Diocese de Cruz Alta

Apresentações

 

 

Estimados diocesanos e diocesanas

 

Com muita alegria, dispomos, através de um escritor e artista, o Sr. Henrique Madeira, a história dos cinquenta anos de nossa Diocese de Cruz Alta. Ela foi instalada no dia 28 de janeiro de 1973 e, até hoje, não temos ainda uma história escrita. Muitas serão as obras que são indicadas para nós olharmos, nos nossos dias, quando se perdeu a devida importância de ver o que nós tivemos no passado. Hoje, somos o resultado do que foi construído no passado. Desejamos que o Sr. Henrique seja muito bem sucedido nesta pesquisa.

  Com minha bênção,

Dom Adelar Baruffi

Bispo Diocesano de Cruz Alta

 

 

 

 

 

Por que é importante conhecer a história?

 

O ato de recordar o caminho já caminhado nos proporciona guardar a memória, o que se completa com o registro escrito desse caminho percorrido. Isso ajuda a criar e fortalecer em nós a consciência histórica, nos fazendo tomar consciência de que estamos percorrendo um caminho já caminhado por tantos que nos antecederam. E isso é necessário para compreender melhor o que estamos vivenciando na atualidade. Como diz Emília Viotti da Costa, “Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”.[1] Também Cezare Giraudo, ao pesquisar e escrever sobre a história da Oração Eucarística diz: “Junto com seus recursos prodigiosos, a memória humana possui infelizmente um traço débil. Ela perde facilmente o sentido da profundidade histórica dos acontecimentos de ontem e tende, em consequência, a nivelá-los como se todos se produzissem ao mesmo tempo”.[2]

A história está sendo quase que descartada, com a suposição de que o importante é o presente, de que “águas passadas não movem moinho”. A mentalidade “negacionista” que parece estar ganhando corpo nos dia de hoje, nega também a história. Não queremos, de jeito nenhum, fazer parte desse grupo. Nossa fé é em um Deus que se revela na história e que faz história com o seu povo. Por isso, para nós, contar a história é fazer memória da ação de Deus na vida e na caminhada do povo. A história da salvação se realiza na história da humanidade. Isso faz parte do ato de professar a fé, com está expresso no salmo 78,3-4: “Aquilo que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram, não ocultaremos a seus filhos. Vamos contar à geração futura os louvores do Senhor e seus prodígios, as maravilhas que ele realizou”.

O Papa Francisco denuncia que o poder econômico globalizado “favorece normalmente a identidade dos mais fortes que se protegem a si mesmos mas procura dissolver as identidades das regiões mais frágeis e pobres, tornando-as mais vulneráveis e dependentes”.[3] Acrescenta ainda que “Pelo mesmo motivo, favorece também uma perda do sentido da história que desagrega ainda mais. (…) Neste contexto, colocava-se um conselho que dei aos jovens: «Se uma pessoa vos fizer uma proposta dizendo para ignorardes a história, não aproveitardes da experiência dos mais velhos, desprezardes todo o passado olhando apenas para o futuro que essa pessoa vos oferece, não será uma forma fácil de vos atrair para a sua proposta a fim de fazerdes apenas o que ela diz? Aquela pessoa precisa de vós vazios, desenraizados, desconfiados de tudo, para vos fiardes apenas nas suas promessas e vos submeterdes aos seus planos. Assim procedem as ideologias de variadas cores, que destroem (ou desconstroem) tudo o que for diferente, podendo assim reinar sem oposições. Para isso, precisam de jovens que desprezem a história, rejeitem a riqueza espiritual e humana que se foi transmitindo através das gerações, ignorem tudo quanto os precedeu»”.[4]

Seja qual for o aspecto da vida humana que esteja sendo abordado, o ponto em que se encontra não surgiu do nada. E para compreender o que se está a viver no presente é necessário tomar consciência do caminho que foi sendo feito. Para isso é necessário que a história seja contada, seja escrita e seja acessada por todos. Sabemos que é impossível contar tudo e contar como tudo aconteceu. Outros poderão ver de outra maneira e fazer outra versão dos fatos. Isso porque “o conhecimento histórico é, pela sua natureza, provisório, descontínuo e seletivo, pois uma nova fonte ou interpretação pode alterá-lo e porque tal conhecimento não estuda toda a história dos homens em todos os aspectos através do tempo”.[5]

Por isso tudo queremos continuar a escrever a história da Diocese de Cruz Alta, que se aproxima dos seus 50 anos de instalação. Disse continuar porque outros já o fizeram. Lembramos de modo especial do Professor Claudino Antonio Albertoni que acompanhou o desenrolar da vida da Diocese e nos deixou o livro A Diocese de Cruz Alta em Fatos e também a Revista comemorativa dos 25 anos. O que estamos empreendendo vai para além do que já foi escrito. Sem deixar de levar em conta o que já se escreveu, a meta é pesquisar as fontes primárias que estão disponíveis, descobrindo novos meandros que compõe a trama da vida da nossa Diocese.

Como tudo tem um antes, é necessário avançar no tempo e perceber que o ato de criar e instalar a Diocese tem uma “pré-história”. E no que diz respeito a Cruz Alta, se destaca o Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Fátima, surgido a partir do Monumento de Nossa Senhora de Fátima. Este está completando 70 anos. Assim avançamos mais de vinte anos para abarcar, também a história desta obra que se identifica com Cruz Alta e com a Diocese de Cruz Alta.

Teremos nesta importante tarefa da pesquisa o trabalho do pesquisador Luiz Henrique Amaral Madeira, que já está trazendo elementos, em sua maioria, desconhecidos de todos nós.

 

Pe. João Alberto Bagolin

Vigário Geral da Diocese de Cruz Alta

 

 

 

 

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