
No dia 6 de março de 1970, o Vigário Episcopal Mons. Didonet, em reunião com a recém-formada comissão central, informou sobre as iniciativas tomadas para conseguir mediante um questionário enviado às paróquias, os dados necessários para elaborar o processo de aprovação da diocese junto às autoridades eclesiásticas no Vaticano.
Encontrou muitas dificuldades por parte das paróquias da região de Soledade, que desejavam integrar a Diocese de Passo Fundo, e por parte do Bispo Diocesano Dom Cláudio Kolling, que fazia obstáculos e impediu a anexação das paróquias de Colorado, Selbach e Tapera, que estão muito próximas à sede da futura diocese de Cruz Alta.
Mons. Didonet andava muito agastado diante do impasse territorial, que era a principal angústia do Conselho Presbiteral. Na carta de 19 de março de 1970, dirigida aos Srs. Bispos do Regional Sul 3, Didonet não fez questão de esconder a sua indignação:
“O território da diocese de Santa Maria, por si só, seria suficiente para formar uma nova diocese, sem ser necessária recorrer a outras. Entretanto, não o será de acordo com o Vaticano II, se não houver alguma reformulação de limites com outras dioceses. Não se trataria, em caso nenhum, de apoderar-se de paróquias de outras dioceses, mas de uma simples permuta, tendo em vista a finalidade pastoral de um melhor e mais eficiente atendimento. A reformulação geral de limites, sugerida pelo Sr. Núncio Apostólico anterior, mas silenciada pela atual, foi proposta ao Episcopado do Sul 3, em Lages. Não encontrou, porém, nenhuma receptividade, embora o Secretariado Regional, dando as razões de sua oportunidade, se dispusesse a promove-la. Diante disso, foi preparado o processo da nova diocese de Cruz Alta, contando exclusivamente com o território de Santa Maria. O clero de Vicariato, porém, reunido a quatro do corrente, em Cruz Alta, após longos debates, achou que se deveria insistir mais uma vez junto ao Episcopado, para que se promova uma reformulação de limites, a fim de corrigir dioceses mal delimitadas e evitar que se criem outras com o mesmo vício original. O abaixo assinado, cumprindo apenas uma missão dada pelo Sr. Bispo Diocesano de Santa Maria, não tem nenhum interesse pessoal em promover a criação de uma nova diocese. Sente-se, porém, na obrigação de transmitir o pensamento de mais de trinta sacerdotes do Vicariato Episcopal de Cruz Alta, ‘decepcionados com a falta de visão eclesial de elementos da Hierarquia, bem como com a falta de coerência entre o que se assinou no Concílio e o que se pratica’”.
Em 31 de março de 1970, mais uma vez em Assembleia Geral, o Episcopado da Província insistiu na criação da nova Diocese em Cruz Alta, com território quase inteiramente desmembrado da Diocese de Santa Maria, e que fosse criada simultaneamente com as já projetadas dioceses de Erechim e Rio Grande, também pertencentes a essa Província Eclesiástica.
Visto que todo o território da nova Diocese seria desmembrado da Diocese de Santa Maria, não havia empecilhos com os Bispos das Dioceses vizinhas. O Decreto de 1º de janeiro de 1969, da criação do Vicariato Episcopal de Cruz Alta, instalado a 2 de fevereiro do mesmo ano, já havia sido feito justamente para a finalidade de preparar a futura Diocese.
O projeto precisava definir um lugar e defender os motivos da escolha. Cruz Alta era a paróquia mais antiga da região, bem como o mais antigo núcleo civil e religioso, possuía um imenso território que formaram dioceses autônomas como Frederico Westphalen e Santo Ângelo. Era a cidade mais populosa, com 39 mil habitantes e contava ainda com uma excelente posição geográfica que comunicava com toda a região. Já havia infraestrutura suficiente para comportar a sede de um bispado, e a igreja do Divino Espírito Santo tinha condições para ser a nova catedral. Já era a sede do Vicariato Episcopal desde fevereiro de 1969 e já possuía características de funcionamento de uma diocese.
Consta ainda no projeto que Cruz Alta era sede de vários órgãos públicos na área educacional, de segurança pública, fazendária, militar, agropecuária e tantas outras regionais do poder público, ou seja, reunia todas as condições para a futura sede do Bispado.
Em nota publicada no Jornal Diário Serrano do dia 14 de junho de 1970, Dom Antônio do Carmo, Vigário Capitular de Santa Maria, comunica ter entregue a Nunciatura Apostólica o processo da nova diocese de Cruz Alta.
As perspectivas eram bem positivas. Presbíteros, religiosos e leigos andavam engajados no apostolado, estudando o 3º Plano Regional de Pastoral Orgânica, a fim de estarem preparados para, no ano próximo, junto com o primeiro Bispo Diocesano, dar sua colaboração ao 1º Plano Diocesano de Pastoral de Conjunto. O processo de construção da residência episcopal também corria sem contratempos.
Estava formalizada a aquisição do patrimônio para a Catedral e Diocese. Esta aquisição foi feita pela Comissão da Diocese – dentro da Catedral, pelo pagamento de 50% por parte das duas comissões. Até essa data, o patrimônio pertencia à Sociedade dos Padres Palotinos.
A primeira tentativa de construir a residência episcopal foi do Clero com o Vigário Episcopal, em 29 de junho de 1970. Não chegaram a uma conclusão, pois a maioria do Clero desejava que se realizassem as reformas necessárias nas dependências adquiridas junto à casa paroquial do Divino Espírito Santo.
De acordo com resolução tomada em reuniões do clero do Vicariato de 15/06/1970 e 1º/09/1970, em reunião dos representantes credenciados das paróquias do Vicariato de 4/07/70, bem como em reuniões da Comissão Central de Cruz Alta, de 29/06/70, de 3/11/70 e 30/11/70, não obstante a votação em contrário feita por um grupo de sacerdotes a 18/11/70, foi acordado que seria iniciada no mês de dezembro a construção da residência episcopal, em terreno já pertencente à Mitra Diocesana.
Concomitantemente, corria também o processo de reforma da Casa Paroquial do Divino, de acordo com resolução definitivamente ratificada em reunião da Comissão Central de 30/11/70, sob a supervisão do engenheiro Nilo Schroeder, que consistia numa reforma simples e econômica, considerando que a casa paroquial do Divino Espírito Santo serviria para a Cúria Diocesana e também para a residência provisória do Bispo Diocesano, caso a construção não pudesse ser ultimada em tempo.
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Dom Érico Ferrari
Por decisão do Conselho Presbiteral Diocesano, de 24/11/70, continuava em vigor, para todas as Paróquias do Vicariato Episcopal, a contribuição de 15% sobre as festas para o Seminário Diocesano de Santa Maria à nova Diocese de Cruz Alta; e também a contribuição das Paróquias para a construção da residência episcopal, a perfazer uns 30 ou 40$ do custo total, será, na média de Cr$ 2.000,00 por paróquia.
Em 18 de abril de 1971 foi firmado o contrato para a construção da residência episcopal entre a Comissão Central Pró-Bispado de Cruz Alta e a firma Serra Construções Ltda, dirigida pelo eng. Nilo Schroeder.
Logo que o edifício Marajá (que pertencia aos Moços Católicos do Divino) estivesse totalmente demolido, teria início a construção, com o lançamento da pedra fundamental. Simples e funcional, sem qualquer característica de luxo, não seria apenas a moradia do Bispo Diocesano, mas a sede de atendimento da autoridade diocesana, moradia de auxiliares do governo diocesano, local de reuniões, bem como de acolhimento e hospedagem de sacerdotes.
Em 5 de maio de 1971 foi nomeado pela Santa Sé o Bispo de Santa Maria, Padre Érico Ferrari, Cura da Catedral daquela cidade. A comunidade cruz-altense aguardava ansiosamente a nomeação do primeiro bispo da futura Diocese de Cruz Alta, por esta estar o processo corretamente encaminhado, aguardando apenas a assinatura do Papa Paulo VI, e pela nomeação ser procedida simultaneamente.
No dia 3 de junho de 1971, Monsenhor Frederico Didonet recebeu telegrama do Núncio Apostólico, datada de 31 de maio:
“Monsenhor Didonet, Vigário Episcopal de Cruz Alta; Tenho o prazer comunicar criação da nova Diocese de Cruz Alta, desmembrada da Diocese de Santa Maria. Nomeado seu primeiro Bispo S. Excia. Dom Walmor Battú Wicroski. Notícia reservada até quarta-feira, 2 de junho. Cordiais saudações”.
Cumprida tão importante etapa, Monsenhor Didonet, que por muitos anos serviu na condição de Vigário Episcopal e que tanto trabalhou na formação do processo de que derivou a criação do Bispado, publicou no Jornal Diário Serrano a seguinte mensagem:
Ao povo de Cruz Alta
Na qualidade de vigário episcopal, com a missão especial de preparar a nova diocese, eu me congratulo com o povo cruz-altense e com toda a população dos quatorze municípios e vinte e seis paróquias, pelo acontecimento marcante no dia de hoje, que é o anúncio da criação da Diocese de Cruz Alta e da nomeação de seu primeiro bispo, na pessoa de Dom Walmor Battú Wicrowski.
Com esta boa nova, confirma-se a responsabilidade do povo cruz-altense, inerente à honra da escolha desta cidade para sede do Bispado. Responsabilidade que não é apenas de ordem material, mas principalmente no sentido de crescer como comunidade cristã.
Como a Igreja está a serviço de todos os homens, eu penso que a alegria deste acontecimento será partilhada, sem distinção, por todos os cruz-altenses que no Bispo da nova Diocese terão, não um príncipe a quem servir, mas um humilde servidor a quem se dirigir.
E com a posse do primeiro Bispo Diocesano, que será no próximo mês, estará cumprida minha missão nesta simpática e acolhedora cidade, que sempre estará na minha lembrança e no meu coração, aonde quer que a voz de Deus dirija meus passos de peregrino.
A Diocese de Cruz Alta, desmembrada da de Santa Maria, inicialmente seria composta por 13 municípios. Já há a algum tempo constituída em Vicariato Episcopal, compreendia uma área de 15 mil quilômetros quadrados, com uma população de aproximadamente 400 mil habitantes. A sede, a cidade de Cruz Alta, possuía 50 mil habitantes. Toda a diocese compreendia 25 paróquias.
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Monsenhor Frederico Didonet
A instalação da nova diocese e a posse de sua Excia/Revma. Estava marcada para o dia 11 de julho, às 10h da manhã, na Catedral do Divino Espírito Santo. E como preparação a tão expressivo acontecimento, além das homilias dominicais, foi promovido em todas as paróquias, reuniões com os elementos mais responsáveis, estudando com eles o sentido da diocese e de bispo, de acordo com o Vaticano II.
Cumprida sua missão, Monsenhor Frederico Didonet redige carta de despedida ao povo de Cruz Alta, publicada no Jornal Diário Serrano de 6 de julho de 1971:
“Aqui chegado a dois de fevereiro de mil novecentos e sessenta e nove, logo nos sentimos em casa. Embora soubéssemos que nem todos nos estavam recebendo com o mesmo entusiasmo.
Apesar disso, repetimos, logo nos sentimos em casa. Nenhuma porta se fechou. E as que se haviam encostado, aos poucos foram se abrindo. E hoje pensamos com alegria nas muitas amizades aqui travadas. Amizades das quais sentimos distanciarmos agora.
Instalada a diocese e empossado seu primeiro bispo, nossa missão aqui está encerrada. Bem ou imperfeitamente cumprida, ela está em seu termo. E outra missão nos espera. Sempre a serviço de Deus e dos homens. Num renovado esforço de novos relacionamentos humanos.
Embora sentindo a despedida, vamos com alegria. A alegria de continuar a servir. Onde Deus parece estar nos esperando para dar do nosso pouco. E para receber do muito que os outros têm a dar-nos. Do muito que poderá ser pouco. Mas que é sempre muito, quando dado com espontaneidade e recebido com apreço e gratidão. O apreço às pequenas coisas e a gratidão aos gestos pequeninos é que faz a gente feliz.
O povo de Cruz Alta continuará vivo em nosso coração. Vivas as pessoas. Vivos os acontecimentos. Vivos os lares cujo aconchego experimentamos. Vivas as árvores das praças cuja sombra nos acarinhou. Vivos os pássaros cujo canto nos despertava pela manhã. Vivas até as pedras, sobre as quais demos tantos passos. Passos apressados às vezes, e vagarosos outras. Viva a fisionomia simpática desta cidade que não olvidaremos.
A Deus agradecemos as alegrias que o povo de Cruz Alta nos proporcionou. Alegrias que nos estimularam. E que fizeram esquecer os pesares, que também integram a trama de nossa vida. Mas que nunca deverão transformar-se em estado de espírito de viver e lutar.
Aqui ou longe daqui, viveremos os dias culminantes do ano sesquicentenário. Com as vivências do passado, imaginaremos o que será o 18 de agosto. E subiremos o balão, para lá de cima contemplar a cidade em festa. A capital brasileira do trigo, transformada por momentos em capital do Brasil, com seu presidente ovacionado pelo povo cruz-altense.
A todos o nosso adeus. O adeus de quem vai e de quem fica. De quem vai para cumprir outra missão. De quem fica no culto da gratidão e da saudade. Gratidão por todo bem aqui recebido. Saudade dos dias plenos aqui vividos”.
4. Extinto o Vicariato Episcopal
Face ao Decreto de instalação da nova Diocese de Cruz Alta, foi extinto o Vicariato Episcopal de Cruz Alta, passando a jurisdição da mesma ao Bispo Diocesano de Santa Maria Dom Érico Ferrari.
Em 16 de julho de 1971, Mons. Frederico Didonet retornou à cidade de Santa Maria, reassumindo a função de Cura da Catedral.
Fonte:
Jornal Diário Serrano, 14 de junho de 1970
Jornal Diário Serrano, 8 de dezembro de 1970
Jornal Diário Serrano, 18 de abril de 1971
Jornal Diário Serrano, 21 de abril de 1971
Jornal Diário Serrano, 5 de maio de 1971
Jornal Diário Serrano, 2 de junho de 1971
Jornal Diário Serrano, 3 de junho de 1971
Jornal Diário Serrano, 6 de julho de 1971
Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973
Histórico da Diocese – 1969/1975
Jornal Diário Serrano, Caderno Especial 25 de janeiro de 1998
Albertoni, Claudino Antonio & Pe. João Alberto Bagolin. Diocese do D.E.S. de Cruz Alta – 25 anos. Espumoso: Gráfica Líder. 1998
Albertoni, Claudino Antonio. A Diocese de Cruz Alta em fatos.
Espumoso: Gráfica Líder. 2005.
5. Criada a Diocese de Cruz Alta
![Papa Paulo VI](https://diocesecruzalta.com.br/wp-content/uploads/2021/07/1-2-318x450.jpg)
Papa Paulo VI
No dia 2 de junho de 1971 foi criada a Diocese de Cruz Alta pelo Papa Paulo VI. Simultaneamente foi nomeado Bispo da nova Diocese Dom Walmor Battu Wichowski, que não chegou a assumir, renunciando por vários problemas havidos com a comissão central. Acompanhou os impasses em nome da Nunciatura Apostólica Dom Aloísio Lorscheiter, secretário geral da CNBB e Bispo de Santo Ângelo.
O mesmo Dom Aloísio, no dia 8 de julho de 1971, após contato com Núncio Apostólico e Dom Érico Ferrari, Bispo de Santa Maria, comunicou ao Vigário Episcopal o adiamento da instalação da Diocese e posse do seu primeiro bispo.
A Bula Papal da criação da Diocese de Cruz Alta levou o nome CUM CHRISTUS e criou as Dioceses de Erechim, Rio Grande e Cruz Alta.
Eis, na integra, o texto da Bula traduzido do latim:
Paulo Bispo, servo dos servos de Deus, para perpétua memória. Tendo Cristo, o Filho de Deus, encarregado seus Apóstolos da missão principal de irem por tudo o mundo pregar o evangelho da salvação dos homens, para que estes pela fé e pela observância dos mandamentos alcancem os prêmios eternos (c.Mc.16,15), Nós, constituído ‘frente de sua Igreja por Deus, Senhor e Guia do universo, nos empenhamos com todo o ardor e zelo, para com Nossas Providências facilitar aos Irmãos no Episcopado, os Apóstolos das Igrejas (cf. I Cor 8,23) o encargo da propagação e da conservação da religião.
Por isso, tendo Nosso venerável irmão, Cardeal Alfredo Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre e Metropolita da mesma Província, pedido juntamente com os Bispos de sua região, que a Sé Apostólica instituísse ali três novas dioceses previamente preparadas, Nós, após auscultado o parecer od venerável irmão Humberto Mozzoni, Arcebispo Titular de Side e Núncio Apostólico no Brasil, decretamos o que segue.
Da Diocese de Passo Fundo separamos os territórios dos seguintes municípios, conforme seus limites civis: Erechim, Getúlio Vargas, Marcelino Ramos, Gaurama, Aratiba, Campinas do Sul, Erval Grande, São Valentim, Viadutos, Severiano de Almeida, Cotegipe, jacutinga, Itatiba do Sul, Mariano Moro, com os quais fundamos a nova Diocese de Erechim, com sede na cidade de Erechim, colocando-se a cátedra do poder episcopal na igreja São José, esposo de Maria Virgem, em construção, que elevamos à dignidade de Igreja Catedral.
Igualmente separamos da Diocese de Santa Maria os territórios dos seguintes municípios, segundo seus limites civis: Cruz Alta, Ijuí, Soledade, Espumoso, Santa Bárbara do Sul, Ibirubá, Chapada, Barros Cassal, Condor, Ajuricaba, Augusto Pestana, Pejuçara, Panambi, Fontoura Xavier e os territórios dos distritos de Vila Joia, Itaúba e Maurício Cardoso, pertencentes aos municípios de Tupanciretã, Arroio do Tigre e Arvorezinha. Com estes FUNDAMOS A NOVA DIOCESE DE CRUZ ALTA, estabelecendo-se a cátedra na Igreja do Divino Espírito Santo, que terá os direitos de Igreja Catedral.
Da Diocese de Pelotas, finalmente, separamos os territórios dos seguintes municípios, de acordo com seus limites civis: Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do palmar e Mostardas, com os quais formamos a terceira Diocese, a de Rio Grande, e a cátedra na Igreja de São Pedro Apóstolo.
As Dioceses fundadas serão sufragâneas da sede metropolitana de Porto Alegre, de maneira que seus bispos sejam presididos pelo Arcebispo desta, conforme as normas do Direito Canônico. Além disso, sejam nelas fundados os cabidos de cônegos, segundo as instruções a serem dadas no futuro; entretanto, sejam eleitos consultores diocesanos para conselheiros e auxiliares dos bispos.
Quanto à mesa episcopal de cada diocese, ela se fará com as ofertas do povo, os proventos da Cúria e os bens que lhe tocarem conforme as normas do Cânon 1500 do Código de Direito Canônico.
Quanto aos seminários e à formação dos clérigos, sejam observadas as prescrições do direito comum, as ordenações da Sagrada Congregação para o Ensino Católico, tenho em conta as disposições do Decreto do Concílio Ecumênico Vaticano II ‘Optatum Totius’. Depois da formação preparatória, os melhores jovens sejam mandados para o Colégio Pontifício Pio Brasileiro, em Roma, a fim de se instruírem na filosofia e na sagrada teologia.
No que diz respeito à direção dessas dioceses, aos direitos e aos deveres do clero e do povo, à eleição do Vigário capitular durante a vacância da Sé, e outros casos semelhantes, sejam observadas as leis do Direito Canônico.
Finalmente instituídas as dioceses em observância destas letras, os sacerdotes que tiverem nelas oficio e benefício, sejam incardinados nelas; os clérigos e os seminaristas permaneçam incardinados naquela diocese na qual estiveram legitimamente domiciliados.
Os registros e os documentos referentes às novas dioceses sejam remetidos para cada Cúria e guardados conscientemente.
De resto, cuide do Nosso venerável irmão Humberto Mozzoni, ou quem for por ele delegado, que tudo isso seja executado, e depois de realizado, sejam exaradas atas, remetendo-se logo cópias autênticas para a Sagrada Congregação dos Bispos, devidamente assinados e carimbados.
Queremos que estas determinações tenham validade presente e futura, e que nada em contrário, mesmo de importância, possa impedir sua execução.
Dada em Roma, junto a São Pedro, em vinte e sete de maio de mil novecentos e setenta e um, oitavo de Nosso Pontificado. CARDEAL CARLOS CNFALONIERI, Prefeito da Sagrada Congregação dos Bispos.
JOSÉ ROSSI, Bispo de Palmira, prot.Apost.
EUGÊNIO SEVI, prot.Apost.
CARDEAL ALOÍSIO TRAGLIA, Chanceler da Santa Igreja Romana.
FRANCISCO TINOLLO, Diretor da Chancelaria Apost.
![Bula Papal](https://diocesecruzalta.com.br/wp-content/uploads/2021/07/2-450x345.png)
Bula Papal
Conhecidos os termos da Bula papal, os limites geográficos estabelecidos eram aceitáveis, porém não foram resolvidos de todo. A partir da criação da Diocese não se falou mais nisso. Todos se empenharam em resolver as questões do Bispo e de sua posse.
Dentre os presbíteros e os leigos da Comissão pró-Diocese, e que muito trabalharam para que a Diocese de Cruz Alta se tornasse realidade, muitos nomes se destacaram em publicações esparsas e jornais da época. Dentre estes:
Bispos: Dom Luiz Vitor Sartori – Bispo Diocesano de Santa Maria; Dom Antonio do Carmo Cheuiche – Bispo Auxiliar de Santa Maria; Dom Ivo Lorscheiter – Bispo Diocesano de Santo Ângelo; Dom Vicente Scherer – Arcebispo metropolitano; Mons. Frederico Didonet – Vigário Episcopal; Mons. Floriano Cordenunsi – Vigário Geral da Diocese de Santa Maria; José Westphalen Correa – Prefeito Municipal de Cruz Alta; Hildebrando Westphalen, Narciso de Abreu e Silva, Prudêncio Rocha, Robério Lopes, Pe. Fortunato Ignácio Dal’Agnol, Frei Otávio, João Durigon Sobrinho – Presidente da Comissão, Américo Macagnan, Oudinot Lacroix, Pedro Paulo Sanfelice, Nilo Schroeder, Lourival Doederlein, Heitor Silveira Netto, Pe. José Jungblut, Pe. José Giuliani, Pe. Lino Cherobini, Tomás de Aquino Moraes – Natividade de Ijuí, Mieteslau Cyeplenski – São Geraldo, Lourenço Furian – Pejuçara, Olindo Cechele – Espumoso, Ermes Cherobini – Espumoso, Adroaldo Bissacot – Panambi, Antonio Ghisleni – São Pedro do Pontão (Joia), Notélio Mariottu – Ajuricaba, Antero Miguel Stefanello – Fortaleza dos Valos, Helio Terra Fernandes – Tupanciretã, Alberto Plentz – Cruz Alta, Luiz Corazza – Alto Alegre, Germano Terra – Campos Borges, Albino Ghisleni – Santa Bárbara do Sul, Pe. Ciryllo Basso, Flodoardo da Cruz Netto, Arlindo Passinato, Alcides Nicolodi, Antonio Carlos Gomes Nunes, Mário Lese e Dante de Vit.
Todas essas pessoas, de alguma forma, atendiam as solicitações da Comissão Central, liderada pelo Vigário Episcopal.
O Vicariato Episcopal extinguira-se com a criação da Diocese de Cruz Alta. Por isso, em 11 de julho de 1971, Dom Érico Ferrari reuniu-se em Cruz Alta com a comissão pró-bispado para acertar detalhes, tendo em vista o adiamento da instalação da Diocese a volta de Mons. Frederico Didonet a Santa Maria. Tomaram também providências para dar continuidade na estruturação física e pastoral da Diocese, no intuito de evitar futuros contratempos.
A comissão empenhou-se na construção da Casa Residencial para o Bispo (consultar histórico do Bispado). E somente após encerrados os empasses, Mons. Frederico volta a Santa Maria e é nomeado Cura da Catedral.
No entanto, Dom Aloísio Lorscheiter, Delegado do Sr. Núncio Apostólico, informou pessoalmente ao Bispo de Santa Maria e a Mons. Frederico Didonet o cancelamento da posse do Bispo, sine die, e, consequentemente, o adiamento da instalação da Diocese.
Nesse intermédio, o já ordenado Bispo Dom Érico Ferrari, continuou como Bispo de Santa Maria, abrangendo todo o território da recém criada Diocese de Cruz Alta.
Dom Érico continuou atendendo o que era mais urgente, mas tinha esperança de que a nomeação de um bispo para Cruz Alta acontecesse o mais breve possível. Aliás, deve-se dizer que houve encaminhamento por parte da Nunciatura. O candidato indicado, Frei Osório Bebber, não aceitou naquele momento.
E assim terminou o ano de 1971, sem que a Diocese de Cruz Alta fosse instalada oficialmente.
Tudo então retornou à estaca zero. Dom Érico, ao mesmo tempo fazia insistência com a Nunciatura Apostólica pedindo urgência para a nomeação do novo bispo, tomava providências aqui.
O Núncio Apostólico esclareceu a Dom Érico que o processo era muito demorado e sugeriu-lhe que nomeasse um padre para ser seu delegado, para assumir tudo aquilo que fosse necessário para o bom andamento administrativo e pastoral da nova Diocese e que desse a este delegado todas as atividades jurídicas possíveis.
Em 24 de março de 1972, Dom Érico nomeou o Padre José Jungblut seu delegado em Cruz Alta, com poderes de Vigário Geral, conforme prevê o Código de Direito Canônico. Auxiliavam-no o Delegado do Bispo, o Pe. Lino Cherobini, o Frei Otávio Schuasemberger e o Pe. Severino Zanatta. Dom Ferrari nomeou também o Pe. Cirilo Basso como Ecônomo da Diocese de Cruz Alta.
![Padre José Jungblut](https://diocesecruzalta.com.br/wp-content/uploads/2021/07/2-1-325x450.jpg)
Padre José Jungblut
Como o padre José era pároco da Natividade em Ijuí, transferiu-o para Cruz Alta a fim de que pudesse se dedicar às tarefas de preparação e estruturação da nova Diocese.
Ao vir para Cruz Alta foi residir na Paróquia de Fátima, pois a residência do Bispo ainda não estava pronta. O Pe. Lino Cherubini foi muito acolhedor e prestou muita ajuda ao Pe. José.
Aqui residindo, o delegado do Bispo reuniu o clero e os religiosos para organizar pastoralmente a Diocese. Reativou a comissão de criação da Diocese que estava inativa. Com justiça, o Pe. José Jungblut organizou os principais setores de pastoral, designando os respectivos coordenadores: Setores de Catequese, Liturgia e Jovens, Religiosos (as).
Para assuntos administrativos, ele já havia designado o tesoureiro, Pe. Cirilo e uma comissão de padres e leigos.
![Padre José Jungblut](https://diocesecruzalta.com.br/wp-content/uploads/2021/07/3-1-283x450.jpg)
Padre José Jungblut
Na organização pastoral, fez funcionar aqueles setores possíveis e mais necessários. Fez reunião com o Clero. Na ocasião, ficou responsável a Irmã Zélia da Anunciação, da Santíssima Trindade, e trabalhou muitos anos na Diocese nesse setor. Foi criado o setor de Liturgia. O Frei Leonardo Weschenfelder, Pároco de Panambi, coordenou o setor de vocações e o Pe. Euclides Redin ficou responsável pela Pastoral da Juventude, setor que mereceu atenção especial.
Constituiu-se também um setor diocesano dos religiosos, após várias reuniões com os mesmos. A Irmã Araci Goeter, professora do Colégio Santíssima Trindade, coordenou esse setor hoje ligado à CRB. Pe. José destacou que, nesse período, o Colégio Santíssima Trindade marcou muita presença em todos os sentidos, participando e colaborando na pastoral, na organização e em tudo o que era necessário para a instalação definitiva da Diocese.
Com todos esses setores eram feitas reuniões periódicas. O trabalho do delegado era especialmente ir às paróquias, reunir os padres, os religiosos e leigos, motivar e explicar o sentido da criação da Diocese e criar um clima favorável, pois apesar dos impasses e dificuldades iniciais, a Diocese estava se tornando uma grande e feliz realidade.
As atividades continuaram intensas e o Clero enviou para os Bispos da Regional Sul 3 um documento relatando os fatos e dizendo qual era a igreja que sonhavam ter, o que foi sempre a tônica das reuniões. Era um sonho ter uma Igreja de Comunhão e Participação, mas não era impossível.
Fontes:
Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973
Histórico da Diocese – 1969/1975
Jornal Diário Serrano, Caderno Especial 25 de janeiro de 1998
Albertoni, Claudino Antonio & Pe. João Alberto Bagolin. Diocese do D.E.S. de Cruz Alta – 25 anos. Espumoso: Gráfica Líder. 1998
Albertoni, Claudino Antonio. A Diocese de Cruz Alta em fatos.
Espumoso: Gráfica Líder. 2005.
6. A nomeação do primeiro Bispo da Diocese de Cruz Alta
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Dom Paulo Moretto
A comunidade cruz-altense e regional recebeu com muita alegria a notícia da nomeação do Padre Nei Paulo Moretto, Reitor do Seminário maior de Viamão, para assumir a Diocese de Cruz Alta.
O primeiro Bispo de Cruz Alta estava escolhido e nomeado. As comissões que se dedicaram na organização da nova Diocese sentiram-se recompensadas por todo o esforço e trabalho dedicados a essa causa. Enfim, era nomeado o Bispo de Cruz Alta.
Logo que foi escolhido pela Santa Sé como primeiro bispo de Cruz Alta, Dom Paulo Moretto endereçou a seguinte mensagem, que foi a primeira ao povo de sua diocese:
“É com muita emoção que eu dirijo a palavra pela primeira vez ao povo da Diocese e ao povo de Cruz Alta. Muitos pensamentos me veem à mente e muitas coisas gostaria de dizer. Mas em primeiro lugar quero externar o sentimento mais profundo que é este: desde minha nomeação o povo de Cruz Alta se tornou o ponto central de todas as minhas preocupações da minha vida, do meu coração.
É por isso que quero externar o desejo que tenho de ajudar para que todos possa viver de uma maneira plena a mensagem de Cristo. Sei bem e espero ajudar ao povo de Cruz Alta, mas sei também que para que possa ajudar é necessária a colaboração de todos.
Esta colaboração tenho certeza não faltará. Em primeiro lugar da parte dos padres, porque um bispo que não tem consigo o seu presbitério, os seus padres, ele não pode realizar nada. Da parte dos agentes de pastoral, religiosos e de todo o povo de Deus. Assim como eu posso dizer com simplicidade que todos podem contar comigo, assim espero também esta colaboração para o meu trabalho de compreender, de conhecer e de ajudar”.
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Dom Paulo e sua mãe durante a cerimônia de ordenação e posse
O Pe. Nei Paulo Moretto escolheu o dia 28 de janeiro de 1973 para ser ordenado Bispo e tomar posse, na Catedral do Divino Espírito Santo, solenidade presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil Dom Umberto Mozzoni e com a presença do Cardeal Dom Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre, Dom Benedito Zorzi, Bispo de Caxias do Sul, Dom Érico Ferrari (recentemente falecido), Bispo de Santa Maria.
Além destas autoridades eclesiásticas, fizeram-se presentes autoridades civis e militares de Cruz Alta e da região, assim como os Dep. Victor Faccioni e Solano Borges.
A solenidade de posse do novo Bispo foi revestida da mais alta significação e grandiosidade, recebendo Dom Paulo Moretto na oportunidade de sua posse e sagração, as mais justas demonstrações de carinho e apreço da comunidade católica que superlotou a Catedral local.
A celebração, iniciada às 9h, teve como primeiro ato a saudação ao presbítero Paulo Moretto pelo professor Roque Gelatti, em nome do povo desta região. O orador destacou a satisfação que invadia a todos quando participando dum momento tão auspicioso para a região frisou que a presença do Bispo e a instalação de uma nova entidade regional seria um estímulo a mais na luta de todos para um desenvolvimento integrado, total e para todos uma luta pela justiça, pela liberdade e dignidade humanas.
Após, teve início a celebração litúrgica da ordenação episcopal, seguindo um ritual durante o qual todo o povo participou através de cânticos e orações. Após o Evangelho, falou Dom Humberto Mozzoni, Núncio Apostólico, numa mensagem dirigida especialmente ao presbítero que seria ordenado. Foi lida a Bula Christus Dominus do Papa VI, pela qual era instalada a nova Diocese de Cruz Alta, seguindo-se a apresentação pelo Núncio Dom Mozzoni de seu primeiro Bispo na pessoa de Dom Paulo Moretto. A leitura foi concluída com uma viva manifestação dos presentes, numa vibrante salva de palmas. Dom Paulo Moretto, pela primeira vez, falava ao povo de sua Diocese, manifestando sua satisfação enorme de estar com este povo e o abençoou em nome de Deus:
“No dia em que, fruto da graça de Deus e de vosso trabalho, torna-se a Diocese de Cruz Alta, como seu Bispo e Pastor, quero manifestar minha alegria ao contemplar vossa esperança, vossa dedicação e vossa generosidade.
Que o Senhor leve a bom termo a obra começada e voz faça crescer no conhecimento de seu desígnio de salvação na coragem e na perseverança, a fim de que, dando frutos em toda a espécie de boas obras, possais em tudo agradar ao Senhor.
Quanto a mim, rendo graças ao Senhor Jesus porque me considerou digno de confiança, pondo-me a seu serviço em vosso meio. Com minha benção quero externar minha disposição de ajuda na construção do Reino de Deus na Diocese de Cruz Alta”.
Por último, falou o Padre José Jungblut, expressando sentimentos e ideias preciosas com grande oportunidade e realismo.
São destaques na criação da Diocese de Cruz Alta o papa Paulo VI, o Arcebispo de Porto Alegre Dom Vicente Scherer, Dom Érico Ferrari, Bispo de Santa Maria, Dom Frederico Didonet, Bispo de Rio Grande e o padre José Jungblut, delegado do Bispo de Santa Maria para a organização da Diocese.
Destaca-se também a Comissão pró-bispado de Cruz Alta, composta pelo Padre José Jungblut, João Durigon Sobrinho, presidente, Américo macagnan, Flodoaldo Cruz Netto, Pedro Paulo Sanfelice, Alberto Plentz, Nilo Schroeder, Oudinot Lacroix, Mário Lese, Pe. José Giuliani, Pe. Lino Cherubini e Pe. Cirilo Basso.
Fontes:
Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973
Histórico da Diocese – 1969/1975
Jornal Diário Serrano, Caderno Especial 25 de janeiro de 1998
Albertoni, Claudino Antonio & Pe. João Alberto Bagolin. Diocese do D.E.S. de Cruz Alta – 25 anos. Espumoso: Gráfica Líder. 1998
Albertoni, Claudino Antonio. A Diocese de Cruz Alta em fatos.
Espumoso: Gráfica Líder. 2005.
7. Estrutura Material da Diocese de Cruz Alta nos primeiros anos
Toda a comunidade católica da nova Diocese de Cruz Alta sentira-se reconhecida pela colaboração generosa prestada por uma multidão de pessoas e entidades que possibilitou a montagem da estrutura material básica para o bom funcionamento da nova Diocese.
Este esforço comunitário possibilitou a construção da residência episcopal, da Secretaria Diocesana de Pastoral e Administração com todas as suas dependências.
Além destas contribuições, houveram outras preciosas colaborações em serviços, sugestões, e outras contribuições materiais que não aparecem nesta publicação; o que não significa que eles não foram importantes e mesmo essenciais.
Contribuições – Livro Ouro
Pedro Zavagna Cr$ 10 mil; João Durigon Sobrinho Cr$ 5 mil; Cooperativa Tritícola de Produtores Cruz-altenses Ltda Cr$ 2 mil; Alberto Faccin Cr$ mil; Cia Passo Real de Automóveis Cr$ 2 mil; Cruz Alta Industria de Fósforos Cr$ 1.000,00; João Rubin Cr$ 1.000,00; Arno Pereira Cr$ 1.000,00; Adilia Viana Cr$ 1.000,00; Ipiranga S.A. Cr$ 1.000,00; Irmãos Macagnan Cr$ 1.000,00; Veículos Alvorada Ltda Cr$ 1.000,00; Oudinot Lacroix Cr$ 1.000,00; Olga Gomes Cr$ 1.000,00; Unibanco Cr$ 1.500,00; Banco do Brasil S.A. Cr$ 1.000,00; Luciano Furian Cr$ 1.000,00; Jerônimo Rubin Cr$ 1.000,00; Irmãos Bilibio Cr$ 1.000,00; João Cossetin Cr$ 1.000,00; Frederico Stefanello Cr$ 1.000,00; Maria Zenkner Cr$ 1.000,00; Alcides Nicolodi Cr$ 1.000,00; Madeireira Cruzeiro Ltda Cr$ 580,00; Heitor Silveira Netto Cr$ 500,00; Alberto Plentz Cr$ 500,00; Hélio Werlang Cr$ 500,00; Banco Mercantil de São Paulo Cr$ 500,00; Anselmo Grundwald Cr$ 500,00; Antonio Rosa Gobbo Ltda Cr$ 500,00; Irmãos Teixeira e Cia Ltda Cr$ 500,00; Celeste Batistela Cr$ 500,00; Distribuidora de Petróleo Ijuí Cr$ 500,00; Transportadora de Combustíveis Cr$ 500,00; Ind. De Máquinas Agr.Fuchs S.A. Cr$ 500,00; Nelson Luchese Cr$ 500,00; Comercial Agrícola Cacique Ltda Cr$ 500,00; Thirso Luchese Cr$ 500,00; Buhrer S.A. Cr$ 500,00; Lese Irmão e Cia Ltda Cr$ 500,00; Walter Bisso e Irmãos Cr$ 500,00; Dr. Elio Furian Cr$ 500,00; Benjamin Cancian Cr$ 500,00; Dr. Décio Ardenghi Cr$ 500,00; Arlindo Pazzinato Cr$ 500,00; Luiz Stefanello Rubin Cr$ 300,00; Luiz Furian Cr$ 300,00; Henrique Bergel S.A. Cr$ 300,00; Alberto Furian Cr$ 250,00; Indústria Della Méa Cr$ 250,00; Bos S.A. Cr$ 250,00; Walter João Weis Cr$ 250,00; Amantino Quinzani Cr$ 200,00; José Pedro Lopes Cr$ 200,00; Supermercado Bischoff Cr$ 200,00; Alcíbio Borges Nunes Cr$ 200,00; Dr. Antônio Gomes Nunes Cr$ 200,00; José Rubin de Antônio Cr$ 200,00; João Lorenzoni e Filho Ltda Cr$ 200,00; Kepler S.A. Cr$ 200,00; José Dalmolin Cr$ 150,00; Plínio Cortes Machado Cr$ 150,00; Primo Furian Cr$ 100,00; Irmãos Thomé Ltda Cr$ 100,00; Michaelsen Hass Cia Ltda Cr$ 100,00; Supermercado Scheneider Cr$ 100,00; Hopner S.A. Cr$ 100,00; Rubens Almeida Cr$ 100,00; Dr. Luiz Lima Cr$ 50,00; Benjamin Prevedello Cr$ 50,00; Américo Ceretta e Irmãos Cr$ 30,00; Grazziotin Ltda (máquina de escrever portátil no valor de Cr$ 800,00; Curtume Geiss, tapete de couro no valor de Cr$ 300,00; Michaelsen Hass Cia Ltda, impressão convites no valor de Cr$ 1.000,00.
Paróquias
Ajuricaba Cr$ 2.000,00; Alto Alegre Cr$ 2.000,00; Augusto Pestana Cr$ 2.000,00; Barros Cassal Cr$ 2.000,00; Campos Borges Cr$ 1.500,00; Chapada Cr$ 2.000,00; Espumoso Cr$ 2.000,00; Fortaleza dos Valos Cr$ 2.000,00; Ibirubá Cr$ 2.000,00; Nossa Senhora da Natividade de Ijuí Cr$ 2.000,00; Panambi Cr$ 1.000,00; Pejuçara Cr$ 2.000,00; Salto do Jacuí Cr$ 2.000,00; Santa Bárbara do Sul Cr$ 1.200,00; São Geraldo de Ijuí Cr$ 2.000,00; São Pedro do Pontão Cr$ 2.000,00; e Tunas Cr$ 2.000,00.
As paróquias do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora de Fátima de Cruz Alta foram isentas desta importância em virtude de terem sido feitas contribuições através do Livro Ouro nesta cidade e por ter sido toda a festa do Monumento de Fátima de 1971 e trinta por cento da mesma festa de 72 destinada para a instalação da Diocese.
Comunidades religiosas
Hospital Annes Dias de Ibirubá Cr$ 200,00; Administração e Irmãs do Hospital Santa Lúcia de Cruz Alta Cr$ 726,00; Hospital de Caridade de Ijuí Cr$ 150,00; Escola Normal Sagrado Coração de Jesus de Ijuí Cr$ 150,00; Instituto Rural Assis Brasil de Ijuí Cr$ 130,00; Escola São Antonio de Pejuçara Cr$ 250,00; Comunidade das Irmãs de Ajuricaba Cr$ 100,00; Escola Santa Terezinha de Ibirubá Cr$ 100,00; Escola São Luiz de Espumoso Cr$ 200,00; Hospital São José de Chapada Cr$ 150,00; Internato São José de Chapada Cr$ 150,00; Asilo Santo Antônio de Cruz Alta Cr$ 90,00; Instituto Nossa Senhora Medianeira de Soledade Cr$ 154,50; Colégio Santíssima Trindade de Cruz Alta Cr$ 2.753,29; Convento São Geraldo de Ijuí Cr$ 150,00.
Associações religiosas e outros
Senhoras do Apostolado da Oração Cr$ 260,00; Membros da legião de Maria Cr$ 413,00; Dona Clélia Cain S. Neto e outras senhoras Cr$ 250,00.
Outros recursos
A Diocese recebeu valiosa contribuição num montante de Cr$ 27.091,14 dos católicos alemães através do “Adveniat”. Por parte da Diocese de Santa Maria, igualmente recebeu avultada contribuição, pois as taxas diocesanas dos dois últimos anos correspondentes às vinte e cinco paróquias da região foram cedidas para a instalação da Diocese de Cruz Alta.
Ideia global de despesas mais avultadas
A residência episcopal, incluídos muros e calçamento, somou uma despesa para a Diocese de Cr$ 170.000,00. Foram gastos aproximadamente Cr$ 65.000,00 com mobiliamento completo da residência episcopal, carro Volkswagen TL para o uso do Sr. Bispo, instalação e mobiliamento do Secretariado Diocesano de Pastoral e Administração.
8. Organização Pastoral da Diocese nos primeiros anos
O Serviço pastoral se dividia em 13 setores de atendimento, procurando abranger toda a amplitude da vida humana. Cada setor deveria dispor de um grupo de pessoas preparadas e dedicadas; desenvolvendo um trabalho planejado e inteligente. A atual situação da região da nova Diocese de Cruz Alta tinha em funcionamento os seguintes setores de pastoral:
Setor de Catequese, tendo como coordenadora e responsável a Irmã Elizabeth; o setor de Liturgia sendo coordenado pelo Padre Lino Cherubini; o setor de Educação sob a coordenação do Frei Osório Marques; setor das Religiosas sob a coordenação da Ir. Araci Goether; o setor de Saúde, sob a coordenação da Irmã Amélia e o setor das Vocações sob a coordenação do Pe. Domigos Vercelino que trabalhava também neste setor, na Diocese de Santa Maria.
Todo este trabalho Pastoral era coordenado pelo Pe. José Jungblut, também responsável pela preparação e instalação da nova Diocese de Cruz Alta.
As divisões territoriais para o bom funcionamento da pastoral são chamadas Decanatos. São quatro os Decanatos desta região: Cruz Alta, Ijuí, Ibirubá e Soledade. Estes Decanatos reuniam as Paróquias circunvizinhas.
Possuía também a nova Diocese um setor que não sendo de pastoral era também importante para que a pastoral pudesse funcionar, o setor de administração. Este era coordenado e dirigido pela Comissão Pró-Diocese. Após a posse do primeiro Bispo foi criada uma Comissão especial e permanente para os serviços de administração da Diocese.
Havia também o setor de Economia da Diocese, tendo como responsável o Padre Cirilo Basso. O Concílio Vaticano II previu a criação em todas as Dioceses de dois organismos de importância vital. Se trata do Conselho Presbiteral e do Conselho de Pastoral.
O Conselho Presbiterial é composto pelo Bispo e representantes do Clero, eleitos, o qual tem por finalidade o governo da Diocese, enquanto que o Conselho de Pastoral, composto pelo Bispo, Padres, Religiosos e Leigos, tem por finalidade planejar e realizar a presença vida do Evangelho em toda a região e em todos os setores da atividade humana.
9. Territórios e limites da Diocese de Cruz Alta em seus primórdios
Os territórios oficiais da nova Diocese foram todos desmembrados da Diocese de Santa Maria, fazendo parte d diocese nos primeiros anos os municípios de Cruz Alta, Ijuí, Condor, Panambi, Ajuricaba, Santa Bárbara do Sul, Ibirubá, Soledade, Espumoso, Barros Cassal, Fontoura Xavier, Augusto Pestana, Pejuçara – Chapada.
Além destes municípios incluía-se por outros motivos os distritos civis de Vila Joia do município de Tupanciretã, o distrito de Itaúba do município de Arroio do Tigre, o distrito de Maurício Cardoso do município de Arvorezinha.
Estes municípios e distritos cobriam uma área de 15.386 km2. Os limites da nova diocese nos primeiros anos assim estavam determinados:
“Ao NORTE iniciam com as divisas dos municípios de Soledade, Espumoso, Ibirubá, Santa Bárbara do Sul, Chapada, unindo-se rumo a oeste novamente ao município de Santa Bárbara do Sul, por suas divisas e as dos municípios de Condor e Ajuricaba e daí descendo a OESTE pelas divisas dos municípios de Ijuí, Augusto Pestana e os limites civis do Distrito do município de Tupanciretã, denominado Vila Joia (Paróquia de São Pedro do Pontão), até atingir as divisas do município de Cruz Alta descendo por esses, ao SUL até os limites civis do Distrito denominado Itaúba, do município de Arroio do Tigre (Paróquia do Salto do Jacuí), e por esses até as divisas do município de Espumoso e daí pelas divisas dos municípios de Soledade, Barros Cassal, Fontoura Xavier, subindo pelas divisas deste município a LESTE até encontrar novamente as divisas do município de Soledade, até os limites civis do Distrito denominado de Maurício Cardoso do município de Arvorezinha (paróquias de Maurício Cardoso e Nova Alvorada), daí novamente até encontrar os limites do município de Soledade, ponto de início ao norte”.
10. Primeiras Paróquias e Capelas da Nova Diocese
A Diocese de Cruz Alta contava com 26 paróquias e todas elas com número significativo de capelas e locais de reunião e culto. Apenas duas paróquias eram de criação mais antiga; as demais de criação recente a 1973 e, portanto, dispunham de pouca história.
Elenco das paróquias da nova Diocese – 26 Paróquias com 282 capelas
- Divino Espírito Santo de Cruz Alta, criada em 24/10/1832, Capela 14
- Nossa Senhora de Fátima de Cruz Alta, criada em 24/04/1952, Capela 6
- Nossa Senhora da Natividade de Ijuí, criada em 19/01/1896, Capela 17
- São Geraldo Magela de Ijuí, criada em 17/02/1952, Capela 9.
- São José, em Chapada, criada em 09/04/1939, Capela 12
- São José em Pejuçara, criada em 17/03/1934, Capela 10
- Nossa Senhora de Lourdes em Ibirubá, criada em 24/12/1928, Capela 10
- Santa Bárbara em Santa Bárbara, criada em 23/01/1953, Capela 17
- São Pedro Apóstolo em Ajuricaba, criada em 05/03/1919, Capela 19
- São João Batista em Panambi, criada em 02/02/1952, Capela 14
- São Jorge em Espumoso, criada 06/05/1932, Capela 18
- São Pedro Apóstolo em Fortaleza dos Valos, criada em 29/06/1966, Capela 7
- São José de Augusto Pestana, criada em 09/03/1922, Capela 9
- São Pedro Apóstolo em Pontão, criada em 04/04/1938, Capela 7
- Nossa Senhora Navegantes em Salto do Jacuí, criada em 20/10/1968, Capela 6
- São Sebastião em Campos Borges, criada em 24/021959, Capela 7
- Nossa Senhora da Saúde em Sede Aurora, criada em 21/04/1939, Capela 5
- São Marcos de Alto Alegre, criada em 24/02/1959, Capela 11
- Nossa Senhora da Soledade em Soledade, criada em 14/01/1857, Capela 10
- Nossa Senhora Aparecida em Ibirapuitã, criada em 22/02/1962, Capela 15
- Nossa Senhora da Conceição em Tunas, criada em 08/12/1959, Capela 12
- São Miguel em Maurício Cardoso, criada em 17/02/1917, Capela 7
- Nossa Senhora Medianeira em Barros Cassal, criada em 13/05/1953, Capela 8
- Nossa Senhora de Lourdes em Nova Alvorada, criada em 02/02/1960, Capela 8
- Santa Teresinha em Fontoura Xavier, criada em 29/01/1964, Capela 18
- Nossa Senhora do Rosário em São José do Herval, criada em 29/08/1947, Capela 6.
11. Obras e Associações Católicas da Diocese de Cruz Alta em seus primeiros anos
Era missão da Diocese de Cruz Alta animar e aperfeiçoar os trabalhos e serviços prestados por elementos cristãos, associações e congregações religiosas nas diversas localidades de sua jurisdição.
Além destes serviços organizados que abaixo transcrevemos há, sem dúvida, inúmeros outros serviços prestados com dedicação, persistência e autenticidade pelos cristãos da região.
Obras Católicas – Escolas religiosas
Em Cruz Alta – Escola Normal Santíssima Trindade, das Irmãs Franciscanas da Penitência e da Caridade Cristã, desde 1914. Alunos: 1.360. Propriedade da Congregação.
Em Ijuí – Escola Normal S. Coração de Jesus das Filhas do S. Coração de Jesus. Desde 1934. É propriedade da Congregação. Alunas: 661.
Instituto Municipal de Educação Rural Assis Brasil, atendendo no setor feminino pelas Filhas do Amor Divino, desde 1958, com 8 religiosas. O instituto tem 504 alunos e é propriedade da Prefeitura de Ijuí.
Em soledade – Instituto Nossa Senhora Medianeira, das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida desde 1964. Da mesa congregação com 5 religiosas. Atendem 150 alunos.
Em Chapada – Internato São José, propriedade das Irmãs de Nossa Senhora, comunidade instalada em 1938, hoje com 8 religiosas que atendem o Grupo Escolar e Escola Normal do Estado, atingindo 618 alunos.
Em Espumoso – Escola São Luiz das Irmãs de Nossa Senhora, desde 1953. Hoje com 8 religiosas atendendo 309 alunos.
Em Ibirubá – Escola Paroquial Santa Terezinha, pelas Irmãs de Nossa Senhora desde 1935. Hoje com 11 religiosas atendendo 410 alunos.
Em Pejuçara – Escola Santo Antônio, propriedade das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora, desde 1937. Com 5 religiosas atendendo 110 alunos.
Em Panambi – Colégio Normal Nossa Senhora de Fátima, propriedade das Irmãs do Instituto das Filhas de Maria Religiosas das Escolas Pias, desde 1965. Com 5 religiosas atendendo 162 alunos.
Hospitais
Em Cruz Alta – Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, pertence a uma Associação Civil atendendo desde 1927 por religiosas. Hoje as Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora, com 6 religiosas, 108 leitos.
Hospital Nossa Senhora de Fátima, entidade particular, atendido pelas Irmãs do Divino Salvador, com 5 religiosas, 46 leitos. As irmãs atendem desde 1956.
Hospital Santa Lúcia, particular. Atendido pelas Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã, desde 1943. Hoje com 9 religiosas, 50 leitos.
Em Ijuí – Associação Hospitalar de Caridade, de entidade civil, atendido pelas Irmãs Filhas do S. Coração de Jesus desde 1940, hoje com 14 religiosas, 140 leitos.
Em Espumoso – Hospital São Sebastião, das Irmãs de Nossa Senhora desde 1948, hoje com 9 religiosas, 100 leitos.
Em Chapada – Hospital São José das Irmãs de Nossa Senhora desde 1956, hoje atendido por 4 religiosas, 30 leitos.
Em Ibirubá – Hospital Beneficente Professor Annes Dias, atendido desde 1960 pelas Irmãs de Nossa Senhora. Hoje com 5 religiosas e 30 leitos.
Em Santa Bárbara – Hospital Santa Bárbara Beneficente, entidade civil atendido pelas Irmãs do Instituto de Maria SSma. Do Horto, desde 1967. Hoje com 4 religiosas e 11 leitos.
Em Barros Cassal – Hospital de Caridade Nossa Senhora de Fátima, pelas Irmãs Terciárias Capuchinhas de Loano. Hoje com 4 religiosas e 50 leitos.
Conventos
Em Cruz Alta – Asilo Santo Antônio da Sociedade Vicentina, atendido pelas Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora desde 1929. Hoje com 5 religiosas, atende 71 anciãos. É asilo de velhice.
Lar da Menina Nossa Senhora Medianeira, anexa à casa anterior (Asilo), atendido pelas mesmas religiosas. Atende meninas desamparadas (38) desde 1967. Trabalham na obra 2 religiosas.
Creche, com 20 leitos, anexa à mesma obra anterior.
Ensino Superior
Em Ijuí – A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí, antigamente dos PP. Freis Capuchinhos, com aproximadamente 600 alunos. Hoje é propriedade e dirigida por uma Fundação denominada Fidene. Todavia, os Padres Capuchinhos ainda formam grande parte do Corpo Docente. Está situada ao lado do Convento São Geraldo.
Fontes:
Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973
Histórico da Diocese – 1969/1975