Comunidade São Jorge do Caraá realiza 4ª edição da Romaria em honra a N.Sra de Lourdes
Ainda era bem cedo quando os primeiros romeiros começaram a chegar à comunidade São Jorge do Caraá, da Paróquia Divino Espírito Santo, de Joia. O local foi o ponto de partida para a romaria até a gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Izabel Tomiozo integrante de um grupo de 30 pessoas vindos do município de Eugenio de Castro, conta que saiu às 6h da manhã para caminhar 11 km até a comunidade. “É a primeira vez que participo e estou muito emocionada”, conta. Assim como ela, o casal Miguel e Marlize Lemos, também participou pela primeira vez: “A gente se sente renovado”.
E foi com este sentimento que centenas de pessoas, vindas de diversas localidades, participaram da 4ª Romaria em honra a Nossa Senhora de Lourdes. O trajeto até a gruta, neste ano, devido à pandemia, precisou ser novamente feito de carro, o que resultou na soma de mais de 600 veículos.
Antes da saída, uma missa foi celebrada pelo Padre Cleverson Portolan, no pátio, aos fundos da capela, ao ar livre, para que todos pudessem participar. “Este encontro é um momento de louvor e de muita graça, para o qual as pessoas já se preparam durante o ano, pois creem em Nossa Senhora de Lourdes e sabem que ela atende, intercede por aqueles que mais precisam”, diz o padre.
Dona Luci Perlin é uma destas pessoas devotas de Nossa Senhora. Ela chegou cedo para participar da missa e seguir até gruta. “Eu tive câncer. Passei por uma fase muito difícil, mas fui atendida por Nossa Senhora. Por isso, hoje, venho agradecer pela graça alcançada”, declara.
Também, Abilio Reis Silva, ministro na comunidade, veio para agradecer a cura que teve depois da covid-19, e, também, para servir. Emocionado ele conta sua história de superação e fé. “Os médicos me deram 5% de chances de sobreviver. Minha família e minha comunidade orou por mim. Fui abençoado com a água da Santa e, logo, estava curado”, lembra.
Carreata com a Imagem de Nossa Senhora
Logo depois da missa, o povo acompanhou, em carreata, a imagem de Nossa Senhora, que foi levada em carro aberto até a gruta. O carro todo decorado, gentileza da senhora Soraia Clarisse Mainardi, que decora todos os anos a imagem para o trajeto.
Já na gruta, os veículos que passavam foram abençoados pelo padre.
A preparação
Em preparação para o dia da romaria, a comunidade de Joia se preparou com uma novena. Conforme conta Lúcia Pilat, idealizadora da gruta, foram nove dias de caminhada, rezando o rosário da capela até a gruta. “Em várias aparições Nossa Senhora rezada o rosário com Bernadete, em Lourdes, na França. Este ano, nós da comunidade e região, tivemos a graça de rezar uma novena de rosário, indo em procissão até a gruta, durante nove dias. A oração do rosário é poderosa, ainda mais quando rezada em forma de novena, em comunidade e com o sacrifício da caminhada. Agrademos ao dom da vida e pedindo a tão esperada chuva, que veio”, destaca.
Adriano Marangon de Lima, prefeito da cidade e devoto de Nossa Senhora, conta que participou com sua esposa dos nove dias de caminhada. Segundo ele, o local já é reconhecido pela comunidade como um lugar santo: “Um lugar muito bonito, muito abençoado onde viemos para refletir, pedir e agradecer à Nossa Senhora”.
Depoimentos que emocionam
Entre orações e bênção, surgiam novos depoimentos. Histórias de fé e superação que comovem. Como a de Juliane Scarton e seu pai Sadi. Depois de uma cirurgia do coração, Sadi começou a se sentir mal. Levado a fazer novos exames, ele foi diagnosticado com embolia pulmonar bilateral. “Logo na internação dele nós levamos água de Lourdes junto. Ele se abençoava com a água. E, antes dele ir para a UTI ele bebeu e se abençoou com a água. Graças a Deus, dias depois ele já estava recuperado. Como profissional de saúde, sei a gravidade do quadro que ele teve. Hoje ele está aqui”, conta.
E teve gente que veio de municípios mais distantes, para agradecer graças alcançadas, como foi o caso do casal, Dalva e Miguel Londero, de Santa Maria. Ambos são médicos e Miguel acabou não escapando da covid-19. Depois que complicações, teve conhecimento da gruta de Nossa Senhora, através de Michele, filha de Lúcia Pillat. “Elas nos disse para acreditar e orar pedindo a Nossa Senhora. Pedimos com muita fé. Logo o Miguel se recuperou e hoje viemos até aqui, neste lugar lindo, abençoado, para agradecer”, diz Dalva. “Foram três semanas internado. Mas, aquilo passou. Passou graças a fé e orações, principalmente das pessoas que me cercavam. Eu também tive fé e acreditei que ia dar certo, mas especialmente a força, a fé que as pessoas me passavam, rezando, pedindo por mim”, declara Miguel.
Outro depoimento que também chamou muito a atenção foi o de Antônio Cesar Patias. O agricultor conta que estava indo em direção a lavoura com sua caminhonete, quando, de repente viu fumaça vindo de baixo do carro. “Percebi que era fogo na parte elétrica do carro. Na hora, eu não tinha chave, pra abrir o capo. Sem saber o que fazer, rezei, pedi a Nossa Senhora de Lourdes para me ajudar. Foi quando o fogo parou”, lembra.