Diocese de Cruz Alta

Histórico CDFP

 

 

Histórico do Centro Diocesano de Formação Pastoral

 

Planta do Centro de Formação Pastoral

Em 1973, quando a Diocese de Cruz Alta se organizava, a primeira preocupação de seus responsáveis foi conhecer sempre melhor a realidade e preparar agentes em termos de conteúdo e método, que tivessem condições de responder a esta realidade.

Havia, de fato, uma necessidade urgente da Diocese possuir um local destinado à formação de agentes da pastoral, de animadores de comunidade, de seminaristas; uma estrutura apropriada para sediar cursos, encontros, dias de formação e estudos, catequistas, professores de religião, com vistas à formação de coordenadores de comunidade, reuniões, retiros e que ofertasse uma ambientação propícia para a oração, reflexão e estudos. Não estava excluído que, na casa, se abrigassem também, futuramente, seminaristas da Diocese, que estudavam nos colégios da cidade.

Enfim, o Centro Pastoral serviria a toda promoção humana e cristã, ofertando um pavilhão para salas de reuniões, pavilhão para administração e pavilhões dormitórios.

A materialização deste local era uma grande preocupação do Bispo Dom Paulo Moretto, bem como dos padres e dos leigos engajados.

Em 1974, em uma Assembleia Diocesana, foram aprofundados, debatidos e assumidos os objetivos diocesanos, sendo reafirmado e reassumido a formação de agentes de pastoral. E o crescente número de encontros apenas reafirmava a urgência de construir esse local – a saber, em 1975 a Diocese já havia realizado 21 encontros, atingindo 835 agentes. 

Surgiu daí a ideia de construir um prédio apropriado para esta finalidade. Dom Paulo Morretto, Bispo Diocesano, e o Padre José Jungblut foram os idealizadores do ambicioso projeto.

Dom Paulo Moretto e Padre José Jungblut

O Zeloso e dinâmico colaborador da diocese, o já falecido Sr. João Durigon, se dispôs e doou um terreno de 4 hectares para esta construção, situado na periferia da cidade, BR 158, ao lado da Cepra Tratores.

No ano de 1976 já foram realizados 40 encontros de agentes de Pastoral, onde foram atingidos 1.385 agentes. Esta cifra veio a reforçar o sonho da construção um Centro de Formação Pastoral.

Depois de muito estudo a planta ficou a cargo do arquiteto Dr. Wilson Schmidt, de Ibirubá. Aprovada a elaboração do projeto arquitetônico no mês de maio, as obras foram iniciadas em outubro de 1976, logo após a realização da Romaria de Fátima.

Maquete do futuro Centro Diocesano

 

De imediato o Vigário Capitular Pe. José Jungblut designou o Pe. Wunibaldo Reckziegel para administrar e supervisionar, em nome da Mitra Diocesana, a obra a ser construída. Este já adquiriu o material indispensável para a construção.

Pe. Wunibaldo Reckziegel

A preparação da área a ser construída foi feita pelo serviço de terraplanagem com a valiosa colaboração da Cotricruz e da Prefeitura Municipal de Cruz Alta.

Aos 30 dias do mês de outubro de 1975, Dom Paulo Moretto, juntamente com o Coordenador de Pastoral, o Pe. José Jungblut e as comissões e festeiros do ano, em comum acordo, destinou todo o resultado financeiro da Romaria deste ano para a construção do Centro Diocesano de Formação Pastoral.

A Diocese vinha desde o início economizando recursos para essa empreitada, chegando, um ano depois, à soma de Cr$ 233.000,00. Esta foi uma determinação deixada por Dom Paulo Moretto, no dia 16 de março do mesmo ano, quando fez sua última reunião com todo o clero da Diocese.

Os católicos da Alemanha, através da organização ADVENIAT, enviaram, a título de auxílio, um montante de Cr$ 449.497.20. As 25 paróquias da Diocese fizeram uma promoção significativa no ano de 1976 para a construção do centro, totalizando Cr$ 225.292,00. A Romaria de Fátima de 1976 também teve todo o seu saldo líquido aplicado a esta obra, num total de Cr$ 272.223,58. Outros recursos provieram da venda do carro de uso de Dom Paulo, de donativos de particulares e de receitas diversas. Em resumo, até o dia 31 de julho de 77, foram investidos um milhão trezentos e vinte e oito mil, novecentos e trinta cruzeiros e noventa e dois centavos Cr$ 1.328.930,92.

A primeira etapa de construção consistia na ereção de cinco pavilhões. O pavilhão para reuniões compreendia um salão ara 150 pessoas, mais 6 salas pequenas para reuniões de pequenos grupos, uma sala-capela, dois pavilhões dormitórios, um com dez quartos e outro com dois salões, pavilhão da administração, pavilhão do refeitório, copa e cozinha.

Em outubro de 76 a obra já havia sido iniciada. Foram adquiridos quase 400 mil cruzeiros de material de construção e já estavam lançados os alicerces. No dia de sua inauguração o Centro contaria com 3 pavilhões para dormitórios que comportavam 50 pessoas; um salão de conferências para 150 pessoas, e com salas menores para o trabalho de grupo, comportando 15 pessoas; um refeitório e uma cozinha. Junto a esta construção foi erguido também uma moradia para os responsáveis.

O término da primeira etapa da obra não tinha previsão exata, mas estimava-se que toda essa estrutura poderia ser finalizada no prazo de um ano, o que de fato ocorreu. Nesse meio tempo, todavia, Dom Paulo Moretto foi transferido para a Diocese de Caxias do Sul, e seu substituto, Dom Jacó Higert, incumbiu-se de finalizar o arrojado projeto.

O Jornal Diário Serrano do dia 16 de janeiro de 1977, noticiou que as obras do Centro Diocesano de Formação Pastoral estavam em andamento desde outubro do ano corrente. Aspiração profunda das lideranças da Diocese desde que esta foi instalada, o Centro vinha ganhando corpo. A necessidade de um local de tal natureza se fazia sentir ao vivo, diante de grande dificuldade – impossibilidade até de reunir e alojar pessoas por ocasião de cursos, retiros, encontros e reuniões. Dom Jacó, aliás como já o fazia Dom Paulo, pensava também em alojar no Centro os seminaristas da Diocese. De modo geral, o Centro estaria a serviço da comunidade para tudo que pudesse promover pessoas e comunidades.

De momento, estava em construção a primeira etapa prevista. Um dos pavilhões destinados a alojamento (28,80 x 8,60m) já estava coberto e abrigava os pedreiros; outro pavilhão de iguais dimensões e finalidade, tinha os alicerces já concretados. O pavilhão da secretaria já estava em condições de receber o telhado.

Destacava-se, por suas dimensões, o pavilhão destinado a reuniões. Estava concluída a base do piso e se erguiam as paredes externas que medem 20,00 x 26,40m. Constará de um salão para plenários, seis salas menores e uma sala capela.

Um poço artesiano estava sendo perfurado. As brocas já atingiam 60 metros de profundidade.

O Pe. Wunibaldo Reckziegel, especialmente destacado pela Diocese para dirigir a obra, estava entusiasmado, com a convicção e a competência com que ele se desincumbia da missão que lhe fora confiada.

Segundo o Padre Wuni, como era carinhosamente chamado, já haviam sido investidos na construção, em números arredondados, 700 mil cruzeiros. Esta importância foi dispendida com material e mão de obra do que já se construiu. Havia muito material estocado para o prosseguimento da construção, como telhas, tijolos, madeiras, material elétrico e sanitário, cerâmica, cimento, cal, areia, etc. Para a continuação das obras, havia disponíveis cerca de 140 mil cruzeiros.

Estes recursos procediam das seguintes fontes: economias que a Diocese vinha fazendo havia quatro anos para este fim, contribuição dos católicos alemães, através da instituição ADVENIAT Cr$ 269.000,00; ajuda significativa das paróquias, inclusive venda de chaveiros; algumas doações de vulto feitas por pessoas amigas.

A Romaria ao Monumento de Nossa Senhora de Fátima de 76 também teve papel importante para o bom andamento das obras. Segundo os dados divulgados pelo Padre D. Rubim, em 15 de julho de 1977, do resultado financeiro líquido da presente Romaria, 60% foi aplicado nas obras do Centro (as quotas das paróquias e da Diocese incluídas).

Ao tempo da prestação de contas por parte dos tesoureiros da Romaria do ano anterior, foram entregues para a construção do Centro Diocesano de Formação Pastoral a importância de Cr$ 272,223,58.

Para cobrir despesas restantes da construção do pavilhão do parque do Monumento foram destinados Cr$ 37.222,09, num total de Cr$ 20.000,00. A Romaria de Fátima do ano havia rendido, portanto, cerca de trezentos e trinta mil cruzeiros.

No dia 17 de julho de 1977, o Jornal Diário Serrano noticiava que já estavam em fase de conclusão os seguintes pavilhões do Centro: salão de conferências, recepção e secretaria, dois pavilhões de dormitórios e as dependências da cozinha e refeitório.

Apesar das dificuldades financeiras a Diocese de Cruz Alta continuava disposta a inaugurar o centro no dia 30 de novembro vindouro, por ocasião do Jubileu Sacerdotal (25) de Dom Jacó Hilgert, o Bispo Diocesano, com a conclusão da Assembleia Diocesana. Com efeito, durante os meses de junho e julho a equipe diocesana de coordenação pastoral colheu diversas sugestões, prevendo assim seus primeiros objetivos:

a)    Análise dos 5 anos de Diocese;

b)    Fazer do Jubileu do Bispo um ponto alto da vida da Igreja Diocesana expressa na unidade de fé e ação pastoral;

c)     Oportunizar aos diocesanos sua participação efetiva, assumindo os serviços (tarefas, vocações) na comunidade;

d)     Pela inauguração do Centro Diocesano de Pastoral dinamizar e conscientizar novas vocações sacerdotais e religiosas.

Para pleitear mais recursos para as obras em andamento da Diocese, especialmente o Centro Diocesano, Dom Jacó esteve na Alemanha, na cidade de Schuld, junto ao ADVENIAT. Simultaneamente, estava sendo feito um novo apelo às paróquias para movimentarem toda a comunidade; matriz e capela para se sentirem responsáveis pelo centro. Com efeito, essa participação foi mais significativa e mais coerente com o objetivo diocesano.

No mês seguinte, a 7 de agosto, o padre Wunibaldo, Diretor do Centro Diocesano de Formação Pastoral, tornou público e distribuiu entre os padres da Diocese, reunidos, o primeiro balancete das obras do Centro. Constava que, desde o início da construção, haviam sido gastos CR$ 328.930,92, e foram erguidos os seguintes pavilhões: salão de conferências, recepção, secretaria, dois dormitórios, cozinha-refeitório. Estas unidades estavam em fase de acabamento.

 Os recursos dispendidos vieram das seguintes fontes: Católicos alemães, através da organização ADVENIAT Cr$ 449.497,20; da Romaria de Fátima 76 Cr$ 272.223,58; das paróquias da Diocese Cr$ 225.292,00; da própria Diocese, que vinha economizando para este fim havia quatro anos, Cr$ 233.000,00; da venda do carro VW TL, de uso de Dom Paulo Cr$ 21.000,00; de donativos particulares, juros etc. Cr$ 127.918,14.

Aos padres reunidos, padre Wunibaldo apelou para que cada paróquia emprestasse, de imediato, dez mil cruzeiros, para que o Centro pudesse ser utilizado pela comunidade a partir do dia 30 de novembro.

No dia 27 de agosto de 1977 aconteceu um importante encontro realizado na Diocese de Cruz Alta, nas dependências do salão paroquial de Fátima, que reuniu aproximadamente 120 pessoas das 25 paróquias representadas por Conselhos e Diretorias das Paróquias. A reunião visava realizar uma revisão e um maior esclarecimento de como, de acordo com os estatutos, funcionava um Conselho Paroquial. O encontro teve início às 9h e terminou às 17h. Ao meio-dia, foi oferecido um churrasco aos participantes nas dependências do futuro Centro Diocesano de Formação pastoral, ora em construção.

Foram também colhidas sugestões para a Assembleia Diocesana prevista para os dias 28 e 29 de novembro, no Jubileu de Dom Jacó e inauguração do Centro de Pastoral. O encontro foi coordenado pelo Bispo Diocesano e Coordenador de Pastoral, Pe. José Jungblut.

No dia anterior, no Monumento de Fátima, o Bispo Dom Jacó Hilgert e a Coordenação Pastoral, estiveram realizando um dia de encontro com os vocacionados. Vieram de todas as Paróquias, meninos que estão sendo acompanhados e preparados para o ingresso no Seminário, visando a formação de futuros padres. As coisas estavam correndo tão bem, os ânimos estavam tão positivos que a Diocese já estava contando por certo que, no próximo ano, já estaria acolhendo um grupo de meninos vocacionados nas dependências do Centro Diocesano de Formação pastoral.

A Festa de Fátima de 1977, segundo o balancete do Tesoureiro Jorge Ceretta, teve uma renda líquida de Cr$ 310.893,40. Desta importância, conforme fora previsto, quarenta por cento foram aplicados em obras no Parque do Monumento, num total de Cr$ 124.357,35. Os restantes, sessenta por cento, incluídas quotas destinadas à manutenção da Diocese e das paróquias da cidade, foram aplicados no Centro Diocesano de Formação Pastoral, no montante de Cr$ 185.536,04.

No dia 4 de outubro, mês de sua inauguração, o Jornal Diário Serrano publica matéria anunciando que o Centro Diocesano de Formação Pastoral se encontrava em fase de acabamento de sua primeira etapa, devendo, de fato, ser inaugurado festivamente a 30 de novembro próximo, dentro do programa comemorativo ao jubileu de sacerdócio do Bispo Do Jacó Hilgert.

Finalmente a Diocese de Cruz Alta viria a cobrir essa lacuna estrutural, em virtude da inexistência de um local destinado à formação de agentes de pastoral, animadores de comunidades e, eventualmente, de seminaristas, além da falta de dependências apropriadas para as reuniões de toda a ordem.

No plano financeiro, a Diocese vinha desde o início de sua implantação, economizando recursos para a sua construção, e até a data de 31 de julho do ano corrente, foram investidos mais de 1 milhão e trezentos mil cruzeiros.

Quem fez o milagre de realizar tanto com tão pouco, foi o dedicado padre Wunibaldo Reckziegel, diretor do Centro, que, com a aplicação de sessenta por cento do resultado líquido da 26ª Romaria, além do auxílio liberado pelos católicos alemães, conseguiu concluir definitivamente as obras. Foi valiosa também a colaboração recebida do DAER, através da direção da Residência sediada em Cruz Alta, da Prefeitura Municipal e da Cotricruz, que puseram maquinário pesado a disposição da Diocese, para a realização de serviços de terraplanagem e outros.

Dois dias antes de sua inauguração, foi realizada uma Assembleia Diocesana como atividade inaugural do moderno estabelecimento que estrearia com um total de 1800 metros quadrados de área construída.

No dia da inauguração do Centro Diocesano de Formação Pastoral, 30 de outubro de 1977, o Jornal Diário Serrano fez vultosa cobertura do evento, a qual transcrevemos abaixo:

 

Inaugurado o Centro Diocesano de Formação Pastoral

Foi inaugurada ontem pela manhã, o Centro Diocesano de Formação pastoral, construído na zona leste da cidade. Trata-se de uma obra de alto significado e que servirá para preparar os jovens, dentro do espírito da Igreja Católica. Como frisou o orador oficial da solenidade, Monsenhor José Jungblut, esta, como todas as escolas, tem um mestre, um conteúdo e uma metodologia. O Mestre será Cristo, o conteúdo será a Vida do Povo, sua realidade e a Metodologia para formação dos agentes de pastoral, será “acreditar neles mesmos”.

Depois de citar nominalmente várias pessoas que muito deram em prol da construção desta obra, prestou três homenagens, constantes da inauguração de outras tantas fotografias. A foto de Dom Paulo Moretto, Do Jacó Hilgert e João Durigon, foram colocadas em lugar de destaque do Centro Diocesano.

Logo após, falou o Jubilado Dom Jacó, que agradeceu e homenageou a todos que colaboraram para a construção da obra. Fez uma homenagem especial ao extinto João Durigon. Por fim, anunciou a construção, no ano vindouro, de um pequeno Seminário ao lado do Centro recém inaugurado, para o qual, esperava a colaboração de toda a comunidade.

 

Palavras de abertura de Monsenhor José Jungblut, durante o ato inaugural do Centro Diocesano

 

Estimado Dom Jacó Hilbert, nosso bispo diocesano, senhores bispos, senhores coordenadores diocesanos de pastoral, autoridades civis e militares,

Senhor Prefeito municipal, Senhor deputado, pastores das Igrejas irmãs, prezados colegas presbíteros, reverendas irmãs, agentes de pastoral, participantes da 4ª assembleia diocesana da pastoral, senhores e senhoras.

O Centro Diocesano de Formação Pastoral que, neste momento, o nosso Bispo Diocesano vai, no dia de seu jubileu, solenemente inaugurar, existe porque surgiu como resposta às necessidades percebidas na caminhada da nossa Igreja diocesana, comprometida com a história deste povo.

Este Centro quer ser uma casa de formação. Como toda escola terá: seu Mestre, UM CONTEÚDO, UMA METODOLOGIA. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Quem me segue não anda nas trevas”. Este será o nosso Mestre: Jesus Cristo.

O conteúdo desta escola de formação será A VIDA DO POVO, sua realidade. Vida pela qual um Deus desceu, se encarnou, fazendo-se homem, com o objetivo de trazer ao homem mais vida. Para isso foi enviado por Deus Pai. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor”. Lc 4,18-19.

A METODOLOGIA a ser empregada nesta escola, para a formação dos agentes de pastoral, os mais responsáveis em dar continuidade a missão trazida por Jesus do pai aos homens, será ACREDITAR NELES MESMOS.

Eles serão os sujeitos de sua educação. Acreditamos que eles mesmos serão capazes de descobrir e assumir, livre e conscientemente, sua missão e lugar na Igreja.

Esta descoberta será feita através da análise da vida do povo, a reflexão sobre a ação, e da oração como resposta aos apelos de Deus manifestos, nas alegrias e tristezas, nas angústias e esperanças do homem, que deverão ser as dos discípulos de Cristo, de acordo como o ensino do Vaticano II.

Esta metodologia é o caminho para uma atitude consciente necessária para um assumir, consciente e corresponsável. Isto para nós será um imperativo face ao mundo de massificação e imposição, onde muitos não tem voz e nem vez.

Neste Centro de formação de agentes, o grande objetivo a ser vivido e perseguido, diariamente, é a vida e a salvação do homem todo e de todos os homens. Tudo isto será buscando no grande livro, inspirado pelo próprio Deus.

A Bíblia

A Bíblia que é a experiência de um povo com seu Deus. Esta construção material existe e é a concretização de um sinal da solicitude de um povo de fé, missionário e comprometido com os irmãos. Esta se manifestou na participação e corresponsabilidade. Assim nós contamos com: o trabalho, suor cansaço dos operários. A eles nossa homenagem e gratidão. Em cada tijolo, no cimento, nas aberturas, enxergamos sinais de sua dedicação.

Ao lado do esforçado e dinâmico padre Wunibaldo Reckizegel, que vem não só administrando esta construção, mas trabalhando como colega ao lado dos trabalhadores.

Igualmente reconhecimento a todas as pessoas a comissão organizadora desta inauguração, as pessoas dos círculos bíblicos, grupos eucarísticos, legião de Maria, apostolado da oração, por terem com denodo, aqui prestado serviço. Serviço que com a presença permanente e dedicadas das irmãs Franciscanas, do Colégio da Santíssima Trindade.

Nosso agradecimento aos colaboradores da paróquia de Fortaleza dos Valos, muito solicitados e muitos pontos em responder. Nossa gratidão a presença dos padres e das paróquias da nossa Diocese.

Reconhecimento ao nosso esforçado, dedicado Engenheiro Dr. Wilson Schmidt, especial gratidão aos católicos alemães que, através do ADVENIAT, estão aqui presentes.

Precisamos registrar ainda a colaboração e daí nosso reconhecimento pelo apoio recebido da Cotricruz, Prefeitura Municipal de Cruz Alta, DNR, DAER, CRT, CEEE e da Coprel de Ibirubá. Ao Diário Serrano, pela constante cobertura. Enfim, nossa gratidão a todas as pessoas e entidades que de uma maneira ou de outra, pelo serviço e auxílio aqui deixaram algo de si.

Três homenagens, neste dia, a três presenças. Nossa homenagem à presença de Dom Jacó – Homenagem de sua Igreja pelo se jubileu. Dom Jacó, o ano em que o Senhor entrava nos 25 anos de sua total opção de fidelidade e serviço à Igreja – sua vida começou a ser presença na Igreja Particular de Cruz Alta.

Nossa homenagem ao Dom Jacó está ligada com a presença da MÃE. De sua mãe Otilia Ana que lhe gerou a vida, que lhe comunicou a fé, que cultivou a sua vocação. A sua mãe Maria, a quem aprendeu amar no colo de sua mãe Otilia e que lhe foi apontada como mãe. “Eis a tu Mãe”.

E ainda a mãe Igreja que o gerou pelo batismo, filho de Deus a que se consagrou a 25 anos e a quem assumiu em Cruz Alta a 3 de outubro do ano transcurso quando lhe apresentamos a Igreja particular de Cruz Alta dizendo: “Dom Jacó, eis a sua Mãe”.

Que a sua presença neste Centro Diocesano de Pastoral sempre lhe traga alegrias e esperanças e que, como Bispo, possa neste Centro, ser o grande Evangelizador e animador da fé, da verdade, da justiça e da fraternidade.

Nossa homenagem a presença de Dom Paulo. Dom Paulo, você começou a caminhar conosco. Soube unir a figura e presença do Bispo, revestido de autoridade e responsabilidade apostólica com a presença calorosa e afetiva de um amigo. Sua presença foi semelhante à de um humilde e apressado semeador. Você passou rápido, mas os sulcos de seus pés permaneceram. Queremos deixar, neste Centro, a sua fotografia a nos olhar e lembrar sempre a necessidade de conhecer a realidade, de analisá-la com Espírito Santo, à luz do Evangelho, para descobrir uma ação adequada para transformá-la.

Seu olhar sempre nos há de recordar seu ideal: Ser Bispo de uma Igreja viva, corresponsável, capaz de tornar os homes mais fraternos pela vivência da justiça e da austeridade cristã.

Nossa homenagem a presença do saudoso amigo João Durigon. A imagem de um pai se grava no coração do filho de maneira mais vida do que a de uma fotografia. O quadro com a fotografia de João Durigon aqui vai ser colocada para as gerações futuras, pois em nós que sentimos o calor de sua fé, amizade e espírito apostólico a sua imagem jamais de apagará.

Ele é uma presença dentro de nós. Foi no ano de 1974 que João Durigon começou a manifestar a Dom Paulo e a nós o seu sonho de tomar a frente para que a Diocese tivesse um Centro de Formação para agentes de pastoral e futuros presbíteros. E tivemos a ideia de trazê-lo para este local que ele generosamente nos ofertou. João Durigon continua sua presença e vida entre nós.

Temos certeza de que hoje ele, junto ao pai Eterno, cantou conosco “Deus Eterno a vós louvor”.

Ao concluir queremos informar que na construção de nosso Centro Diocesano de Formação pastoral até a data de hoje foram gastos Cr$ 1.922.000,00.

 

Carta de despedida de Dom Paulo Moretto

 Não podendo encontrar-me pessoalmente com todas as comunidades da Diocese para despedir-me, escrevo esta carta.

Agradeço ao Senhor que me concedeu caminhar junto convosco por três anos como vosso Bispo. Percorremos uma etapa do caminho de nossa existência e da construção do Reino. Neste momento de despedida se torna viva a lembrança dos dias passados, das dificuldades enfrentadas. Ao mesmo tempo vemos quantas esperanças e quantos desafios e como uma longa caminhada ainda aguardam a Igreja de Cruz Alta. Quisera ainda continuar no vosso meio. Mas quem escolhe o lugar no edifício não é a pedra e sim o arquiteto. E a pedra que serve de fundamento já não ocupa um lugar mais alto. Como bispo estive numa situação privilegiada, pois pude entrar em contato com as várias comunidades que constituem a família diocesana. Vi de perto seus valores, seus planos e seus problemas.

Diversidade de Ministérios

Esta caminhada da Igreja diocesana foi enriquecida porque caminhamos juntos. Como é bom sermos muitos os que caminha e termos cada um algo de próprio para dar e repartir. Assim pudemos tomar várias iniciativas promissoras e enfrenta as dificuldades com solidária coragem. Como foram abençoados os inesquecíveis dias de encontro e estudo, quando a generosidade dos que querem servir buscava aperfeiçoamento quanto ao conteúdo, ao modo de trabalhar e na troca fraterna de experiências. Para que estes encontros se possam realizar de modo mais frutuoso será construída na sede da Diocese a Casa de Formação pastoral. Deixo meu apelo à generosidade de todos para que o mais cedo ela se torne realidade.

Participação corresponsável

O que nos ajudou a encontrar o melhor caminho foi a disponibilidade das comunidades em participar de modo corresponsável. As reuniões nas capelas e nas paróquias, nas regiões de pastoral, nas assembleias regionais e diocesanas foram expressão do desejo de pôr a serviço dos irmãos a inteligência iluminada pela fé e animada pelo amor. A participação na fase de análise dos problemas nos uniu, nos comprometeu e nos deu realismo. As decisões tomadas em conjunto constituíram a base sólida do trabalho a ser realizado e do caminho a ser percorrido.

A criação e animação de organismos de corresponsabilidade, como os conselhos de pastoral, garantiram diálogos e participação mais constantes. Certamente ainda falta muito para que, na Igreja de Cruz Ata, a atitude de participação seja habitual e fácil.

Os grupos menores facilitam a vida fraterna na Igreja. O conhecimento mútuo, a possibilidade de diálogo, a palavra de Deus, viva, porque adaptada às circunstâncias concretas, são valores inestimáveis dos círculos bíblicos, dos grupos eucarísticos e de toda a atividade pastoral que busca promover intensa comunicação entre as pessoas. Estes grupos menores criam ambiente para uma pastoral ais viva, comunitária, corresponsável e participada.

Iniciativa e planejamento

Nossa caminhada nestes três anos não foi entregue ao espontaneísmo que deixa as coisas acontecerem, nem ao comodismo que busca o que é mais fácil. Procuramos ter sempre diante de nós a meta a alcançar, a missão a cumprir.

Quanta energia dispensamos em planejar nossa ação pastoral. Sabíamos que não basta caminhar, mas que é preciso trilhar o caminho certo. Mais, nossas forças são limitadas e o tempo urge. Apesar de ser fundamental caminhar sabendo o que se quer, neste ponto encontramos dificuldades. Muitas vezes os planejamentos foram elaborados por poucas pessoas, com participação da comunidade. As decisões não foram suficientemente comunidades nos companheiros de caminhada. A falta de perseverança e a pressa em ver frutos não nos deixaram progredir. Para cumprir a missão que nos foi confiada é necessário buscar não o que é fácil, nem o antigo, em à moda, as o que nos conduz ao fim proposto.

Caminhar no mundo humano

Procuramos caminhar com a família humana participando de suas esperanças, alegrias, ansiedades e sofrimentos. É na caminhada por este mundo passageiro que deve ser constituída a família de Deus. Aqui deve reinar a fraternidade que terá sua plenitude na Casa do Pai. Por isso lutamos para construir um mundo mais fraterno, com estruturas mais humanas, mais justas e menos opressivas. Procuramos ser fraternos não só na mesa da Eucaristia, mas na mesa da família, do trabalho e da sociedade. É falso repartir o pão da Eucaristia e não repartir o pão de trigo; beber o cálice do Senhor e se recusar a beber a parte de sacrifício que comporta a construção de um mundo novo. O que nos iluminou e animou nosso caminhar foi a esperança do fim que nos aguarda; a plane a feliz comunhão de todos os homens com o Pai; a certeza da presença permanente e atuante do Senhor em nosso meio.

Em nossa região, nos vemos cercados por um grande progresso material. Os campos de trigo e soja se ampliam. Os tratores e colheitadeiras multiplicam o trabalho. Os graneleiros pontilham nossas estradas e cidades. Os campos de pastagens artificiais e o gado são sinais de abundância. Em contraste, as pequenas propriedades desaparecem. As indústrias diminuem. O êxodo rural aumenta, significando muitas vezes marginalização humana, desenraizamento cultural, pobreza e miséria. Quase todas as cidades de nossa Diocese nos mostram estas feridas. Diante desta realidade nos perguntamos: qual a situação de nossa fé que nos diz todos sermos irmãos, filhos do mesmo Pai, que temos a mesma origem e o mesmo destino? Quantos irmãos nossos se encontram à margem da vida e não caminham junto conosco? Porque não encontramos nós o modo de repartir com eles o trabalho? E de usufruirmos em comum os frutos do esforço comum? Não basta termos compaixão. É urgente descobrirmos formas concretas, ainda que humildes e provisórias, de integrar nossos irmãos na comunidade eclesial e na comunidade humana.

Não é na abundância de bens materiais que se encontra a salvação, mas na abundância de fé, de fraternidade e nos espíritos de contínua conversão.

A importância da família

Experimentamos muitas vezes de maneira estimulante e outras de maneira trágica e dolorosa a importância da família na caminhada da comunidade humana e eclesial. Sem o apoio discreto e basilar da família como é difícil a formação de pessoas, a transmissão viva e profunda dos valores do Evangelho e esmo a construção da sociedade. Mais, a família no plano do Criador está destinada a ser fonte de muitas alegrias no longo do caminho da vida; a alegria do amor honesto e santificado; a alegria do serviço e do compartilhar; a alegria do sacrifício; a alegria de ver o crescimento dos que amamos. Sem um trabalho perseverante em favor da família lhe faltará ambiente e estímulo onde possa crescer e frutificar. Muito pouco do que sonhávamos foi realizado neste campo. Que o Senhor dê a todos os casais e a todas as famílias a mais profunda alegria e que este dom os disponha para um trabalho para revalorizar e defender este presente de Deus que é a família. Trabalho a ser realizado em conjunto em vários níveis e em pequenos grupos.

Oportunidade aos jovens

A Igreja como Povo de Deus a caminho do Reino deve renovar-se através das gerações humanas. É uma lei de subsistência e de vida. Impressiona em nossa Diocese o grande número de jovens disponíveis para o trabalho e sensíveis aos valores humanos e religiosos. Diante de um mundo marcado pelo mercantilismo, pelo materialismo e pelo hedonismo, os jovens vivem na expectativa de um mundo novo. As falsas novidades, as ideologias ateias e certos misticismos bem de pressa deixam transparecer seu vazio e seus frutos que são amargura e desilusão.

Nossa maior preocupação em relação aos jovens e a comunidade eclesial é a de saber se nela se encontram suficientes pessoas adultas que saibam amar e compreender a juventude e descortinar-lhe uma visão cristã do mundo e da Igreja. Também neste campo as possibilidades são grandes e é urgente um trabalho organizado e flexível. Não movimentos festivos. Não espiritualidade alienada. Espaço de liberdade e coragem para não serem os grupos de jovens manipulados por sistemas ideológicos. Aos jovens da Diocese, especialmente os que conhecem meu trabalho apostólico, deixo um adeus cheio de esperanças. Reine entre vocês a verdade, a amizade, a fé e a confiança no Senhor Jesus. Que o diálogo e a amizade com os adultos sejam buscados por vocês e assim se multipliquem as forças e a alegria. Não se constrói em sonhos um mundo novo; portanto, estejam dispostos a pagar seu preço.

Presbíteros e religiosos

Entre os vários serviços necessários para construção da comunidade eclesial, destacam-se o ministério presbiteral e dos religiosos. Como somos gratos aos sacerdotes e religiosos que “carregando o peso do dia e do calor” animam as várias comunidades e os vários setores de trabalho.

Ao partir vos relembramos que no desempenho do vosso trabalho jamais vos encontrais sós. O Senhor está convosco. Ele, que segundo o poder que opera em nós, é capaz de fazer um bem infinitamente maior do que tudo o que podemos conceder.

A união fraterna, fruto dum trabalho constante e paciente, é para nós penhor de vitória. É no amor que devemos superar nossas fraquezas. Relembramos às comunidades: eles são responsáveis por vós e vós por eles. Vossa amizade, estímulo e apoio os ajudarão a serem ministros do Senhor, como vós necessitais. Só neste ambiente poderão despertar e frutificar novas vocações para o ministério presbiteral e para a vida religiosa.

Ao partir agradeço toda a bondade com que fui recebido, a colaboração e confiança em mim depositada. Peço perdão a todos que não servi como era meu dever ou aos que magoei por minhas atitudes, meus pecados e meu temperamento.

Continuaremos unidos porque empenhados na mesma causa, ainda que em diferentes pontos de trabalho. No meu sucessor tereis o pastor que o Senhor da messe enviar. Recebei-o com amor e assim ele poderá cumprir melhor sua missão Nada compromete tanto quanto o amor. E agora vos confio ao Senhor e à palavra de Sua graça, Àquele que é poderoso para edificar e levar a bom termo a obra por Ele começada. Que Ele vos abençoe e vos guarde, vos ilumine e vos fortaleça, vos dê passar nesta vida fazendo o bem e chegar à vida eterna.

Que a Santa Virgem Maria vos dê a disponibilidade necessária para a realização das maravilhas de Deus. E eu vos abençoo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

 

Paulo Moretto, que foi bispo de Cruz Alta

Cruz Alta, 14 de março, segundo domingo da

quaresma do ano de 1976

 

Presenças

Muita gente presente aos festejos. Destaque especial para Dom Vicente Scherer, Arcebispo Metropolitano, para os Bispos Dom Paulo Moretto, Dom Benedito Zorzi, ambos de Caxias do Sul, Dom Ivo Lorscheiter de Santa Maria e Secretário da CNBB, Dom Stanislau Kreutz, de Santo Ângelo Dom Urbano Algayer, de Porto Alegre, Dom Augusto Petró, de Uruguaiana, Dom Alberto Etges, de Santa Cruz do Sul, além de muitos sacerdotes da região. Das autoridades civis, General Hyran Ribeiro Arnt, Cel. Newton Alvarez Rodriguez, Cel. Murilo Castro, Dr. Guido Welter, Juiz de Direito, Dr. Ntenor Renato Dornelles Santos, Deegado da Ciretran, Hilda Durigon, Delegada de Educação, Dr. Humberto Ferreira da Silva, Vice-prefeito, Prefeito Carlos Schmidt, vereador Antonio Roza, Presidente da Câmara.

 

Churrasco

 Foi, logo após a solenidade, oferecido um churrasco aos convidados especiais e a todos os presentes, durante o qual falou, em belo improviso, o vice prefeito Humberto Ferreira da Silva, em nome do município.

 

Jubileu Sacerdotal de Dom Jacó

Integrando os festejos dos 25 anos de sagração sacerdotal de Dom Jacó Hilgert, Bispo de Cruz Alta, foi inaugurado ontem pela manhã, o Centro Diocesano de Formação Pastoral. Um dos momentos culminantes da inauguração foi a homenagem prestada aos Bispos Dom Paulo Moretto e Dom Jacó Hilgert e ao extinto João Durigon, com a colocação de sua foto em lugar de destaque, como se vê na foto colhida por Toledo.

Bispos no Jubileu dos 25 anos de sacerdócio de Do Jacó

Monsenhor José Jungblut

Bispo Dom Paulo Moretto

No primeiro ano do Centro Diocesano de Formação Pastoral, ele funcionou como casa de curso e no segundo ano já acolheu seminaristas.

Nos três primeiros anos residiram duas irmãs que estavam ligadas a comunidade do Colégio Santíssima Trindade. E para atender aos seminaristas foi designado o Frei Lotário. A direção era constituída pelo Diretor geral, Padre José Jungblut; um assistente dos seminaristas, padre Flavio, ajudado pela irmã Renata do STS; a administração da cozinha pertencia a irmã Alicia e coordenadora dos cursos irmã Zelia.

Com o grande objetivo de “formar agentes para transformar a realidade”; de 1978 a 1983 passaram pelo Centro 7.120 cursistas.

Em março de 1978, o Centro Diocesano de Pastoral de Cruz Alta estava abrigando 27 seminaristas de 10 a 19 anos, oriundos dos municípios de Cruz Alta, Espumoso, Chapada, Sobradinho, Ajuricaba, Pejuçara, Maurício Cardoso, Barros Cassal e Soledade. Estes alunos cursaram normalmente as aulas de 1º grau na Escola Polivalente e de 2º grau na Escola Estadual Annes Dias. Do 1º grau haviam 17, e do 2º grau eram 10.

Os estudos complementares de formação religiosa eram realizados no próprio centro, sob a direção do frei Lothário Neumann, com a colaboração das irmãs Lourdes Kraemmer e Irene Wohlfart. Após a conclusão do 2º grau em Cruz Alta, os seminaristas complementaram os cursos necessários para a ordenação de padres em Viamão. Neste Seminário maior, os alunos frequentaram o curso de Filosofia com 3 anos de duração e de Teologia, com 4 anos.

Neste período o Centro mantinha duas escolas: Escola diocesana, uma para catequistas, e outra para animadores de comunidade que funcionavam em quatro etapas no período de férias.

O centro diocesano estava dividido em seus pavilhões, três para dormitórios dos cursistas, seminaristas e irmãs, um salão de conferências, salinhas anexas para trabalhos em grupos, um pavilhão de administração, um residencial e um para refeitórios e cozinha. Estava também sendo construído mais um pavilhão com dois andares a fim de acolher melhor os seminaristas, totalizando 8 hectares de terra, 4 doados pelo falecido João Durigon e 4 comprados pela diocese. Fora as partes construídas, o restante está ocupado com plantações, animais para ajudar a manutenção dos seminários.

Durante anos funcionaram os cursos para diversos setores pastorais da Diocese. Foram eles: Pastoral da juventude, Pastoral da Família, pastoral da CEBS, comunidade eclesiais de base, promoção humana e outros, Reunião interdiocesana.

Nos primeiros dez anos, a Diocese trabalhou muito pelas vocações sacerdotais, com isto foram ordenados dois padres, mais 4 seminaristas que estavam cursando Teologia na PUC; 13 seminaristas cursando Filosofia em Viamão; mais 28 seminaristas no 2º Grau no colégio Prof. Annes Dias em Cruz Alta e ainda outros no primeiro grau no seminário de Pejuçara.

 

Sobre a Formação Seminarística na Diocese de Cruz Alta

Tendo sido desmembrada da Diocese de santa Maria, a Diocese de Cruz Alta manteve a formação conforme vinha sendo feita naquela Diocese até o ano de 1979, quando inicia uma nova experiência, com a ideia de manter os seminaristas mais próximos da realidade da Diocese.

A primeira experiência foi o Seminário João XXIII, inaugurado junto ao Centro Diocesano de Formação Pastoral, em Cruz Alta, numa adaptação do último dormitório. No primeiro ano este Seminário acolheu tanto os membros do 1º como do 2º grau, quando o reitor foi Frei Lotário Newmann.

No ano seguinte, quando o reitor passou a ser o Pe. Luiz Bruno Kolling, este seminário acolheu apenas os meninos do 2º grau e os do 1º grau passaram para Seminário Menor Divino Mestre, em Pejuçara, tendo como reitor o Pe. Pedro Rubin.

O Seminário João XXIII funcionou até o ano de 1987, sempre com o 2º grau e alguns fazendo o supletivo, tendo como reitores: o já citado Pe. Luiz Bruno Kolling (1980 e parte de 81), Pe. Antonio Marcos Fábris (outra parte de 81), Pe. Flávio Antonio Rohr (1982), Pe. Aloísio Weber (1983-1985), Pe. Leonardo Lunkes (1986), e Pe. Eraldo Paulus (1987). Em 1982 foi construído um prédio novo, ao lado do refeitório do Centro de Formação pastoral, para acomodar melhor os seminaristas.

O Seminário Divino Mestre, com o 1º grau funcionou até o ano de 1985, com o Pe. Pedro Rubin sendo o reitor até 1984, e o Pe. João Sênio Wickert no ano de 1985. Depois disto este Seminário ficou fechado por dois anos (1986 e 1987), sendo que os meninos foram orientados a fazer o primeiro grau em suas próprias famílias e comunidades.

Assim a formação de 1º grau foi extinguindo, permanecendo alguns junto com os de 2º grau até o ano de 1995, por terem extrema dificuldades de fazer este estudo em casa, junto às suas famílias.

Em 1988, o 2º grau foi transferido totalmente para Pejuçara, sendo reaberto o Seminário Divino Mestre, que funciona até os dias de hoje, sendo os reitores: Pe. Eraldo Paulus (1988), Pe. Luiz Bruno Kolling (1989-1995), Pe. Odilar Vargas (1996), Pe. Cléverson Portoland (1997). Em março de 1993 foi inaugurado o novo prédio deste Seminário, substituindo o prédio do Colégio das Irmãs que tinha sido adaptado e serviu como seminário até o ano de 1997.

Já os estudos filosóficos foram feitos até 1983, na FAFIMC, no Seminário Maior de Viamão, com a assistência dos padres da Diocese de Santa Maria, sendo que já neste ano (1983) se inicia uma experiência com estes estudos na Faculdade Dom Bosco, em Santa Rosa, morando esta turma no Seminário Adolfo Galas, em Santo Cristo, com a assistência dos padres da Diocese de Santo Ângelo. Esta nova experiência durou até 1989.

Outra experiência foi iniciada em 1988, quando foi reaberto o Seminário João XXIII, em Cruz Alta, agora para estudantes de 3º grau e supletivo, sendo que os estudos eram feitos na Faculdade de Filosofia da Unicruz, primeiro Estudos Sociais e depois Letras, com a assistência do Pe. José Jungblut, e durou até o ano de 1992. Paralela a esta experiência, alguns seminaristas foram fazer a Faculdade Integrada de Filosofia/Teologia, no Colégio Maximo Palotino, em Santa Maria, morando no Seminário João maria Vianey, com os seminaristas e a assistência da Diocese de Santa Maria.

Em 1993, os estudos de Filosofia voltaram a ser feitos na FAFIMC, no Seminário Maior de Viamão, como continua até os dias de hoje. Foram assistentes: Pe. Wunibaldo Antonio Reckziegel (1993-1996), e o Pe. Odilar Vargas (1997).

Os estudos de Teologia foram feitos até 1984, no ITCR da PUC-RS, em Porto Alegre, sendo que os seminaristas moravam no Seminário Maior de Viamão com a assistência dos Padres da Diocese de Santa Maria. Neste mesmo ano (1984) já começa uma nova experiência no IMT – Instituto Missioneiro de Teologia, em Santo Ângelo, que está continuando até os dias de hoje, sendo interrompida apenas em 1996, quando lá não tivemos nenhum aluno. Lá os seminaristas moravam nas vilas e eram assistidos pela Diocese de Santo Ângelo, até 1991. Em 1992 e 1993 moravam em Coronel Barros, sendo assistidos pelo Pe. João Sênio Wichert. Em 1994 e 1995 moravam em Augusto Pestana, sendo assistidos pelo Pe. João Alberto Bagolin.

Atualmente, em 1997, moram no bairro Subuski, na “Residência do Teologado de Cruz Alta em Santo Ângelo” tendo como assistentes o Pe. Flávio Antonio Rohr.

Simultaneamente, em 1993, uma outra turma inicia os estudos de Teologia na Faculdade de Teologia de Viamão, que continua até hoje, com a assistência do Pe. Wunibaldo Reckziegel (1993-1996) e o Pe. Odilar Vargas (1997). Já o2º grau era feito no Seminário Divino Mestre, em Pejuçara. A Filosofia no Seminário Maior de Viamão, e a Teologia, no IMT em santo Ângelo.

Por fazer parte da estrutura diocesana, a utilização do Centro Diocesano de Formação Pastoral sempre foi intensa, pois é o local de encontros de Presbíteros, Seminaristas; Cursos (Teologia Pastoral, Lideranças Leigas e Ministérios leigos), Pastorais e Movimentos.

Seu Administrador atual é o Padre Aldecir Corassa, e a Secretária Sirlei Varonese. Ao fim das restrições da pandemia o Centro retornará ao seu horário de atendimento habitual, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

 

Fontes:

Jornal Diário Serrano, 3, 10 e 12 de outubro de 1976

Arquivo Mitra Diocesana 25º Romaria de Fátima de 1976

Jornal Diário Serrano, 16 de janeiro de 1977

A Voz da Diocese – junho/julho de 1977

Jornal Diário Serrano, 17 de julho de 1977

Jornal Diário Serrano, 7 e 27 de agosto de 1977

Jornal Diário Serrano, 1º de setembro de 1977

Suplemente Especial da Revista Rainha, outubro de 1977

Jornal Diário Serrano, 4, 16 e 30 de outubro de 1977

Jornal Diário Serrano, 1º de dezembro de 1977

Jornal Diário Serrano, 30 de março de 1978

Jornal Diário Serrano, 30 de janeiro de 1983

Histórico da Diocese 1977 a 1944

Albertoni, Claudino Antonio & Pe. João Alberto Bagolin. Diocese do D.E.S. de Cruz Alta – 25 anos. Espumoso: Gráfica Líder. 1998

Albertoni, Claudino. A Diocese de Cruz Alta em fatos. Espumoso: Gráfica Líder. 2005

 

 

 

 

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