Diocese de Cruz Alta

Histórico do Bispado

 

 

Histórico do Bispado

A história do Bispado – residência episcopal -, remonta a própria história da Diocese. Em 1967, autoridades civis e militares enviam uma carta para as autoridades eclesiásticas da CNBB-Sul 3, revelando o anseio de criar uma diocese sediada em Cruz Alta. Em 1º de janeiro de 1969 foi criado o Vicariato Episcopal de Cruz Alta, no intuito de preparar a futura diocese. E em 1º de julho de 1969, o plano de criação da nova diocese de Cruz Alta teve a aprovação unânime do Episcopado do Regional Sul 3 da CNBB, reunido no Seminário de Viamão.

Consta na carta de Luiz Victor Sartori, Bispo de Santa Maria, datada de 7 de julho de 1969, que, uma vez aprovado o plano de criação da nova Diocese, os componentes da Diretoria da Matriz-Episcopal de Cruz Alta assumem o compromisso de mobilizar e reunir meios para a construção e/ou aquisição da futura residência do Sr. Bispo e sede do Bispado, posto que esta apresentação ao Episcopado é condição básica para qualquer medida concreta neste sentido.

A construção somente não teve início imediato visto a incerteza sobre o que a Exma. Nunciatura Apostólica pensava a respeito da instalação da nova Diocese. Constava que o Sr. Núncio Apostólico anterior, solicitara que antes que fosse criada qualquer outra diocese no Rio Grande do Sul, fosse feita uma reformulação de limites entre todas as dioceses. Nada, porém, disto constando por escrito, ninguém se sentia autorizado a promover o respectivo estudo. E com isto, deu-se a demora.

Em 7 de fevereiro de 1970, Dom Luiz Victor Sartori nomeou a Comissão Pró-Bispado de Cruz Alta, composta de elementos da cidade de Cruz Alta e representantes das demais paróquias do Vicariato, que muito trabalhou para adquirir um espaço físico adequado para a instalação da Cúria Diocesana e a Secretaria Administrativa.

Planta do prédio

A Diretoria da Paróquia do Divino Espírito Santo estava interessada em um imóvel situado na Rua Duque de Caxias, n. 729, pertencente a Sociedade dos Padres Palotinos. Por fim chegou-se à proposta irrecusável no montante de 40 mil cruzeiros novos. A Paróquia pagou 20 mil cruzeiros novos, e a Comissão 20 mil. Era um pequeno sobrado, cuja parte térrea foi adaptada para o funcionamento da Cúria e da Mitra Diocesana, base da estrutura pastoral e administrativa para a futura instalação da Diocese. Concomitantemente, com a colaboração das Paróquias e municípios, estavam sendo recolhidos todos os dados necessários à formação do processo que logo seria enviado à Nunciatura Apostólica e à Santa Fé.

De acordo com resolução tomada em reuniões do clero do Vicariato de 15/06/1970 e 1º/09/1970, em reunião dos representantes credenciados das paróquias do Vicariato de 4/07/70, bem como em reuniões da Comissão Central de Cruz Alta, de 29/06/70, de 3/11/70 e 30/11/70, não obstante a votação em contrário feita por um grupo de sacerdotes a 18/11/70, a construção da residência episcopal foi iniciada em dezembro de 1970, em terreno já pertencente à Mitra Diocesana – em tempo, o referido terreno, situado na Rua Venâncio Aires, 810, foi doado pela extinta Associação Cristã de Moços.

Como foi estabelecido em reunião dos representantes credenciados das Paróquias a 4/07/70, a contribuição das Paróquias para a construção da residência episcopal, a perfazer uns 30 ou 40$ do custo total, foi, na média de Cr$ 2.000,00 por paróquia. Dada a urgência da obra, os custos não foram cobertos apenas pelas duas paróquias da cidade de Cruz Alta, mas com o auxílio de toda a futura diocese.

Em abril de 1971, foi firmado o contrato para a construção da residência episcopal entre a Comissão Central Pró-Bispado de Cruz Alta e a firma Serra Construções Ltda, dirigida pelo eng. Nilo Schroeder.

Assim que o edifício Marajá – velha construção que havia no local – foi totalmente demolido, teve início a construção, com o lançamento da pedra fundamental.

Em maio de 1971 a construção da sede do Bispado teve início. Descrita como simples e funcional, sem qualquer característica de luxo, a estrutura não visava ser apenas a moradia do Bispo Diocesano, mas a sede de atendimento da autoridade diocesana, moradia de auxiliares do governo diocesano, local de reuniões, bem como de acolhimento e hospedagem de sacerdotes, visto que, se fosse apenas para o Bispo morar, bastaria um simples apartamento.

A responsabilidade principal da construção coube ao povo cruz-altense, distinguido com a honrosa escolha da sede de uma nova Diocese, e as subscrições estavam em andamento, oscilando as ofertas pessoais do Livro de Ouro – até então -, entre Cr$ 5.000,00 a Cr$ 1.000,00.

Em entrevista para o Jornal Correio Serrano de Ijuí, de 8 de maio de 1971, Monsenhor Frederico Didonet, Vigário Episcopal de Cruz Alta, explicou que “para o funcionamento de alguns serviços da Cúria Diocesana, já há mais de ano, foi adquirido o edifício da Sociedade Vicente Palotti, onde funciona também a casa paroquial da Paróquia do Divino. Para a residência episcopal, está em construção um prédio de alvenaria, que será feito por empreitada global pela firma Serra Construções Ltda, dirigida pelo engenheiro Nilo Schroeder. A construção será sem qualquer luxo, embora sólida e perfeitamente adaptada às suas finalidades. Ela terá a colaboração de todas as paróquias da futura diocese, embora o maior encargo seja da comunidade católica da cidade de Cruz Alta, sede da futura diocese”.

No Jornal Diário Serrano de 22 22 de maio de 1971, Monsenhor Didonet afirmou que a construção da sede do novo Bispado já havia sido iniciada. Simples e funcional, não será apenas a moradia do Bispo Diocesano, mas também a sede de atendimento da autoridade diocesana, moradia de auxiliares do governo diocesano, local de reuniões, bem como de acolhimento e hospedagem de sacerdotes.

A renda apurada na Romaria ao Monumento de Fátima de 1971, no total de Cr$ 90.610,32, foi aplicada integralmente em benefício da nova Diocese, para custear as despesas da residência do primeiro Bispo de Cruz Alta.

O Bispado foi concluído em 1973. Aliás, deve-se toda a estrutura material da Diocese de Cruz Alta, no referido ano – segundo matéria publicada no suplemento especial do Diário Serrano de 28 de janeiro de 1973 -, a colaboração generosa prestada por toda a comunidade católica da região, que possibilitou a montagem da estrutura material básica para o bom funcionamento da igreja local.

Foi este esforço comunitário que possibilitou a construção da residência episcopal, da Secretaria Diocesana de Pastoral e Administração com todas as suas dependências.

A residência episcopal incluídos muros e calçamento somou uma despesa para a Diocese de Cr$ 170.000,00. Foram gastos aproximadamente Cr$ 65.000,00 com mobiliamento completo da residência episcopal, carro Volkswagen TL para o uso do Sr. Bispo, instalação e mobiliamento do Secretariado Diocesano de Pastoral e Administração.

Fonte:

Histórico da Diocese – 1969/1975

Jornal Diário Serrano, 18 de abril de 1971

Jornal Diário Serrano, 21 de abril de 1971

Jornal Diário Serrano, 18 de maio de 1971

Jornal Correio Serrano de Ijuí, 8 de maio de 1971

Jornal Diário Serrano, 22 de maio de 1971

Jornal Diário Serrano, 27 de outubro de 1971

Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973

Albertoni, Claudino Antonio. A Diocese de Cruz Alta em fatos.

Espumoso: Gráfica Líder. 2005.

 

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