Diocese de Cruz Alta

A tecnologia a favor da oração

Povo da Diocese de Cruz Alta unido em oração pelas redes sociais

 

Vivemos tempos difíceis. Com a pandemia do coronavírus e para evitar a sua proliferação, a orientação é para que as pessoas fiquem em suas casas. Com isso, Dioceses de todo o país, em especial do Regional Sul 3, suspenderam as celebrações de missas com a participação do povo. As opções possíveis foram: a transmissão de missa via rádio ou pela internet, através das redes sociais.

Sendo assim, muitas paróquias da Diocese de Cruz Alta estão celebrando missas, em diversos horários. A plataforma de maior adesão foi o facebook. Para esta ação, os sacerdotes estão contando com o trabalho da Pastoral da Comunicação – Pascom.

Os agentes, de forma voluntária, estão auxiliando seus párocos a proporcionar momentos de oração aos fiéis. Um trabalho de doação e amor. Marcelo Pereira, agente de Pascom da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, do Salto do Jacuí é um deles. Para ele, “nesse momento atípico em que vivemos, fazer parte da Pascom é uma grande benção, pois estou contribuindo para que Deus chegue à todos àqueles que estão impossibilitados de vir ao encontro dele em sua “casa” (igreja)”. Segundo Marcelo, os dias de transmissão tem sido uma experiência inigualável. “É uma grande honra tornar acessível a palavra de Deus através dos meios midiáticos que estão a nossa disposição. Sem dúvida, vivemos um grande e novo momento em nossa igreja,  uma igreja que se lança em um mundo de evangelização virtual, onde devemos levar ao mundo digital, um testemunho de fé real”, diz. Este é, também, o pensamento da agente de Pascom da Catedral, Adrieli Fogaça. “É muito gratificante nos dispormos neste momento, auxiliando na transmissão e oportunizando que as pessoas participem da Santa Missa e vivenciem a palavra”, diz.

Com a suspensão da presença do povo, muito sacerdotes tiveram que se reinventar, visto que não estavam acostumados com o uso da tecnologia para desempenhar suas funções. Foi assim para o Pe. Dino Ciotta, 78 anos, Pároco na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Ibirapuitã. Embora já bastante adaptado ao uso das redes sociais e outras tecnologias, foi um desafio celebrar a missa online. “Foi significativo”, define o padre. “Foi algo inédito nestes meus mais de 50 anos de padre, pois estava acostumado a sempre ver a igreja cheia. Por outro lado, foi bastante significativo. Tivemos mais de 300 pessoas nos acompanhando pelo facebook. Aproveitei e pedi para as pessoas  se unirem em oração para que tudo, logo, fique bem e temos esperança que sim”, destaca.

Para outros, já foi mais fácil. O Pe. Marcos Rogério Denardi, Pároco da Paróquia São João Batista, de Panambi, por exemplo, já teve uma certa facilidade em utilizar as mídias disponíveis. Mas, mesmo estando “ligado” nas novas  tecnologias, pode contar com a equipe de Pascom da Paróquia. “Não senti dificuldade para a transmissão, mas vejo que ainda temos muito a aprender para que o uso dos meios seja sempre eficiente, eficaz e que, realmente, ajude as pessoas a se aproximarem de Deus”, ressalta. Já quanto a fazer a missa sem o povo, o padre diz ter sentido um pouco de estranheza no início. “É estranho não ver a reação das pessoas, não poder olhar nos olhos, não ver suas expressões, enfim. Pois quando celebro, me aproximo das pessoas e, neste sentido, para mim foi estranho. Mas, estamos fazendo o possível e o impossível para não desassistir nossas comunidades e acredito que o povo, também, está aprendendo, dentro desta situação de pandemia, rezar e a continuar unidos na oração louvando e agradecendo a Deus”, ressalta.

 

A missa que vai até o povo

“Tu não podes vir à missa, mas a missa vai até ti e tua família”, reforça Dom Adelar Baruffi, Bispo da Diocese de Cruz Alta. Ele nos lembra de que a celebração da eucaristia sem povo, que é prevista no Missal Romano, é atípica. Contudo, especialmente neste contexto em que vivemos, é necessária e o uso da tecnologia para que ela possa chegar até as pessoas é muito importante, visto que a dor faz as pessoas se voltarem mais para Deus. “O elemento que mais me toca é o fato do reconhecimento do seu pastor, que não abandona as ovelhas, nunca. Ele está lá na paróquia para rezar pelo seu povo, pelas suas intenções. Ele recolhe as intenções de cada um, boas e também as cruzes. Numa missa cabe o universo inteiro. Aqui entendemos o significado do presbítero como pastor do seu povo, nunca sozinho, mas com e para seu povo”, diz Dom Adelar. Segundo ele, as pessoas, neste momento de emergência, sentam-se próximas ao “pequeno santuário familiar” e, daí, rezam e fazem comunhão com toda a Igreja, acompanhando a transmissão pela rádio ou pelo facebook. “Num momento de grande provação como este, que logo haverá de passar, continuamos unidos, na comunhão em Jesus Cristo”, enfatiza.

 

Por Greice Pozzatto

Assessora de Comunicação da Diocese de Cruz Alta

 

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