Diocese de Cruz Alta

Histórico dos Bispos

 

 

Histórico dos Bispos

 

 

  

Dom Nei Paulo Moretto – Primeiro Bispo de Cruz Alta (28/01/1973 a março de 1976)

 

0.1. Dados Biográficos

 

Paulo Moretto, irmão mais velho dos oito filhos do casal Isidoro Domingos Moretto e Paulina Soldatelli Moretto. Seu pai nasceu em Caxias do Sul a 4 de setembro de 1910. Casou a 24 de novembro de 1934. Profissão Contabilista. Foi ministro extraordinário da Eucaristia desde 2 de maio de 1970. Pertenceu às equipes de Nossa Senhora. Foi coordenador de cursos para noivos, juntamente com a sua esposa. Na vida civil participou intensamente social e politicamente, chegando a ser vice-prefeito, em cuja oportunidade chegou a assumir internamente a prefeitura municipal de Caxias.

Paulina Soldatelli, natural de São Marcos, veio de uma família de 12 irmãos. Foi professora do primário; dedica-se hoje aos afazeres domésticos e dedica-se com grande generosidade a atividades apostólicas.

Dois oito irmãos, quatro homens e quatro mulheres, apenas Paulo consagrou-se à vida religiosa.

A família de Dom Paulo Moretto sempre morou em Caxias do Sul.

Dom Paulo Moretto nasceu aos 25 de maio de 1936, em Caxias do Sul. Fez o curso ginasial e colegial no seminário menor de Caxias do Sul. Cursou as faculdades de Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma nos anos de 1954 a 61. A 2 de julho de 1961, em Roma, recebeu ordenação sacerdotal.

Exerceu o ministério religioso como vigário cooperador na Paróquia de São Francisco de Paula e como reitor do Seminário de Nossa Senhora Aparecida de Caxias do Sul.

Desde 1966 o novo bispo leciona no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição de Viamão, onde foi assistente dos alunos, vice-reitor, e desde 1970 exerce o cargo de reitor do mesmo seminário. É também professor de História da Igreja no Instituto de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre.

No dia primeiro de dezembro de 1972 foi nomeado bispo de Cruz Alta pelo Papa Paulo VI.

 

0.2. Nomeação

 “No dia em que, fruto da graça de Deus e de vosso trabalho, torna-se a Diocese de Cruz Alta, como seu bispo e pastor, quero manifestar minha alegria ao contemplar vossa esperança, vossa dedicação e vossa generosidade. Que o Senhor leve a bom termo a obra começada e vos faça crescer no conhecimento de seu desígnio de salvação na coragem e na perseverança, a fim de que, dando frutos em toda espécie de boas obras, possais em tudo agradar ao Senhor. Quanto a mim, rendo graças ao Senhor Jesus porque me considerou digno de confiança pondo-me a seu serviço no vosso meio. Com minha benção quero externar minha disposição de ajudar na construção do Reino de Deus na diocese de Cruz Alta”.

 

0.3. Núncio recepcionado na Prefeitura

 

O Núncio Apostólico no Brasil, Dom Umberto Mozzoni, recém-chegado a Cruz Alta, foi recepcionado na Prefeitura Municipal. Fez-se acompanhar por Dom Erico Ferrari, Bispo de Santa Maria.

Na oportunidade, improvisou uma bela oração, tecendo elogios a Cruz Alta e agradecimentos ao Prefeito que o recebera à entrada da cidade. O Prefeito Gomes Nunes agradeceu as palavras do Núncio e sua presença, dizendo-se honrado por tão expressiva visita, no epílogo de seu governo.

 

0.4. Mensagem ao povo de Cruz Alta

 Logo que foi escolhido pela Santa Sé como primeiro bispo de Cruz Alta, Dom Paulo Moretto endereçou a seguinte mensagem, que foi a primeira ao povo de sua diocese:

“É com muita emoção que eu dirijo a palavra pela primeira vez ao povo da Diocese e ao povo de Cruz Alta. Muitos pensamentos me veem à mente e muitas coisas gostaria de dizer. Mas em primeiro lugar quero externar o sentimento mais profundo que é este: desde minha nomeação o povo de Cruz Alta se tornou o ponto central de todas as minhas preocupações da minha vida, do meu coração.

É por isso que quero externar o desejo que tenho de ajudar para que todos possa viver de uma maneira plena a mensagem de Cristo. Sei bem e espero ajudar ao povo de Cruz Alta, mas sei também que para que possa ajudar é necessária a colaboração de todos.

Esta colaboração tenho certeza não faltará. Em primeiro lugar da parte dos padres, porque um bispo que não tem consigo o seu presbitério, os seus padres, ele não pode realizar nada. Da parte dos agentes de pastoral, religiosos e de todo o povo de Deus. Assim como eu posso dizer com simplicidade que todos podem contar comigo, assim espero também esta colaboração para o meu trabalho de compreender, de conhecer e de ajudar”.

 

0.5. Momentos marcantes na vida de Dom Paulo Moretto

Primeiro aniversário, brincando com o pai

Primeira comunhão

Em Roma com sua mãe, véspera da ordenação sacerdotal 1961

Primeiro ano de Seminário

Recebendo ordens menores

Primeira missa solene

Com os familiares após a primeira missa

 

0.6. Lema e escudo episcopal

 Padre Paulo Moretto explica que depois de meditar bastante profundamente, escolheu como lema para sua atividade na Diocese de Cruz Alta, um lema que mais ou menos sempre teve em sua vida, nas palavras de Santa Tereza: “Tudo é de graça!”

Escudo Episcopal de Dom Paulo Moretto

“Vou explicar de uma maneira sintética o que sinto e o que está contido nestas palavras ‘Tudo é de graça’ e um verdadeiro programa de vida. Para mim, graça significa ‘dom de Deus’, significa que todas as oportunidades que nós temos de fazer o bem, tudo aquilo que nós possuímos, a nossa inteligência, a nossa vontade, a nossa capacidade de trabalho, enfim, todas as oportunidades que a vida nos oferece; elas não são fruto do acaso, mas são fruto do amor de Deus para conosco.

“Assim seja qual for o trabalho que a gente faz, a atividade que a gente realiza, tudo isto é uma oportunidade que nos é dada por Deus. Assim quando a gente trabalha em casa, quando a gente atende um irmão sempre a gente tem a alegria de saber que foi o amor de Deus que preparou para nós esta oportunidade, esta chance, esta possibilidade. A Graça de Deus faz com que a gente viva alegre e agradecido em atitude de Ação de Graças.

“Agradecer-Lhe nosso trabalho, nossa operosidade porque todo bem que nós fazemos não é algo que só permanece neste mundo, mas é dado a Deus. E assim a vida inteira se torna uma vivência diante do olhar de Deus. O mundo inteiro se torna um grande centro onde nós recebemos as graças de Deus e onde também nós recebemos as graças de Deus e onde também nós retribuímos a Deus como nosso trabalho que é nosso sacrifício.

“Relembro as palavras do ofertório. Quando tomamos em nossas mãos o pão, que é fruto de tanto trabalho (que é um dom de Deus), fruto da terra e do trabalho do homem, e quando tomamos em nossa mão o cálice com vinho que também é fruto de tanto trabalho, fruto da videira, é Deus que nos dá os seus frutos todos em forma de semente para que nós possamos desenvolvê-los e assim viver nesta alegria.

“Para mim ‘Tudo é Graça’ dá uma visão otimista da vida. Não no sentido de que tudo seja bom neste mundo. Existem muitas coisas que são más, que são tristes, que devem ser vencidas. Se é verdade que nem tudo é bom, é verdade também que no coração do homem, na inteligência humana, na esperança que Deus pôs no nosso coração, neste fogo que ele acendeu dentro de nós, encontramos uma força renovada para vencer todos os obstáculos e para transformá-los. Assim também a cruz e aquilo que existe de triste na nossa vida, ele serve para nosso crescimento, para crescimento de nossa fraternidade.

“Foi esta uma síntese de todos os aspectos do que penso que é ‘Tudo é Graça’ e também a missão do bispo. De não transformar a vida de ninguém, as fazer com que todos saibam encontrar naquela vida cotidiana a beleza de ser amado por Deus, a consciência de que Deus nos cerca com seu amor e com seus dons, a cerca de que a nossa vida é útil não só para nós, mas para nossos irmãos e para Deus.

“Se devesse fazer um pedido, faço o pedido para que minha ordenação episcopal aqui em Cruz Alta seja feita num espírito de Fé, de simplicidade num espírito de oração. Que sejamos esclarecidos, que nós recebamos com simplicidade também esta graça de Deus que é um bispo. Uma graça pobre, mas que não deixa de ser um sinal do amor de Deus para conosco da solicitude de Deus em nosso favor. Fico agradecido a todos”.

Dom Paulo Moretto

 

 0.7. Ordenação e posse

 A Ordenação e Posse do 1º Bispo de Cruz Alta, Dom Paulo Moretto aconteceu a 28 de janeiro de 1973, na Catedral do Divino Espírito Santo, solenidade presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil Dom Umberto Mozzoni e com a presença do Cardeal Dom Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre, Dom Benedito Zorzi, Bispo de Caxias do Sul, Dom Érico Ferrari (recentemente falecido), Bispo de Santa Maria.

Além destas autoridades eclesiásticas, fizeram-se presentes autoridades civis e militares de Cruz Alta e da região, assim como os Dep. Victor Faccioni e Solano Borges.

A solenidade de posse do novo Bispo foi revestida da mais alta significação e grandiosidade, recebendo Dom Paulo Moretto na oportunidade de sua posse e sagração, as mais justas demonstrações de carinho e apreço da comunidade católica que superlotou a Catedral local.

A celebração, iniciada às 9h, teve como primeiro ato a saudação ao presbítero Paulo Moretto pelo professor Roque Gelatti, em nome do povo desta região. O orador destacou a satisfação que invadia a todos quando participando dum momento tão auspicioso para a região frisou que a presença do Bispo e a instalação de uma nova entidade regional seria um estímulo a mais na luta de todos para um desenvolvimento integrado, total e para todos uma luta pela justiça, pela liberdade e dignidade humanas.

Após, teve início a celebração litúrgica da ordenação episcopal, seguindo um ritual durante o qual todo o povo participou através de cânticos e orações. Após o Evangelho, falou Dom Humberto Mozzoni, Núncio Apostólico, numa mensagem dirigida especialmente ao presbítero que seria ordenado. Foi lida a Bula Christus Dominus do Papa VI, pela qual era instalada a nova Diocese de Cruz Alta, seguindo-se a apresentação pelo Núncio Dom Mozzoni de seu primeiro Bispo na pessoa de Dom Paulo Moretto. A leitura foi concluída com uma viva manifestação  dos presentes, numa vibrante salva de palmas. Dom Paulo Moretto, pela primeira vez, falava ao povo de sua Diocese, manifestando sua satisfação enorme de estar com este povo e o abençoou em nome de Deus.

Por último, falou o Padre José Jungblut, expressando sentimentos e ideias preciosas com grande oportunidade e realismo.

Ao meio-dia, no Clube Internacional de Cruz Alta, o novo bispo foi homenageado com um almoço, do qual participaram centenas de pessoas. Foi orador oficial, na ocasião, o prefeito Antônio Carlos Gomes Nunes.

 

0.8. Primeira Romaria de Fátima com Dom Paulo Moretto

 Em 16 de setembro de 1973, diante da organização de mais uma Romaria ao Monumento de Fátima em Cruz Alta, a opinião pública queria saber de Dom Paulo Moretto sua posição sobre a validade ou não, de tais romarias. A primeira pergunta da entrevista foi: As romarias são atos cristãos de forma a ser uma tradição dentro da Igreja. Qual o sentido histórico de Romaria?

Dom Paulo: O programa do homem religioso de qualquer credo, é procurar a Deus antes de tudo, num plano espiritual. É evidente que o homem, um ser material, externa esta procura de Deus através de gestos materiais num plano físico, visível, pois a criatura humana está vinculada com os sinais. Neste procurar, de quem caminha, de quem sai de casa, de quem vai ao encontro, em cada um de nós pode criar uma atitude interior de vulto, sair de si para buscar a Deus. A palavra romaria significa ir a Roma, originalmente, através de peregrinações, visitas ao lugar dos mártires da Igreja, do Papa, num desejo de ir encontrar a Deus.

DS: Diante de um mundo em constantes transformações, de rupturas aos esquemas tradicionais, ainda é válido a realização de romarias?

Dom Paulo: Muito cuidado é necessário em se falando de romaria. É algo válido, porém há vários riscos. Há descrédito às romarias, porque muitas pessoas não participam com um espírito religioso, e sim mais como viagem de turismo.

Há descrédito igualmente por encontrar-se nos santuários verdadeiros comerciantes, explorando ao máximo, auferindo lucros. Há descrédito também, por muito barulho e espalhafatos, sufocando o espírito religioso dos peregrinos. Há descrédito também devido ao fato de alguns peregrinos terem ideias supersticiosas, julgando que chegarem nestes santuários magicamente recebem as benções dos Santos ou de Nossa Senhora. Mas não existe coisa humana que o homem não possa estragar. Nem por isso elas perdem seu valor.

O cuidado está em conservar o espírito genuíno das peregrinações, das romarias. Creio serem as romarias válidas, correspondendo este desejo de peregrinar a uma aspiração profunda do coração humano. Sendo necessário criar uma atitude interior, para que todo o nosso povo, que vai sair de casa, indo até ao monumento de Fátima, saiba partir do sentido de mais ele mesmo, saindo do rotineiro, do cotidiano, livre de convenções.

A peregrinação sendo uma viagem tem o sentido de Libertação. Para libertar o cristão do seu espírito rotineiro. O peregrino é aquele que sai do rotineiro, liberta-se do cotidiano, indo ao encontro de Deus. O peregrino é aquele que se purifica, expondo-se ao cansaço, viajando, numa atitude de penitência, de renúncia.

As peregrinações não são atos de oração individual, mas um ato de uma vivência comunitária. Os peregrinos constituem uma comunidade coesa. Manifesta-se o amor fraterno numa romaria, embora haja diversidades, a gente se sente irmão.

Para que a 22ª Romaria de Fátima seja frutuosa, é necessário que ela desperte o espírito de oração. Por isso cada romeiro, cada peregrino, deve se interrogar: o que quero, o que busco, o que me trouxe até aqui? Em síntese, devemos aprofundar e valorizar a atitude que não é só dos cruz-altenses, de amor tão grande a este encontro a esta romaria, a este monumento de Fátima que é querido a todos nós. Muitos já trabalharam ao longo dos anos, criando esta consciência no valor de um ato comunitário, manifestando de forma pública.

Um valor que devemos conservar. Mas para tanto devemos atualizar, purificar, espiritualizar, e que tenha um sentido de encontro com Deus. Uma ocasião para uma verdadeira Evangelização para uma Reflexão.

Grande também é a colaboração material que todos dão, sendo uma boa ação. Mas não é o que existe de mais importante. Deus e a Santa Virgem Maria não precisam tanto das nossas coisas materiais, mil vezes mais do nosso coração. E aquilo que nós damos deve ser expressão daquilo que nós somos.

 

0.9. 2º aniversário da Diocese e do Bispo em Cruz Alta

 O dia 28 de janeiro é data marcante para a Igreja Católicas na região de Cruz Alta. Foi neste dia, em 1973, instalada a Diocese, e após a ordenação assumiu como primeiro Bispo desta diocese, Dom Paulo Moretto.

Desde a sua vinda, Dom Paulo, como bispo da diocese, se propunha com o clero, religiosos e leigos: 1º. Conhecer profundamente a realidade da região. 2º. Planejar a ação pastoral que fosse resposta a esta realidade e que fosse expressão da fisionomia própria de nossa Igreja. 3º. Promover recursos humanos através da formação de agentes de pastoral que pudesse assumir na linha da corresponsabilidade a transformação de nosso mundo.

Nos dois anos de diocese essas metas estiveram presentes nos incontáveis encontros e reuniões pela diocese, bem como nos encontros regionais e mesmo nacionais em que nossa diocese sempre marcou presença.

Os que acompanham as atividades pastorais de nossa diocese sob a orientação serena e firme de Dom Paulo, com certeza, tem constatado que existe um clima de diálogo aberto a todos, mas também audaz quando se faz necessária a palavra da Igreja que tanto anima como corrige.

Quando saudávamos, em nome dos colegas, a Dom Paulo no dia 28 de janeiro de 1973, assim nos expressávamos:

“Dom Paulo, nós o recebemos como alguém capaz de continuar animando e orientando para realizarmos a vocação que assumimos e queremos conscientemente, desempenhar como compromisso de fidelidade a nosso Deus e aos nossos irmãos”. Acreditamos que isto esteja acontecendo e merece ser destacado neste 2º aniversário de nossa diocese e de nosso bispo.

Pe. José Jungblut, Coordenador Diocesano de Pastoral

 

 1.0. Transferência de Dom Paulo Moretto

 Dom Paulo Moretto permaneceu como Bispo da Diocese de Cruz Alta até março de 1976, quando o Vaticano o transferiu para Caxias do Sul, como coadjutor e com direito à sucessão. A transferência causou perplexidade, pois a comunidade diocesana o estimava muito.

Instado a se manifestar sobre a nomeação do novo Bispo de Cruz Alta, Dom Paulo afirmou: “Estou contente porque a nomeação não demorou a vir. Espero que Monsenhor Jacó Hilgert seja feliz como eu em Cruz Alta. Assim como me ajudaram, espero que o ajudem. Ele tem realizado um grande trabalho pastoral e desejo que tenha um Episcopado feliz. Sempre é bom lembrar que “as pessoas são em grande parte aquilo que se espera que sejam”.

1.1. Jubileu Episcopal de Dom Paulo Moretto

 Dom Paulo Moretto, agora Bispo da Diocese de Caxias do Sul e primeiro Bispo de Cruz Alta, celebrou 25 anos de Sagração Episcopal, dia 28 de janeiro último. Dom Paulo foi ordenado em Cruz Ata por ocasião da Instalação da Diocese de Cruz Alta, em 1973.

Em janeiro de 1976, foi transferido para Caxias do Sul para auxiliar a Dom Benedito Zorzi, primeiro bispo dessa diocese, vindo a substituí-lo após o falecimento deste. As festas do jubileu de Dom Paulo Moretto foram realizadas dia 19 de março, em São José.

 Dom Paulo tem um carinho muito especial com a Pastoral Vocacional, pessoalmente, todos os meses acompanha os padres que atuam nos seminários e, com muita frequência visita, dá atenção e está junto com os seminaristas, e procura ajudar a cada um, nas diversas etapas de formação. Com os padres é amigo, tem um coração que sabe ouvir e tem presente as características e personalidade de cada um, por isso o clima fraterno, através do diálogo aberto e sincero, ajuda em muitos momentos, especialmente nas nomeações e transferências. A formação integral e permanente do clero é uma característica de nosso Bispo.

Destaque merece sua espiritualidade, tão sentida por todos e que se revela em suas mensagens, suas homílias, nos programas de rádio, especialmente – A Voz do Pastor – programa que é levado ao ar todos os domingos, simultaneamente através de oito emissoras da região.

Sua sensibilidade com as causas e necessidades sociais, especialmente tendo presente o Mundo do Trabalho, os irmãos excluídos e sofredores, seja através da palavra, da visita, do incentivo às diversas organizações populares, faz de Dom Paulo um homem sensível e comprometido com os pequenos.

Dom Paulo ajudou muito para que a Diocese tivesse Prioridades Pastorais e depois um Plano de Pastoral que envolvesse a todos e fosse um instrumento eficaz no auxílio da Evangelização. Tendo uma personalidade firme, procura não fazer ou decidir tudo sozinho, pelo contrário, valorizando os padres, religiosos, leigos, busca o melhor caminho, a orientação e a solução mais adequada para as diversas situações que se apresentam.

A Diocese de Caxias do Sul é formada aproximadamente por 1000 comunidades e Dom Paulo sente bem de perto e conhece a realidade de cada uma, através de visitas, especialmente a Visita Pastoral. Isso faz dele um homem estimado por todos, que quando chega é motivo de muita alegria.

Dom Paulo foi o incentivador primeiro para que a Diocese tivesse o acolhedor Centro Diocesano de Formação Pastoral.

Mantém viva a grande e histórica característica de nossa Diocese, que é o Espírito Missionário, na ajuda a outras Dioceses do Brasil. A Diocese de Caxias do Sul alegra-se pelos vinte e cinco anos de Episcopado de nosso querido bispo Dom Paulo Moretto. As comemorações desta data serão realizadas em dois momentos: no dia 19 de março, quinta-feira, no Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Caravággio e no dia 22 de março, domingo, na Catedral Diocesana de Caxias do Sul, às 9h, com transmissão simultânea através de diversas emissoras de rádio e acompanhada em todas as comunidades da Diocese, celebram, no mesmo momento, a Missa Jubilar.

 

1.2. Aposentadoria

 

No dia 2 de julho de 2011, ao celebrar seus 50 anos de ordenação presbiterial, na Catedral Diocesana de Caxias do Sul, Dom Paulo Moretto celebrou sua última missa solene como bispo diocesano. No dia 6 de julho de 2011, o papa Bento XVI aceitou seu pedido de renúncia por limite de idade, e desde então é Bispo Emérito de Caxias do Sul. Recebeu o título de Cidadão Emérito de Caxias do Sul em 2011.

 

 Fonte:

Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973

Histórico da Diocese – 1969/1975

Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973

Jornal Diário Serrano, suplemento especial de 28 de janeiro de 1973

Jornal Diário Serrano, 18 de agosto de 1973

Jornal Diário Serrano, 18 de agosto de 1973

Jornal Diário Serrano, 16 de setembro de 1973

Jornal Diário Serrano, 28 de janeiro de 1975

Jornal Diário Serrano, 23 de julho de 1976

Novo Milênio, Porto Alegre, 02 a 08 de fevereiro de 1998

Histórico da Diocese – 1998

Revista Renovação, março de 1998

Histórico da Diocese – 1998

Albertoni, Claudino Antonio & Pe. João Alberto Bagolin. Diocese do D.E.S. de Cruz Alta – 25 anos. Espumoso: Gráfica Líder. 1998

Albertoni, Claudino Antonio. A Diocese de Cruz Alta em fatos.

Espumoso: Gráfica Líder. 2005.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dom Jacó Roberto Hilgert (03/10/1976 a janeiro de 2001)

 

0.1. Dados Biográficos

 Jacó Roberto Hilgert nasceu em Harmonia, Município de Montenegro, a 27 de janeiro de 1926, filho de Carlos Hilgert (falecido) e de Ottila Ana Hoff Hilgert. Fez os estudos secundários no Seminário de Gravataí e os superiores de filosofia e teologia no, então, Seminário Central de São Leopoldo.

 Foi ordenado padre a 30 de novembro de 1952. Vigário Cooperador de Montenegro e Camaquã Pároco da Via Rio Branco de Canoas; desde 1959 era Pároco de Camaquã, onde, desde 1970 era, também, Vigário Episcopal da região.

Nomeado bispo de Cruz Alta a 21 de julho de 1976, e ordenado bispo a 26 de setembro de 1976, em Camaquã.

A ordenação episcopal de Dom Jacó se caracterizou pela solenidade e esplendor com que se realizou. Muito querido de sua comunidade, esta não poupou esforço e organização para esta consagradora homenagem. Ao estádio local compareceram quatro mil pessoas, sessenta e três padres e quinze bispos. O cardeal Arcebispo de Porto Alegre Vicent Scherer, coadjuvado por Dom Ivo Lorscheiter, Bispo de Santa Maria e Secretário Geral da CNBB, e por Dom Claudio Colling, Bispo de Passo Fundo, presidiram a solene celebração.

 

Jacó Hilbert com seus pais

A família de Dom Jacó

0.2. Nomeação

 L’Observatore Romano, órgão oficial do Vaticano, publicou em sua edição de 21 de julho de 1976 a nomeação do novo Bispo de Cruz Alta. Monsenhor Jacó Roberto Hilgert, era então Pároco de Camaquã e Vigário Episcopal da mesma região.

Nascido a 27 de janeiro de 1926, contando, pois, 50 anos de idade, o novo Bispo estudou em Gravataí o Seminário Menor e em São Leopoldo o Seminário Maior. Foi ordenado padre em 1952. Estava há 18 anos em Camaquã.

 

0.3. Primeira Mensagem à Diocese de Cruz Alta

 No dia 20 de julho de 1976, quando Monsenhor José Jungblut, então Vigário Capitular da Diocese de Cruz Alta, telefonou para Santa Maria para falar com Dom Ivo Lorsheider, lá encontrou casualmente o futuro Bispo de Cruz Alta. Na oportunidade, ele dirigiu uma rápida mensagem à sua futura Diocese.

“Saúdo a Diocese de Cruz Alta, de modo particular aos padres com quem vou contar e trabalhar mais de perto. Espero sentir-me muito bem, pois encontrei aqui no Seminário São José, em Santa Maria, a Dom Paulo, que me fez as melhores referências daí. Espero contar também com a proteção de Maria, que está colocada aí bem do alto, no Monumento que conheço. Acho que assumi uma grande responsabilidade e o fiz por obediência”.

 

0.4. Primeira entrevista de Monsenhor Jacó Hilgert

 O Monsenhor Jacó Roberto Hilgert concedeu no dia 1 de agosto de 1976, sua primeira entrevista dirigida para a Diocese de Cruz Alta. O entrevistador foi outro Monsenhor, José Jungblut que, aproveitando sua ida a Viamão, em missão religiosa, também desempenhou sua missão jornalística.

A primeira pergunta ao novo Bispo referiu-se a como receber o convite para ser titular da Diocese de Cruz Alta:

– Evidentemente, agora que dei o sim, gostaria de já estar em Cruz Alta. Na verdade, em espírito já lá estou. Fisicamente isto demorará um pouco ainda. É necessário um preparo para assumir tanta responsabilidade. Jamais pensei em chegar a ser bispo. Embora São Paulo diga na Bíblia que é uma boa obra, desejar o Episcopado, a responsabilidade é grande demais e só depois de muito refletir é que aceitei, além de tudo, por um dever de obediência, o que sempre traz as bençãos de Deus. Foi realmente um convite que recebi, mas um convite que significa quase uma determinação. Confiei quando dei o sim, na graça de Deus e na colaboração de todos.

Instado a dizer alguma coisa sobre Cruz Alta, cidade e Diocese, frisou:

– Passei por Cruz Alta há 22 anos. Foi a primeira e última vez, antes de receber o convite. Pouca ideia poderia eu fazer da cidade. Minhas noções sobre Cruz Alta advinham dos seguidos contatos que antinha, em reuniões com Monsenhor Frederico Didonet, então Vigário Episcopal, que me falava sempre com entusiasmo da Capital da Soja, deixando sempre uma ideia otimista em torno dela. Agora, quando recebi o convite para ser Bispo, dei uma percorrida, mais a título de turismo, ela área da Diocese. O grande desenvolvimento na agricultura, o surto de progresso no comércio e indústria, o avançado grau intelectual e religioso do povo, deixaram-me encantado.

Normalmente um Bispo quando assume, escolhe um lema para seu episcopado. Solicitando a citar seu lema e o significado do mesmo disse:

– Depois que cruzei por Cruz Alta, há poucos dias e contemplei a magnífica estátua de Nossa Senhora de Fátima, não tive dúvida na escolha do lema, que me veio quase como inspiração. Será meu lema, diante do qual nortearei minha missão e em função do qual viverei. Trata-se de uma frase que está registrada na Bíblia e que brotou do coração do Filho de Deus ao estar suspenso entre o céu e a terra, isto é, ao estar suspenso numa “cruz alta”.

Aquela frase que veio beneficiar a todos nós ao recebermos o presente maravilhoso duma mãe. O lema que escolhi: ”Ecce Mater Tua”, ou seja “Eis aí tua Mãe”, terá um significado muito grande a partir de hoje para todos os que vivem e convivem na Diocese de Cruz Alta.

Eis a mensagem do Bispo, em função de seu lema:

O Bispo tem a missão de pregar, de anunciar a Palavra de Deus a seus filhos na fé. Então, como Bispo, dentro do lema terei a missão de anunciar a todos que Maria é a Mãe de todos, aqueles que forem redimidos pelo sangue redentor de Cristo que morreu na grande cruz, na Cruz Alta da nossa redenção. A Cruz que assinala justamente o nome da Diocese, da cidade de Cruz Alta.

Mas, que todos, também sintam, que a Igreja é nossa Mãe. Mais do que nunca, me parece que temos que fazer disto, nós padres, a nossa missão. Apontar, aos homens, a Igreja, de novo, como Mãe.

É tão fácil a gente falar contra a Igreja. Que a Igreja não corresponde mais. Eu acho que tudo isto desaparece quando nós sentimos, e quando vivemos, comprometidos com esta, que é nossa Mãe, a Igreja.

Então vamos dizer isto de novo com toda simplicidade, mas também na grandeza da Teologia e da fé, que a Igreja, a Diocese, é nossa Mãe. E porque não dizer também da família: como mãe. Porque na emancipação da mulher nós não queremos fugir daquilo que é da natureza da mulher, ser mãe. Então que cada filho, vendo a sua mãe, e afinal de quem recebeu a vida, sinta na sua mãe justamente garantia, e que cada mãe transmita a fé, o calor humano e a educação a seus filhos e sintam-se felizes com a sua mãe.

Temos este tríplice colocação justamente dentro do lema que me propus a seguir e a viver. Costumeiramente os Bispos confeccionam um Escudo, onde se lê este lema. V.R.vdma. já pensou nisto:

– É verdade. Embora o escudo ainda não esteja pronto, as ideias que apontei par quem vai confeccioná-lo são as seguintes:

 Primeiro: na simplicidade da eraltica nós temos o escudo dividido em dois campos: o campo superior será de azul para significar o céu azul do Rio Grande, principalmente do Planalto de Cruz Alta. Mas o símbolo deste azul será Nossa Senhora, lembrando mais uma vez a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Neste primeiro campo estará no centro um lírio branco, símbolo de Nossa Senhora, inspirando a todos a pureza da mãe. E sobre o lírio, o símbolo do Espírito Santo em forma de uma pomba, lembrando aquele grande acontecimento da Anunciação, e o Espírito Santo desceu sobre ela. E ainda, esta indicação do símbolo, do Espírito Santo, nos há de lembrar a Catedral de Cruz Alta, dedicado ao Espírito Santo.

Na outra divisão do escudo terá um imenso trigal em cor amarela simbolizando o produto fundamental, o cereal tão precioso e pelo qual nós sempre temos que lutar, para que não falte o pão sobre a mesa: o trigo.

E no meio do trigal, duas espigas de modo especial se hão de elevar, para formar o elo com o Lírio e o Espírito Santo. Será esta a nossa forma de elevar os nossos braços, nossas súplicas a Maria Santíssima, alimentados do Pão material e do Pão espiritual que é a Eucaristia. Lembrando também que a Messe é grande e os operários são poucos. Daí, querermos incluir de modo especial um trabalho pelas vocações sacerdotais na Diocese de Cruz Alta.

Qual será o seu grande cuidado Pastoral como Bispo da Diocese de Cruz Alta?

– Talvez me seja um tanto difícil responder isto agora, porque em primeiro lugar terei que tomar conhecimento de toda realidade da Diocese. Embora as maravilhosas informações que já me deu, o Mons. José, eu queria aproveitar para agradecer também ao Padre Lino, que está aí com a gente hoje. Eu precisarei conhecer de perto as paróquias, a pastoral que já está sendo feita de maneira maravilhosa, para depois então definirmos juntos, com os sacerdotes e as pessoas que estão comprometidas com a Pastoral. Mas, como já falamos, e pelas informações, um problema que senti também aqui no Vicariato de Camaquã, embora fazendo parte da Diocese de Porto Alegre, que parece que tem muitos padres, na realidade somos poucos, para atender as necessidades da Igreja no mundo de hoje.

Por isso, me parece, um trabalho fundamental deve ser, pelas informações recebidas, o trabalho para que não faltem operários, para messe do Senhor. Se isto há de significar em primeiro lugar, cultivar as vocações diretamente para o sacerdócio ministerial, então este trabalho também há de significar, preparar elementos em maior número e eficiência de leigos para assumirem sua missão, também sacerdotal, embora sem ser ministros pelo sacramento da Ordem, que vão trabalhar na pastoral. E foi por isto que, com grande satisfação e alegria, eu vi ontem o plano que o senhor me apresentou, sobre a construção duma casa para formação e atendimento aos leigos, para reuniões e semanas de estudos, e afinal de preparar apóstolos para a vinda do Senhor.

Uma última pergunta que nós gostaríamos de lhe fazer, mesmo que o senhor vai ainda nascer para Cruz Alta, como Bispo, mas já vem de uma longa experiência de presbítero, e de experiência Pastoral. Gostaríamos que nos pudesse dizer, que experiências mais significativas de sua vida, o pode levar par a sua nova função de Bispo?

– Na verdade já agora, depois de 23 anos de Padre, e acima de tudo, tendo trabalhado sempre em Paróquias extensas, e não extensas quanto ao território e sim grandes pela população. Paróquias que havia relativamente pouca organização pastoral digo que não tendo títulos de doutor disso ou daquilo. Mas me orgulho de ter título e que posso me atribuir, modéstia à parte, é de se doutor pela vida pastoral. Em todos os campos, fui obrigado pelas circunstâncias a fazer experiências e todos os setores de Pastoral. Mas se há um que acima de tudo, me foi sempre muito grato e no qual talvez não tanto pela teoria as pela prática mesmo da vida, eu acho que as experiências que fiz podem ser muito bem válidas, também para outras paróquias, e que talvez a gente pode levar para toda Diocese é no campo da Catequese. Tenho trabalhado muito mesmo. Diretamente como Padre dando aulas, compondo aulas, e até mesmo temos um livro aqui agora, que foi feito, lógico em equipe, não só por mim, de conteúdos de religião, para catequese da 1ª a 4ª Série. Estamos quase terminando também o da 5ª a 8ª Série. Então neste campo me parece fundamental. A experiência que tenho não é de um dia, ou de poucos anos,  mas já são de 23 anos.

 Temos dado catequese também através da rádio. Mantenho um programa semanal aqui em Camaquã já há 17 anos. Não tenho falhado nem em período de férias. Então, me parece, que esta experiência é de grande importância para toda vida da Igreja, porque é aí que se molda realmente o espírito de fé de criança. Principalmente em zonas da área como aqui em Camaquã, onde a maior parte das crianças não contava com a mensagem espiritual da parte dos pais, então, mais a gente tinha de fazer, neste sentido. Mas também no setor de apostolado junto dos doentes, das pessoas que por seu espírito não conseguiram se colocar de maneira mais avantajada no campo econômico tenho bastante experiências e bastante vida concreta, vivida junto com as pessoas que necessitavam, talvez não tanto daqueles que lhes dissesse só a palavra de religião, mas que lhes dissesse também a palavra de orientação para a sua organização de família, de trabalho, e afinal para tudo aquilo que se relaciona com o desenvolvimento integral da pessoas humana.

Ao encerrar sua entrevista, Monsenhor Hilgert enviou uma saudação ao seu povo:

Bem, sem evidentemente querer me prolongar, formulo os meus votos de que todas as atividades que, com tantos sacrifícios, tantas renúncias, de parte dos Padres e de outras pessoas comprometidas com a vida da Igreja na Diocese de Cruz Alta, agora sob a orientação do Mons. José Jungblut, continue se desenvolvendo, continue na mesma intensidade, até poder unir-me a todas estas forças e podermos trabalhar juntos, na Diocese, para o bem do Reino de Deus.

 

0.5. Acolhimento ao Novo Bispo

 Com sua ordenação episcopal organizada em Camaquã, de Cruz Alta partiu um ônibus de 36 lugares, conduzindo uma caravana representativa, que participou da celebração. A cidade de Camaquã foi toda engalanada e sinalizada, indicando o local da cerimônia, o Ginásio do Clube Atlético Camaquense, com lugar para 5 mil pessoas sentadas.

Em preparação para a vinda do novo bispo, as Igrejas da cidade refletiram, no dia 12 de setembro, sobre o tema Diocese – Igreja Particular. O último Concílio havia definido a Diocese como “a porção do Povo de Deus confiada a um Bispo, para que a pastoreie em cooperação com o presbitério (comunidade de presbíteros padres)”. Esta porção do Povo de Deus, continua o Concílio, “aderindo ao seu Pastor e por ele congregada no Espírito Santo, mediante o Evangelho e a Eucaristia, constitui uma Igreja Particular. Nela Verdadeiramente reside e opera a Uma, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Cristo”.

 

0.6. Sagração de Dom Jacó Hilgert em Camaquã

 

Foi realizada domingo, 26 de setembro de 1976, na cidade de Camaquã, tendo por local o Ginásio coberto do Clube Atlético Camaquense, a solene sagração do Monsenhor Jacó Hilgert, Bispo da Diocese de Cruz Alta.

Na solenidade estiveram presentes mais de 3 mil pessoas, 100 sacerdotes, número igual de irmãs religiosas, 13 bispos e vigários episcopais o Chefe da Casa Civil do Piratini, Carlos Alberto Algayer, representando o governador, Dom Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre, a totalidade dos prefeitos da região Centro-Sul, vereadores, autoridades militares, estações de televisão da capital do estado, delegação de Cruz Alta, composta de mais de quarenta pessoas, entre as quais o Monsenhor José Jungblut, vigário capitular, Padre Dorvalino Rubim, Padre Lino Cherubini, quatro religiosas, Diário Serrano e Rádio Cruz Alta.

Os atos da sagração constaram da celebração da Santa Missa, concelebrada pelo Cardeal Dom Vicente Scherer e todos os bispos presentes, tendo seu ponto culminante após a liturgia, quando foram realizadas as solenidades principais.

Às 9h30min, deram entrada no recinto especialmente preparado, numa procissão, todos os sacerdotes, bispos, padrinhos, convidados dando início a Missa. A Bula Papal nomeando Dom Jacó, como bispo de Cruz Alta, foi lida pelo Monsenhor José Jungblut, tendo sido realizado a seguir o interrogatório cerimonial por parte do Cardeal Dom Vicente Scherer, ao bispo eleito. Após foram realizadas a imposição das mãos sobre o bispo eleito, a imposição do livro dos evangelhos, sagrada unção, entrega das insígnias episcopais, entrega dos evangelhos, entrega do anel, imposição da mitra, entrega do báculo pastoral e o abraço da paz, todas cerimônias de rara beleza, formando um espetáculo respeitoso e de grande pompa religiosa.

Ao final falaram o Arcebispo Dom Vicente Scherer, Dom Jacó Hilgert, o delegado do conselho de presbíteros e o delegado dos ministros leigos.

Foi ordenante principal da sagração Dom Vicente Scherer, Cardeal Arcebispo de Porto Alegre, ordenantes auxiliares Dom Cláudio Kolling, bispo de Passo Fundo e Dom José Ivo Lorscheiter, bispo de Santa Maria e, padrinhos Dr. Enio e Iolanda Gutheil, Dr. Danilo e Carmem Agostini.

As cerimônias foram encerradas às 11h45min, com a primeira benção do bispo eleito à sua mãe e ao povo presente, além da procissão de todos os religiosos no momento da saída do recinto.

Ao meio-dia, no salão Paroquial da Paróquia São João Batista, foi oferecido a Dom Jacó Hilgert, um grandioso churrasco, com a presença de todos os convidados presentes à cerimônia de sagração e mais de mil pessoas pertencentes à comunidade camaquense, onde o bispo ordenado, recebeu presentes e congratulações de milhares de pessoas.

A Delegação de Cruz Alta partiu de Cruz Alta no sábado, às 12h30min, chegando à Camaquã, às 21h30min. O roteiro de viagem foram as cidades de Júlio de Castilhos, Santa Maria, São Sepé, Caçapava do Sul, Santana da Boa Vista, Canguçu, Pelotas e Camaquã. Destacou-se desta viagem, a camaradagem entre os participantes, quando jovens e adultos, religiosos como populares, numa demonstração de religiosidade dos cruz-altenses. A volta teve outro percurso, Porto Alegre, Canoas, Lajeado, Estrela, Soledade, Carazinho e finalmente Cruz Alta.

Chamando a atenção, as imensas planícies pantanosas da zona produtora de arroz, as moagens de calcáreo de Caçapava, os morros de pedra de Canguço, as lagoas de Pelotas. No retorno, o centro de Porto Alegre, o trânsito movimentado da BR 116.

Falando ao Diário Serrano, Dom Jacó Hilgert enviou a seguinte mensagem: “Quero, na qualidade de bispo de Cruz Alta, enviar a minha benção e a minha amizade ao povo desta terra. Dizer que nossa maior preocupação no momento em que assumiremos a diocese, é a XXV Romaria de Fátima, onde esperamos que os diocesanos abram os seus corações para dar e receber mais amor”. Textos de Luiz Alberto Costa, enviado especial.

0.7. Agradecimentos

 Eleito Bispo da Diocese de Cruz Alta, cumpre-me prestar, e o faço com toda efusão de minha alma, sinceras homenagens de elevada estima e profunda gratidão a todos os que me são caros e que guardo no coração. Primeiramente a Deus, por Jesus Cristo: Honra, Glória e Louvor!

À Santa Igreja, na figura augusta do Sucessor de Pedro, o Papa Paulo VI, obediência e fidelidade;

A Dom Scherer, venerável Cardeal Arcebispo de Porto Alegre, que me conferiu todos os graus do Sacramento da Ordem, até a plenitude no Episcopado, renovada estima, sincera amizade, justa admiração e filial colaboração;

A Dom Claudio Kolling e Dom Ivo Lorscheifer, meus ordenantes auxiliares, e a todo Colégio Episcopal do Rio Grande do Sul, o meu propósito de leal amizade, sereno esforço de imitar seus trabalhos apostólicos e suas virtudes e permanente vontade de fraterna colaboração;

Ao falecido pai, a eterna saudade e sincera prece por sua paz e felicidade no céu;

À minha querida mãe, que junto ao pai soube ser sempre a primeira a estimular e motivar minha vocação sacerdotal; aos meus irmãos e familiares que, através do apoio e amizade tem alimentado minha fidelidade à vocação; aos tios, sobrinhos e primos unidos por laços de sangue e vida cristã; às minhas manas religiosas, ao meu sobrinho e primos sacerdotes que nesta caminhada nos unimos em vida e ideal, o meu fraterno abraço;

Às distintas autoridades Civis e Militares, a minha respeitosa e fraternal saudação, acompanhada do desejo de colaboração constante, na conjugação de esforços e prestação de serviços para o bem comum, paz social e convívio fraterno;

Aos sacerdotes da Arquidiocese de Porto Alegre, particularmente do Vicariato Episcopal de Camaquã, prestimosos colaboradores e corresponsáveis no ministério sacerdotal; meu adeus, na estima e na amizade sacerdotais;

Aos queridos Padres Seculares e prestimosos Religiosos da Diocese de Cruz Alta, minha saudação carinhosa, voto de louvor e confiança e minha humilde disposição de partilhar convosco os sucessos e carregar o fardo do ministério sacerdotal;

Aos estimados e virtuosos religiosos e religiosas de Camaquã e de Cruz Alta a minha cordial saudação e estima e a palavra de encorajamento e louvor pelos ais variados serviços prestados na Pastoral, nas escolas, nos hospitais, nos mosteiros, creches e asilos;

Aos queridos padrinhos da Ordenação Episcopal, meu reconhecimento e sinceros votos de saúde, paz e felicidade nos seus lares;

À Comissão Organizadora desta Cerimônia, aos numerosos amigos que colaboraram mesmo anônimos, nos atos religiosos e sociais da Ordenação Episcopal, meu grande abraço e benção;

Aos leigos comprometidos na ação Pastoral, membros do Conselho Paroquial, Associações Religiosas, Ministros Extraordinários da Eucaristia, Departamentos e Movimentos Paroquiais, Diretorias das Capelas filiais; Equipe de conteúdos de Religião da 12ª Delegacia de Ensino, às coordenadoras de Religião e catequistas que testemunham a fé e promovem espiritualmente os irmãos; meu incentivo, admiração e gratidão;

A todos os meus inesquecíveis Paroquianos de Camaquã, minha porção de povo durante 19 anos, comovedora gratidão e imorredoura saudade;

Ao meu querido povo do município de Montenegro, particularmente de Harmonia, onde nasci e vivi os lindos anos de minha infância e juventude, nu convívio muito fraterno e cristão, minha escolhida benção e cordial saudação;

Aos amigos, parentes, benfeitores, cooperadores e participantes da Ordenação Episcopal; aos que me auxiliaram material e espiritualmente, a todos desejo externar a minha mais calorosa amizade e sincera estima, a mais profunda gratidão e ardente prece, os votos de generosas bençãos e renovados favores celestes, os melhores augúrios de pujante progresso e constante bem estar material e espiritual;

Com minha benção e cordial abraço, Jacó Roberto Hilgert, Bispo de Cruz Alta

Camaquã, 26 de setembro de 1976

Dom Jacó ao lado do Papa João Paulo II

 

0.8. Lema e Escudo Episcopal

 

O Escudo do Bispo, além de ser o sinal de identificação, indica ainda as metas fundamentais do Bispo no exercício de sua missão. O presente escudo está dividido entre dois campos, azul e amarelo dourado.

Seus símbolos:

Além do chapéu verde e da cruz saliente, símbolos comuns ao Escudo Episcopal, o presente escudo oferece: o lírio branco, símbolo de Maria Santíssima, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja e Mãe Nossa. A Pomba, símbolo do Espírito Santo, descendo sobre Maria Santíssima no Mistério da Encarnação: “e o Espírito Santo descerá sobre ti” (Lc. 1,35). O Trigal simboliza a Messe do Senhor e a recomendação do Divino Mestre: “A Messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois ao dono da Messe que envie operários” (Mt.9,37-38).

 

As duas Espigas no campo superior quase como que duas mãos erguidas a Deus em prece, nos lembram que algo do fruto do nosso trabalho deve ser oferecido a Deus para se constituir matéria prima para a Eucaristia, centro e ápice da vida litúrgica da Igreja. Por Maria, Cristo se tornou presente nos meios dos homens. Pela Eucaristia, Cristo continua presente no meio dos homens. O Mistério Eucarístico continua a ser a fonte e a meta da Pastoral da Igreja.

Ecce Matter Tua – Eis aí a tua Mãe

Foi na cruz que recebemos de Cristo, Maria como nossa Mãe, que este divino presente seja sempre guardado e anunciado. Eis a minha missão de Bispo: Que ela seja sempre minha e vossa: nossa Mãe!

 

0.9. Saudações à Cruz Alta

 Ao me aproximar ontem da cidade de Cruz Alta foram-me dirigidas as primeiras saudações de boas-vindas, pelos vastos e verdejantes trigais, bafejados pelo vento suave da primavera. Já hoje pela manhã, os jornais da cidade traziam mensagens de boas-vindas, cheias de calor humano e de carinhosa bondade para com um novo amigo, ainda pessoalmente desconhecido, acolhendo um mensageiro do Evangelho de Cristo.

Fiel a este Evangelho, desejo saudar cordialmente a todos os nobres filhos da Cidade e da Diocese de Cruz Alta: “A Paz de Deus esteja convosco”.

A minha “bagagem” de Bispo é esta: muita boa vontade de servir e trabalhar, muito amor e alegria no convívio com os meus novos Irmãos na fé. A todos a minha escolhida benção.

Jacó Hilgert, Bispo de Cruz Alta

 

 

1.0. Solenidade de posse

Vista da assistência da Assembleia Eucarística Diocesana. Foto de J. Mário

Na antiga Matriz do Divino Espírito Santo, numa solenidade de grande pompa, revivendo os grandes momentos da Igreja entre tantos Bispos e religiosos, Dom Jacó Hilgert, fez a entrada no templo sob as atenções da comunidade, a simpatia e o respeito de três mil fiéis que lotaram as dependências da Catedral do Divino Espírito Santo.

A solenidade foi aberta pelo Vigário Capitular Monsenhor José Jungblut, no seu discurso de acolhida ao novo Bispo. Bispo Dom Paulo Moretto, da Diocese de Caxias, procedeu a leitura da Bula Papal, da nomeação de Dom Jacó, como Bispo da Diocese de Cruz Alta. O Bispo de Caxias exibiu o documento à vista do público repleto de fiéis.

Seguiu-se a leitura do Alto Penitencial, cerimônia inserida dentro da liturgia para a posse do Bispo. Dom Jacó proferiu o discurso, expondo a sua missão como Vigário de Cristo. Autoridades civis, religiosas eclesiásticas, estavam presentes ou representadas.

Um churrasco ao Bispo da Diocese

Realizou-se, domingo ao meio-dia, no salão do Monumento de Fátima, um churrasco oferecido pela comunidade, ao Bispo Dom Jacó Hilgert. Compareceram as autoridades do município, Prefeito Westphalen Correa; Juiz de Direito, Dr. Guido Wilter, General Henrique Beckmann Filho, deputado Algir Lorenzon e figuras representativas do mundo oficial.

No transcurso da solenidade, foi saudado pela representação de Camaquã o Bispo de Cruz Alta, quando o porta-voz destacou aos 29 anos de autógrafo dos amigos do Vigário que, por determinação do Suo Pontífice cobriu a sua cabeça com a mitra diocesana.

A comunidade de Soledade ofereceu ao Bispo de Cruz Alta uma pedra semipreciosa, artisticamente trabalhada, contendo a fotografia do novo bispo.

 

1.1. Bispos presentes à posse de Dom Jacó

A foto apresenta o Bispo de Cruz Alta, tendo à sua direita o Bispo Dom Alonso Mello, à esquerda o Bispo Dom Cláudio Kolling

Prestigiaram a posse do Bispo de Cruz Alta as seguintes altas autoridades dignatárias da Igreja: Do Ivo Lorscheiter, Secretário da CSBB; Dom Paulo Moretto, Bispo Auxiliar de Caxias do Sul; Dom Cláudio Colling, Bispo de Passo Fundo; Do Brno Maldaner, Bispo de F. Westphalen; Dom Stanislau Kreutz, Bispo de Santo Ângelo; Dom Augusto Petró, Bispo de Uruguaiana; Dom Ângelo Mugno, Bispo de Bagé; Dom Alberto Etges, Bispo de Santa Cruz; Dm Alonso de Mello, Bispo de Diamantina; aposentado e filho de Cruz Alta.

Vieram, também, presbíteros coordenadores, sacerdotes de todas as paróquias do Bispado, religiosos leigos, familiares do Bispo e uma comissão representativa da comunidade católica de Camaquã.

 

1.2. O Bispo recebe as boas-vindas

 O grande anúncio natalino da Boa Nova do Evangelho: “Paz aos homens de boa vontade”, será sempre necessário para a compreensão e convívio fraterno das pessoas, grupos, entidades, partidos, religiões e povos.

Boa vontade existe onde cultivamos os frutos do espírito, que no dizer da Bíblia são: “Caridade, alegria, paz, paciência, beniguidade, bondade, fidelidade, mansidão e temperança” (Gal.5,22) e tudo isso na “sinceridade da verdade”.

Sobre os graves problemas sociais que preocupam e deve preocupar as autoridades civis, militares, religiosas e todas as forças vivas das nossas comunidades: a Igreja na voz autorizada do Concílio Vaticano 2º, nos deixou um precioso documento: “Gaudium et Spes” (Alegria e esperança) e nele nos fala de alegria e esperança. Alegria pelo que já se realizou em rol da promoção do homem e do bem comum, e, Esperança pelo que será realizado: “As alegrias e as Esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobre tudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e angústias dos discípulos de Cristo”. Discípulos de Cristo são os bispos, os sacerdotes e os leigos, são todos os membros da Igreja. Compete a cada membro “conhecer e entender o mundo no qual vivemos suas esperanças, suas aspirações, e sua índole frequentemente “dramática” (Gs 4). A constatação de realidades desfavoráveis à dignidade do homem, seja no setor em que for, me parece, sempre é dramática e o será tanto mais, quanto mais difícil, lenta e desafiante for a solução.

No mais sagrado respeito para com os direitos fundamentais da pessoa humana, lembremo-nos todos, sacerdotes e fiéis, que a genuína palavra de Deus, embora por vezes falhe o modo, a flexão da voz ou até as intenções do pregador, é sempre uma espada de dois gumes.

Da “Saudação ao Bispo”, finalizo com a saudação do Bispo ao povo de Cruz Alta: “Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações e petições, ações de graças por todos os homens, para que possamos levar uma vida calma e tranquila com toda a piedade e honestidade. Quero, pois, que os homens rezem em todo o lugar, levantando as mãos puras, sem ressentimentos e sem rancor. (Tim.2,1 e 8). Esteja presente em cada um de nós o desejo de colaboração constante, na conjugação de esforços e prestação de serviços para o bem comum, paz social e convívio fraterno de todos os brasileiros.

Dom Jacó, Bispo de Cruz Alta

 

1.3. Discurso de posse

 Exmos Senhores Bispos, Exmas Autoridades civis, militares e religiosas. Estimados irmãos e já agora filhos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

Inicialmente desejo abrir o Livro Sagrado da Bíblia e buscar nos quadros evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, uma mensagem Mariana. São Mateus escreve: “Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua Mãe, deu à luz o seu filho primogênito, que recebeu o nome de Jesus. (Mt.1,25).

São Lucas: “E o nome da Virgem era Maria. Eis que conceberás e darás a luz um Filho e Lhe porás o nome de Jesus”. (Lc.1,27-31).

São Marcos: “Tua Mãe, Maria, e teus irmãos estão aí e te procuram”. (Mc. 3,31). Finalmente São João: “Eis aí a tua Mãe”. (Jo. 19,27).

Sob o fluxo salutar dessas citações bíblicas desejo abrir, aqui e agora, as páginas do livro da minha vida como Bispo desta Diocese de Cruz Alta com a saudação a Mãe de Deus: “Ave Maria, cheia de graça…” “E o faço levado não por mero sentimentalismo natural de afeto de filho para com a Mãe; nem como mero gesto de estima para com a cidade de Cruz Alta, que, com razão se glória de ter por padroeira e madrinha a Santinha de Fátima; nem por um mero imperativo de felicidade ao meu lema de Bispo: “Eis aí a tua Mãe”. (Jo.19 27); mas fundamentalmente na humilde fidelidade à Palavra de Deus: Maria, sendo escolhida como Mãe Santíssima de Deus e tendo concebido por obra do Espírito Santo, esteve presente toda a sua vida nos mistérios de Cristo (Lumen Gentium n.66). Que ela esteja presente na minha e na vossa vida! Nobres filhos da Diocese de Cruz Alta!

As Sagradas Escrituras registram, com rara simplicidade e extraordinária sensibilidade humana, os acontecimentos do primeiro milagre operado por Cristo no início de sua vida pública, sintetizados em três pensamentos: A presença de sua Mãe: “E achava-se ali a Mãe de Jesus”. (Jo 2,1). O pedido da Mãe: “Eles não têm mais vinho”. (Jo 2,3); e a ordem da Mãe aos serventes: “Fazei tudo o que Ele vos mandar” (Jo. 2,5).

Estamos aqui congregados na fé, no início da vida de um sucessor dos apóstolos: por escolha, por ordenação e por envio, à frente da Igreja Particular de Cruz Alta. Acabastes de ouvir a leitura da Bula de Nomeação. Sinto-me imensamente emocionado e feliz com a presença honrosa de tantos discípulos de Cristo: Bispos, Autoridades, Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, representações de todas as Paróquias – parentes e amigos, de longe e de perto. Porém, acima de tudo, feliz por uma outra presença, embora invisível, mas real, luminosa e carinhosa; a presença de Maria Santíssima, minha e vossa: nossa Mãe. Esta presença de Maria, me é, não menos significativa como nas bodas de Caná, como junto à cruz da Redenção, como no Cenáculo no dia de Pentecostes.

Como Pastor da Diocese de Cruz Alta, aqui e agora, amanhã e sempre, deverei estar atento para ouvir e atender o pedido desta Mãe: “Eles não têm mais vinho”. (Jo 2,3). Eles, isto é, todos os filhos desta Diocese, mas principalmente os pobres, os doentes, os humildes, os desprovidos, os tristes, os marginalizados.

Eles não significarão também muitas vezes, os convidados especiais, os grupos de reflexão, os intelectuais, os políticos. Significará então, o vinho: alegria e fartura, felicidade e graça, paz e amor!

Insistindo na referida página do Evangelho, pergunto ainda a mim mesmo: “Não compete ao Bispo transmitir a ordem da Mãe: “fazei tudo o que Ele vos andar? Transmitir a quem? Aos serventes!

Agindo assim estaremos sempre presentes ao Mistério da Cruz Alta da Redenção e da Libertação dos homens, ocupando o lugar do apóstolo João, que encontramos no Evangelho desta Liturgia, recebendo o presente de Cristo: “Eis aí a tua Mãe”, e exercendo a missão do mesmo: “e desta hora em diante o discípulo a levou para sua casa” (Jo 19,27).

Estimados sacerdotes, autoridades, religiosos e leigos da Diocese, levai como representantes dos vossos irmãos, que ficaram em casa: para os municípios da nossa Diocese, para todas as paróquias e capelas, as repartições públicas, os colégios e os hospitais, para todos os setores de trabalho e às comunidades de base, para as vossas famílias, esta mensagem de Maria: “Fazei tudo que Ele, o Cristo, vos mandar”. Assim estaremos atendendo o insistente apelo de Paulo VI na sua mensagem da “Evangelii Nuntiandi” de evangelizar. Esta nossa comum missão de anunciar, de evangelizar, de levar a Boa Nova, que aqui nesta Catedral do Espírito Santo, se iniciou nesta Igreja de Cruz Alta pela invocação e descida do Espírito Santo sobre o Bispo, que então, era ordenado, e assumia a Diocese: Dom Paulo Moretto (a quem desejo prestar, nesta hora, merecida homenagem de gratidão, e peço seja por todos confirmada com uma calorosa salva de palmas). Ele, isto é, Dom Paulo, humilde, mas sábio; silencioso, mas atuante, vosso e meu amigo, hoje dedicado e zeloso Bispo Auxiliar de Caxias do Sul, com direito à sucessão, iniciou esta marcha evangelizadora e que graças à pujante atuação dos agentes de pastoral, embora a preocupante escassez do clero, vem se desenvolvendo num louvável e constante progresso.

Em meio a esta farta e larga Messe do Senhor, representada no meu escudo de Bispo da Diocese, de que os imensos trigais de nossos bravos agricultores, são apenas um símbolo, ninguém como cristão esclarecido há de ficar de braços cruzados, ninguém poderá dizer: “não somos assalariados (Mt 20, 1-7) ninguém, sem fazer produzir e multiplicar os seus talentos (Mt 25,14-18) ninguém a perguntar o que a Diocese fará por mim, mas sim: o que eu farei pela Diocese? Assim como no campo econômico louvamos e motivamos a todos a trabalhar e contribuir para que não falte o pão material sobre a mesa da família assim no setor espiritual: na Igreja, na Diocese, no “Reino de Deus, que não é alimento e bebida, mas é justiça e paz e alegria no Espírito Santo: Todos são chamados e convocados a trabalhar”. (Rom. 14,17 e 19).

Para um harmonioso crescimento Pastoral na Diocese e feliz êxito da missão da Igreja, lembramos e recomendamos a todos: “Os dons de Deus são diferentes, mas o Espírito Santo é sempre o mesmo. As responsabilidades no Serviço da Igreja são diferentes, mas o Senhor é sempre o mesmo. As atividades são diferentes, mas é o mesmo Deus que age. A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum”. 1 Cor, 12,47).

O que importa que o Bispo, os Sacerdotes e Religiosos, os leigos presentes em todos os setores da atividade humana abracem com amor a sua causa, a parcela do seu trabalho e sejam o fermento da parábola do Evangelho.

Desejo concluir as minhas palavras em espírito de Diocese, com a recomendação calorosa de Paulo Apóstolo a Timóteo e hoje, do vosso novo Bispo, a todos vós meus filhos: “Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações e petições, ações de graças por todos os homens, para que possamos levar uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e honestidade. Quero, pois, que os homens rezem em todo o lugar, levantando as mãos puras, sem ressentimento e sem rancor”. (Tim 2, 1-2 e 8).

As duas espigas de trigo do Escudo do Bispo, lembrarão as duas mãos puras em oração. Serão as mãos do Bispo, dos Sacerdotes, dos Religiosos, das Autoridades, de todo o povo santo em orações fiéis a Ordem de Cristo – “pedi ao dono da Messe” e na constante recomendação da Virgem de Fátima, nossa Mãe e nossa Padroeira: “Meus Filhos, rezas!”

Agradecimentos e saudações. A Deus por Jesus Cristo: Honra, Glória e Louvor! A Igreja: Na figura augusta do sucessor de Pedro, o Papa Paulo VI, obediência e fidelidade.

A Dom Vicente Scherer, Venerável Cardeal Arcebispo de Porto Alegre: renovada estima, sincera amizade, justa admiração e filial gratidão.

Ao Colendo Colégio Episcopal do Rio Grande do Sul: o meu propósito de leal amizade, sereno esforço de imitar seus trabalhos apostólicos e suas virtudes e permanente vontade de fraterna colaboração.

Aos queridos Padres Seculares e prestimosos Religiosos da Diocese de Cruz Alta – minha saudação carinhosa, voto de louvor e confiança e minha disposição humilde de partilhar convosco os sucessos e carregar o fardo do ministério sacerdotal.

Ao dedicado e dinâmico Mons. José Jungblut com quem incansavelmente colaborastes durante seis meses, à frente desta Diocese como Vigário Capitular, particularmente desejo agradecer os trabalhos realizados e as bondosas palavras de saudações que me dirigiu.

Aos estimados e virtuosos religiosos a minha cordial saudação de estima e a palavra de encorajamento e louvor pelos mais variados serviços prestados na pastoral, nas escolas, nos hospitais, nos mosteiros, creches e asilos.

Aos queridos seminaristas maiores e menores desta Diocese, que são hoje, a nossa esperança, e amanhã, a feliz certeza, meus votos de perseverança, embora os atrativos do mundo e os problemas internos e externos e a certeza de especiais preces.

Aos generosos e valorosos membros dos movimentos, associações do Apostolado leigo, catequistas, conselhos paroquiais, a expressão sincera do meu afeto e apreço e o pedido que jamais retrocedais na construção e do testemunho no Reino de Cristo.

Às distintas autoridades Civis e Militares, a minha respeitosa e fraternal saudação acompanhada do desejo de colaboração constante, na conjugação de esforços e prestação de serviços para o bem comum, paz socia e convívio fraterno.

Enfim, à bondosa Mãe Maria Santíssima, a Virgem de Fátima que nesta nossa cidade Episcopal de Cruz Alta, vigia maternalmente no seu Monumento grandioso e soberano sobre todos os filhos e deles recebe constantes hinos de louvor e a fervorosa saudação da prece Angélica: “Ave Maria, cheia de graça”. A Ela dirijo o meu pedido e faço a consagração de toda a minha vida para que possa ser um bom Bispo à serviço e glorificação de seu Divino Filho Jesus Cristo.

“Ó clemente, Ó piedosa, Ó doce sempre Virgem Maria!”

 

1.4. Dom Jacó e o Centro Diocesano de Formação Pastoral

 Desde outubro de 1976 já estava em andamento a construção do Centro Diocesano de Formação Pastoral. Aspiração profunda das lideranças da Diocese desde que esta foi instalada. A necessidade de um local de tal natureza se fazia sentir ao vivo, diante de grande dificuldade – impossibilidade até de reunir e alojar pessoas por ocasião de cursos, retiros, encontros, reuniões. Dom Jacó, aliás como já o fazia Dom Paulo, pensava também em alojar no Centro os seminaristas da Diocese. De modo geral, o Centro sempre esteve a serviço da comunidade para tudo que possa promover pessoas e comunidades.

Dom Jacó inaugurou o Centro em 30 de outubro de 1977.

 

1.5. Aposentadoria e despedida da Romaria

 Em janeiro de 2001, ao completar 75 anos, o bispo Dom Jacó Hilgert se aposentou, conforme prevê a lei canônica da Igreja Católica. Responsável pela Diocese de Cruz Alta desde 1976, ano em que foi ordenado bispo, Dom Jacó perdera as contas do número de missas e casamentos celebrados por ele na região. Sabe-se que são milhares, mas estima que tenha crismado uma média de 5 mil pessoas por ano.  “A próxima romaria traz junto uma expectativa maior para mim, pois vou deixar a função para o próximo bispo de Cruz Alta”, afirma.

A  programação da 49ª Romaria ao Monumento de Nossa Senhora de Fátima, ficou marcada pela celebração do jubileu dos 2000 anos do nascimento de Jesus Cristo e a última festa religiosa coordenada pelo Bispo Dom Jacó Hilgert, que estava à frente da diocese há quase três décadas.

 

1.6. Dom Jacó se despede do Asilo Santo Antônio

 

 A equipe do Asilo Santo Antônio preparou uma missa muito especial. A celebração foi para homenagear o Bispo Emérito Dom Jacó Hilgert, que a partir de então se afastaria das atividades que realizava todos os finais de semana no local.

Mais de 100 pessoas estiveram presentes relembrando os momentos especiais que o bispo passou com os idosos, as irmãs religiosas, funcionários e demais colaboradores. Segundo o presidente do Asilo, Jorge Bronzatti, durante toda essa caminhada nada detinha Dom Jacó no seu cumprimento do dever e da disponibilidade voluntária de sempre participar e agir no campo social.

“É mais justo e merecido seu afastamento para cuidar mais de sua saúde e usufruir de seu merecido descanso. Sabemos que o tempo não conseguirá apagar de nossos corações as marcas de suas palavras apostolares e o exemplo vivo de suas virtudes cristãs”, declara.

Durante seu trabalho no Asilo, Dom Jacó sempre foi muito nobre em seu serviço à Igreja, curando as almas, confortando os aflitos, amparando os fracos, levando o bom caminho aos transviados e ainda fortalecendo mais os crentes.

O Bispo Emérito conviveu quase 40 anos junto ao Asilo Santo Antônio, durante este tempo ele sempre demonstrou um enorme entusiasmo pela vida e pela defesa do ser humano. Segundo Jorge, a cada dia que passava ele ensinava que todos devem rever a cada dia suas escolhas e não desfazer do próximo, pois algum dia ainda poderá precisar dele.

Há alguns anos surgiram suspeitas em prelação ao Asilo, e Dom Jacó sempre esteve ao lado da casa defendendo todas as situações e colocando categoricamente sua confiança nas pessoas que administravam o local. “Esta confiança incondicional no Bispo Emérito sempre foi e sempre será um grande incentivo para nosso trabalho voluntário e também fez com que nossa credibilidade junto à comunidade de Cruz Alta e região se mantivesse inabalada”, diz.

Toda a equipe do Asilo agradece o trabalho de Dom Jacó, que por tanto tempo levou alegria e amor para as pessoas que precisavam. Ainda desejam muita saúde, lucidez para que ainda possa transmitir muita experiência e sabedoria aos cristãos.

 

1.7. Bispos de todo o Estado homenageiam Dom Jacó

 

 Mais de 15 bispos, vindos de todo o Estado, participaram da celebração religiosa em homenagem ao Bispo Diocesano Dom Jacó Hilgert, que comemorou seus 25 anos de Episcopado. Visivelmente emocionado, Dom Jacó entrou na Catedral do Divino Espírito Santo, completamente lotada, precedido dos bispos, arcebispos e padres.

Dom Jacó deu início à celebração, agradecendo, em nome de Deus, a alegria de estar comemorando, na sua Diocese, uma história de 25 anos como Bispo Diocesano. Logo depois, a missa foi celebrada pelo Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, que destacou o importante papel do bispo em sua comunidade. “É ele quem conduz os fiéis, pregando a fé e Dom Jacó, em seus 25 anos de bispado, certamente conseguiu, com grande alegria, cumprir sua missão”. A grande amizade e o reconhecimento pelo excelente trabalho realizado foram os motivos que trouxeram os bispos a Cruz Alta, disse o padre Vitor Hugo Gerhard, secretário da Conferência dos Bispos, lembrando que também está se comemorando este ano o Jubileu de Ouro da CNBB.

Entrada de Dom Jacó na Catedral com bispos, arcebispos e padres

Na celebração Dom Jacó recebeu a imagem de Nossa Senhora como homenagem

Dom Jacó com as Irmãs Carmelitas

Câmara de Vereadores homenageia Dom Jacó

Presidente do Legislativo José Reis, cumprimenta o homenageado

 

A cerimônia religiosa foi de grande sensibilidade e emoção, na qual a descrição da caminhada feita por Dom Jacó foi traduzida em comovente realismo, por tantos exemplos de firmeza, coragem, profetismo, fé e esperança no seu povo fiéis.

Após, seguiu-se um jantar de confraternização com 700 pessoas, que demonstraram o caminho, o apreço e o amor a Dom Jacó, que na sua missão de pastor tem um perfil de pai, irmão e amigo.

Em sessão solene realizada na Câmara de Vereadores, homenageou o Bispo pelos seus 25 anos de trabalhos realizados na Diocese. Se fizeram presentes neste ato autoridades do município, amigos e parentes vindos da Alemanha.

Na oportunidade, Beno Arno fez uma saudação, em alemão. Houve várias apresentações, entre elas, um buquê de flores que a menina Helena Leal Kruel entregou a Dom Jacó, um gesto que representou o abraço e o reconhecimento de todos os cruz-altenses pelo seu trabalho junto à comunidade.

 

1.8. Padres falam emocionados de Dom Jacó

Dom Jacó se despede

O padre João Bagolin conta que lembra da chegada de Dom Jacó, em 1976. Descendente de alemães, filho de pequenos agricultores, de personalidade muito forte, ao longo da caminhada se fez um só com a diocese. Dom Jacó encarnou-se nele e a diocese se encarnou nele. Essa identificação contribuiu muito para que a Igreja de Cruz Alta fosse definindo o seu rosto, a sua fisionomia.

Os traços deste rosto foram identificados na Assembleia Jubilar de 1997: uma Igreja Povo de Deus, Comunhão e Participação, Mães Educadora, Inculturada, Profética, Acolhedora, Ministerial, Missionária, Misericordiosa, Servidora, Discípula, Celebrativa. Tudo isso tornou a Igreja mais bonita, apesar dos defeitos e limitações que são parte das contingências da história. Tudo isso tem muito a ver com Dom Jacó, que sempre foi grande incentivador desta caminhada.

Para o Padre José Jungblut, falar sobre a despedida de Dom Jacó e a chegada de um novo bispo é uma emoção muito grande. “No dia 3 de outubro de 1976, a Igreja de Cruz Alta se reunia, na Catedral, em solene Assembleia Eucarística, para receber Dom Jacó, recebendo o sucesso dos Apóstolos e o nosso Pastor que vinha caminhar conosco para animar a nossa fé, coordenar nossos planos de evangelização e atividades pastorais e presidir nossas assembleias eucarísticas”, lembra.

Jungblut diz que a partir da nomeação e posse no dia 16 de junho, Dom Frederico, com a mesma força no comando da Diocese, será muito importante para os fiéis que terão o 3º Bispo Diocesano e que o reconhecerão como um sucesso de Dom Jacó na construção da Igreja de Cru Alta, que vem para caminhar com uma igreja não mais dando os primeiros passos e sim já entrando na idade da maturidade”.

Da mesa forma o Padre Silvestre Ottonelli, representante dos presbíteros, acrescenta que a Aposentadoria é uma fase delicada para todo o ser humano, especialmente depois de tantos anos no sacerdócio e no episcopado. “É o momento de colocar as energias em estágio de uma diminuição de ritmo, exercício intensivo de descanso. Na verdade, não lhe perguntaram se suas forças seriam capazes de ir mais longe ou não”.

Segundo ele, a trajetória de Dom Jacó na Diocese de Cruz Alta poderia ser relatada como uma agenda sobrecarregada, com estabelecimento de contatos, conselhos, seminários, estimulação de vários padres, lideranças, sem, contudo, perder a firmeza, cultivando carinhosamente na sua família, zelando pelo patrimônio econômico e material de Diocese, celebrando cada Eucaristia como se fosse a última. “Como Bispo Diocesano ele teve o desafio de também compreender suas próprias limitações administrando suas fragilidades físicas” Ottonelli explica que aposentadoria é confundida com invalidez, incapacidade o que, com certeza, na sua opinião, não se aplica a Dom Jacó, pois ele é um homem com muita disposição e sempre pronto a estimular as pessoas com sua energia.

Ele acrescenta também que o novo bispo tem uma bonita missão pela frente. “A Diocese é constituída em sua grande maioria pelas ovelhas fracas, feridas, doentes, desgarradas e perdidas. O tempo é de empobrecimento, exclusão. Frente a este quadro difícil e desafiante, o bispo deve ajudar suas ovelhas feridas a calcificarem e cicatrizarem fraturas”.

Na sua opinião, Do Frederico está chegando em terra não tão conhecidas, terá sua vida, com suas experiências e preferências, formação, tradição, colegas de Episcopado, do presbitério lideranças e povo. “Somos presbitérios com sede decrescer e evoluir. Somos, na relação com o pastor, ovelhas que precisam ser orientadas, mas possuímos nossa visão das pastagens, das sombras, das fontes de para a comunhão e na relação com o povo e somos convocados a sermos pastores”.

 

1.9. Aposentadoria em Cruz Alta

 Natural do município de Harmonia, o religioso sentia-se completamente integrado à comunidade que o acolheu nos últimos 25 anos. Mesmo aposentado, Dom Jacó continuou morando em Cruz Alta, na Chácara Harmonia. “Nesses 25 anos de bispado, considero muito importantes as demonstrações de fé durante as romarias ao monumento de Fátima, os encontros entre jovens e a formação de leigos e padres”, afirma.

Dom Jacó faleceu no dia 17 de dezembro de 2020, aos 94 anos, em sua própria residência, em Cruz Alta, devido a uma parada cardiorrespiratória.

  

Fonte:

Jornal Diário Serrano, 3 de outubro de 1976

Jornal Diário Serrano, 21 de julho de 1976

Jornal Diário Serrano, 1º de agosto de 1976

Jornal Diário Serrano, 19 de setembro de 1976

Jornal Diário Serrano, 26 de setembro de 1976

Jornal Folha do Povo, 1º de outubro de 1976

Jornal Folha do Povo, 3 de outubro de 1976

Jornal Diário Serrano, 5 de outubro de 1976

Jornal Diário Serrano, 14 de outubro de 1976

Jornal Diário Serrano, 17 de outubro de 1976

Jornal Diário Serrano, 16 de janeiro de 1977

Histórico da Diocese 1977 a 1994

Jornal Correio do Povo, 11 de agosto de 2000

Histórico da Diocese de Cruz Alta 1999/2000

Jornal Zero Hora, 19 de setembro de 2000

Histórico da Diocese de Cruz Alta 1999/2000

Jornal Diário Serrano, 2 de fevereiro de 2016

Jornal Diário Serrano, 27 de outubro de 2001

Jornal Diário Serrano, 16 de junho de 2002

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pedro Ercílio Simon, Bispo Coadjutor de Cruz Alta (De 6/01/1991 a 29/06/1995)

Em 25 de outubro de 1990 o Jornal Diário Serrano anunciou que a Diocese de Cruz Alta contaria com mais um Bispo a prestar direta colaboração, inclusive com direito a sucessão do atual Bispo Diocesano Dom Jacó Hilgert. O Monsenhor Pedro Ercílio Simon, vigário Geral da Diocese de Passo Fundo foi nomeado pelo Papa João Paulo II como Bispo Coadjutor de Cruz Alta.

Segundo o Bispo Dom Jacó, um dos motivos da vinda de um Bispo Coadjutor devia-se ao fato de a Paróquia de Cruz Alta, na época, contava com muitas comunidades menores, as quais se costuma chamar de Capelas, e o número de padres era bastante pequeno. Outro fator que levou o Bispo a fazer o pedido oficial ao Santo Padre, devia-se ao fato de ele estar com problemas de saúde, além de ter perdido uma vista por completo, acarretando uma série de dificuldades ao exercício da função.

Até aquele momento, Pedro Ercílio havia trabalhado na cidade de Passo Fundo por 23 anos, em várias paróquias, no seminário, na coordenação geral da Pastoral daquela Diocese e, ultimamente, era Vigário Geral da Diocese e professor no Instituto de Teologia de Passo Fundo. Para ele, além da necessidade já mencionada pelo Bispo Diocesano, os caminhos de Deus nem sempre são os que a gente escolhe. “Nunca me neguei a fazer algum serviço pela Igreja, pelas comunidades, pelos irmãos, ao longo dos meus 25 anos de vida religiosa”.

O Monsenhor Pedro Ercílio comentou que, tão logo fosse ordenado, começaria a desempenhar suas atividades conhecendo a realidade da cidade e se integrando com os demais padres para, então, dar início ao seu trabalho.

Pedro Ercílio comentou que, com o grande crescimento das comunidades urbanas, o atendimento à população católica, especialmente, ficou muito difícil. “Esta é a minha preocupação fundamental. A fé precisa cada vez ais estar amadurecida, mais vivida, mais integrada, e esta minha preocupação pretendo que continue aqui, com o trabalho que pretendo realizar”.

Posse em Passo Fundo

No dia 30 de dezembro de 1990 a Catedral Diocesana Nossa Senhora Aparecida, da cidade de Passo Fundo, tornou-se pequena para abrigar todos os presentes na cerimônia que ordenou Bispo o Monsenhor Pedro Ercílio Simon. A cerimônia contou com a presença do ordenante principal Dom Carlo Furno, embaixador do Vaticano no Brasil.

A cerimônia de ordenação do novo bispo aconteceu num domingo, às 17h, na Catedral de Passo Fundo, tendo como ordenantes principais, além do embaixador do Vaticano no Brasil, os auxiliares Dom Urbano Algayer, Bispo de Passo Fundo, e Dom Jacó Hilgert, Bispo de Cruz Alta.

Presentes também durante a cerimônia de ordenação, quase todos os bispos do Estado, como é o caso de Santa Catarina e São Paulo. Segundo o Padre Flávio Rohr, cerca de 20 Bispos e 150 padres de todo o Rio Grande do Sul estavam presentes, além de inúmeras pessoas da comunidade de diversas cidades, inclusive Cruz Alta, onde partiu um ônibus de excursão.

Posse em Cruz Alta

Dom Jacó cumprimenta o novo bispo

No dia 6 de janeiro de 1991, a Catedral ficou completamente lotada para a Solenidade de Posse do Bispo Coadjutor de Cruz Alta, Pedro Ercílio Simon. A solenidade aconteceu às 18h de domingo, reunindo autoridades eclesiásticas e civis, além de um grande número de pessoas da comunidade cruz-altense e outras localidades.

Às 18h de domingo, a comunidade cruz-altense assistiu a solenidade de posso do novo Bispo Coadjutor de Cruz Alta, vindo especialmente da Diocese de Passo Fundo para ajudar ao Bispo Dom Jacó Hilgert. Estavam presentes na posse, o Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre Dom Cláudio Colling, o Arcebispo Coadjutor Altamiro Rossatto, o Presidente da Regional Sul 3 da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e Bispo de Santa Maria, Dom José Ivo Lorscheiter, além dos bispos das cidades de Santo Ângelo, Erechim, Santa Cruz do Sul, bispos auxiliares de Porto Alegre, representantes dos bispos de Frederico Westphalen e Passo Fundo, prefeitos de Cruz Alta e Passo Fundo, cerca de 40 padres da Diocese de Cruz Alta e outras localidades do Estado, representantes das 31 paróquias da Diocese e um grande número de fiéis da cidade e de fora.

Nomeação do Papa

No dia 24 de outubro de 1990, o Papa João Paulo II nomeou Monsenhor Pedro Ercílio Simon, da Diocese de Passo Fundo, Bispo Coadjutor de Cruz Alta, e a ordenação episcopal aconteceu no último dia 30 de dezembro em Passo Fundo. Durante a solenidade de posse foi feita a leitura da carta de nomeação do Bispo e leitura da ata da solenidade de ordenação do Bispo que aconteceu em Passo Fundo e, por último, a leitura da ata da posse do Bispo em Cruz Alta.

Após a solenidade, foi oferecido um jantar em homenagem ao novo Bispo no salão paroquial, previamente ornamentado para a ocasião, tendo reunido cerca de 500 pessoas. O novo Bispo ficará, permanentemente, servindo a comunidade cruz-altense, assessorando a Dom Jacó, que está com problemas de saúde.

“Credibilidade da Igreja não significa assumir controles”

O Bispo Coadjutor de Cruz Alta, Dom Pedro Ercílio Simon, falou ao Jornal Diário Serrano um pouco sobre sua vida sacerdotal, seu trabalho e sua missão como padre, quando várias foram as transformações ocorridas no mundo e nas pessoas.

Pedro Ercílio viveu grande parte de sua vida na pequena localidade de Sertão, próximo a cidade de Passo Fundo, e ambiente bastante religioso, não apenas falando em família, mas toda a comunidade. Aos 11 anos de idade, o Bispo ingressou no Seminário, mas somente mais tarde pode compreender que estava sendo chamado para servir a Deus.

“Desde a faculdade até hoje já se foram cerca de 32 anos e eu continuo firme neste trabalho, apesar de que, ao longo destes anos todos, várias foram as transformações. Por um lado, houve a penetração de outros valores, como é o caso do secularismo, as facilidades, o consumismo… tudo isso foi transformando o modo de ser e de viver de nossa população mais fiel aos princípios católicos. Tudo isso veio proporcionar uma certa depuração, ou seja, se alguns deixaram de seguir a sua religião, por outro lado, outros passaram a assumir a sua fé com maior consciência, com maior vocação. Desta forma, acredito ser o trabalho do padre, atualmente, melhor, pelo fato de ser, até mesmo, mais compreendido do que em outros tempos”, acentua o Bispo.

O que representa uma nomeação

Para o novo Bispo, há uma diferença fundamental entre uma promoção humana de cargo e subir um degrau na hierarquia da Igreja. “Numa promoção dessa natureza, assumimos a responsabilidade não apenas como a subida de mais um degrau, mas, sobretudo, no mais alto grau de dever e missão a ser cumprida”, ressalta o Bispo.

Quanto a atual situação que atravessa o país, o Bispo acredita ser bastante difícil. “Basta se perguntar como é que se faz para sobreviver, principalmente aquele que vive com um salário mínimo ou pouco mais? Realmente, é como que quase um milagre permanente a questão da sobrevivência para milhões de brasileiros. Olhando para esta realidade, sinto-me pequeno diante de tamanha responsabilidade, entretanto, se olharmos a situação de outros países, veremos que conseguiram reverter a situação, com a colaboração de todos, não apenas com fórmulas mágicas, e dar à população dias melhores e de maior esperança. Não devemos desanimar, mas confiar e dar nossa parte na responsabilidade de proporcionar dias melhores”, ressalta o Bispo.

A Credibilidade da Igreja

Em pesquisa levantada há alguns dias pelo Jornal Diário Serrano, pode-se constatar que a Igreja está em primeiro lugar em credibilidade junto à opinião pública, e segundo o Bispo, apresentar os verdadeiros valores do ser humano que devem ser respeitados, clamar por eles e, muitas vezes, denunciar caso não estejam sendo respeitados, é o que de fato dará a credibilidade.

“O que tira a credibilidade é dizer uma coisa e fazer outra. Mas o fato de a Igreja ter os índices mais altos de confiança, não significa que ela deva assumir o controle em buscas de soluções. Ela deve colaborar, no entanto, com aqueles que estão capacitados para tal função, fazendo com que se caminhe ao encontro destas soluções”.

Quanto às vocações sacerdotais, Pedro Ercílio acredita que o número atualmente não tenha diminuído tanto. O que dificulta, segundo ele, é justamente as transformações que ocorrem no mundo e nas pessoas, o que faz com que o trabalho de um religioso se torne mais complexo.

Para finalizar, o novo bispo deixou uma mensagem de saudação e desejo de conhecer melhor a todos os membros da comunidade católica de Cruz Alta e região para que juntos possam trabalhar em busca de um melhor sentido para a vida.

Biografia

Nascido em 9 de setembro de 1941, em Ibiaçá, RS, e, aos 11 anos de idade, ingressou no Seminário Sagrado Coração de Jesus, de Tapera, RS.  Foi ordenado sacerdote no dia 12 de dezembro de 1965, por Dom Aloísio Lorscheider, e ordenado bispo a 30 de dezembro de 1990.

Sua ordenação presbiteral aconteceu junto com a do seu irmão, Padre Irineo Simon. O lema escolhido revela o seu pensamento a respeito do sacerdócio: “Sacerdote de Deus a serviços dos homens”. Atuou na Diocese de Erechim, e como Vigário Geral na Diocese de Passo Fundo, e também como promotor vocacional, coordenador de pastoral e primeiro reitor do Seminário Nossa Senhora Aparecida. Exerceu o presbitério na Catedral Nossa Senhora Aparecida, nas paróquias São Judas Tadeu, São Cristóvçao e Sagrado Coração de Jesus.

Suas principais atividades sacerdotais foram de Assistente e professor nos Seminários de Tapera e Erechim, reitor e professor por seis anos no Seminário Diocesano de Passo Fundo, professor de Teologia Dogmática no Instituto de Teologia e Pastoral de Passo Fundo, Pároco das Paróquias de São Judas Tadeu, São Cristovão, Sagrado Coração de Jesus e Catedral, todas em Passo Fundo, Coordenador Diocesano da Pastoral por quatro anos, Vigário Geral da Diocese a partir de 1987.

Participou, também, da direção dos seguintes organismos diocesanos: Cabido dos Cônegos, Colégio dos Consultores, Conselho Presbiteral, Conselho dos Assuntos Econômicos Cáritas, Assistência Social Diocesana Leão XIII e Rádio Planalto. Exerceu ainda, as atividades de Assistente Diocesano da Pastoral Familiar, diretor espiritual dos Cursilhos de Jovens e diretor espiritual das Tendas de Shalom.

Dom Ercílio e o Papa Bento XVI

Em 1981, Dom Ercílio esteve à frente da primeira Romaria Diocesana em honra à Nossa Senhora Aparecida. Em 2017, contou que não imaginava que a devoção à padroeira do Brasil seria tão forte na Arquidiocese. “Ninguém jamais poderia imaginar que, como consequência da escolha do nome de Nossa Senhora Aparecida, surgiria o grande movimento em torno dessa devoção. Se alguém tivesse imaginado a afluência de tantas pessoas, certamente teríamos construído o prédio do Seminário pelo menos cem metros mais terreno adento, para dar lugar a uma praça maior para receber a multidão de pessoas na Romaria. A Romaria tem um cunho vocacional para o povo, mas nunca deverá perder o seu cunho vocacional para a juventude. Me parece que os caminhos de Deus sempre passam pelas mãos de Maria”.

Nomeado Bispo Coadjutor em Cruz Alta em dezembro de 1990, escolhendo o lema “Em Nome de Jesus”, permaneceu na Diocese de Cruz Alta até 1995. Desde o dia 30 de junho de 1995 até o dia 16 de setembro de 1998, foi Bispo Diocesano de Uruguaiana. Em 17 de novembro de 1998 tomou posse como Bispo Coadjutor em Passo Fundo. Substituiu Dom Urbano José Allgayer, assumindo como Bispo de Passo Fundo no dia 19 de maio de 1999.

De 2001 a 2004 atuou junto ao Regional Sul 3 da CNBB como secretário geral, e como Bispo referencial para a Pastoral dos Migrantes.

De 2007 a maior de 2011 foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB. No dia 13 de abril de 2011 o Papa Bento XVI o elevou a dignidade de arcebispo, data da criação da Província Eclesiástica de Passo Fundo.

No dia 16 de dezembro de 2011 recebeu o título de Cidadão Setaniense.

Com a elevação da Diocese de Passo Fundo a Arquidiocese, Dom Ercílio recebeu, no dia 29 de junho de 2011, do Papa Bento XVI, o Pálio Arquiepiscopal referente à função de Arcebispo.

Aos 11 de julho de 2012 o Papa Bento XVI aceitou seu pedido de renúncia, por motivo de saúde, ao governo da Arquidiocese de Passo Fundo, tornando-se Arcebispo emérito.

Pensamento

Em 2015, quando completou 50 anos de sacerdócio e 25 anos de Bispo, disse, em entrevista ao Jornal Presença Arquidiocesana, sonhar com o futuro que surgia para ele, para a Igreja e para o mundo. “Em meu jubileu de ouro sacerdotal, mais do que olhar para trás do tempo, fico sonhando com os tempos futuros que o Senhor ainda prepara para mim. Sonho com a ‘nova criação’ com os ‘novos céus e novas terras’, como dizia Isaías, com o mundo novo que vai surgir, onde Deus será o Senhor absoluto, a alegria eterna, a realizar plenamente meu coração de criatura”, destacou o arcebispo que, em todo o seu ministério batizou milhares de pessoas e somou mais de 100 mil crismas. “Gastei meu tempo de vida, dedicando minhas forças, minha saúde – que era boa, minha capacidade de amar, para que se realize o venha a nós o vosso reino”, ressaltou na época.

“Um mundo de mais amor e mais fé”

Em seu livro, “Nossos padres, nossos heróis”, Dom Ercílio destacou a importância de olhar para o jovem. “Eu diria para que os jovens não tenham medo de avançar para águas mais profundas na doação a Cristo, à Igreja e aos irmãos”, destacou. “A vida passa de qualquer maneira e é tão bom sentir e saber que se soube usá-la para o bem, para Deus e para os irmãos, dando uma parcela de contribuição para um mundo de mais amor e mais fé”, colocou.

Falecimento

Dom Ercílio faleceu na madrugada do dia 1º de junho de 2020, no Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo. Dom Ercílio tinha 78 anos e lutava contra as complicações da doença de Parkinson e de Alzheimer. Devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o velório aconteceu na Catedral Metropolitano das 12 até às 16h, seguida da Missa de Exéquias.

Fonte:

Jornal Diário Serrano, 25 de outubro de 1990

Jornal Diário Serrano, 1º de janeiro de 1991

Jornal Diário Serrano, 6 de janeiro de 1991

Jornal Diário Serrano, 8 de janeiro de 1991

Jornal Diário Serrano, 9 de janeiro de 1991

Site da Diocese de Cruz Alta

Site da CNBB – Igreja Católica Apostólica Romana

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dom Frederico Heimler – Primeiro Bispo Salesiano do RS – (16/06/2002 a 11/06/2014)

 

 0.1.  Contexto

 Após aceitar o pedido de renúncia de Dom Jacó Hilgert, em conformidade com o Can.401.1 do Código de Direito Canônico, o Papa João Paulo II nomeou para a Diocese de Cruz Alta Dom Frederico Heilmer que, até o momento, era bispo coadjuntor em Umuarama, no Paraná. Dom Jacó continuou no governo da Diocese como Administrador Apostólico, até a posse de seu sucessor.

 

0.2.  Dados biográficos

Nascido na cidade de Amberg, na Alemanha, no ano de 1942, veio para o Brasil aos 18 anos, como religioso salesiano (congregação fundada por Dom Bosco em Turim, na Itália, que se dedica aos jovens). Seminarista na Alemanha, continuou seu trabalho e estudos no Mato Grosso, na cidade de Campo Grande, que na época tinha 39 mil habitantes. Em Cruz Alta chegou a cinco anos e diz que, se de um lado encontrou muita gente disposta a participar e trabalhar pela Igreja, sentiu também um individualismo muito grande.

A opção pelo sacerdócio e pelo Brasil estão muito ligadas. De uma família de nove irmãos, conta que ainda criança dizia que iria ser padre, influenciado pelo irmão mais velho, que também é padre e na época era seminarista. Em 1953 entrou para o Seminário Salesiano na Alemanha. Seu superior era um padre brasileiro vindo do Mato Grosso.

Foi através dele que veio para o Brasil no ano de 1960. Lá terminou o curso científico, cursou Filosofia e fez três anos de estágio lecionando para jovens seminaristas. Foi assim que começou sua vida na educação de jovens e se apaixonou pela experiência. Depois concluiu Teologia em São Paulo.

A convite do irmão, que trabalhava no Instituto de Teologia da Alemanha, no ano de 1966 voltou para a Alemanha para fazer especialização em Filosofia. Lá encontrou-se com colegas e teve oportunidade de fazer comparações entre o Brasil e a Alemanha, e aprender, alargando seus horizontes. No mês de dezembro de 1970, foi ordenado padre na Alemanha, e depois de seis meses fazendo cursos, voltou para o Brasil.

Dom Frederico, em 1971, começou seu trabalho em Campo Grande, no Colégio Dom Bosco, lecionava para jovens seminaristas numa escola agrícola da congregação, que abrigava jovens do interior. Revalidou seus cursos de Português e Inglês, formando-se em Letras, e depois em Pedagogia, e começou sua experiência na administração da escola, trabalhando na secretaria. Mas empolgou-se mesmo foi com a educação, ensinando jovens.

Depois de seis anos foi transferido para a cidade de Corumbá, par atuar como Coordenador Pedagógico da Escola. Trabalhava com mais de 700 jovens e 100 professores. A escola pertencia à Congregação, mas mantinha um convênio com o Estado, já que a cidade era pobre e não tinha condições de pagar pela educação. A prioridade era os jovens e o esporte.

Passados três anos, novamente voltou para Campo Grande, como Diretor Pedagógico da Escola Dom Bosco, colégio que, então, tinha 5.200 alunos. Trabalhava intensamente, atendendo pais, alunos, professores e ainda lecionava. Fazia três turnos, sem trégua.

“A experiência foi boa, embora cansativa, porque a prioridade, no caso, era a parte administrativa”. Em seguida voltou novamente para Corumbá, como diretor de escola. A grande experiência em administração de Dom Frederico veio em seguida: foi nomeado Ecônomo da Província da Missão Salesiana de Mato Grosso. Seu trabalho era administrar 24 obras que incluíam universidades, escolas, obras sociais e seminários. “Foi um dos maiores desafios, e para fazer um bom trabalho tratei de cercar-me de uma equipe técnica capacitada e competente”. Foi assim que, durante 12 anos, aprendeu tudo de administração, cuidando da entidade como quem cuida de uma empresa que tinha que dar lucros.

Conta que em 1984 comprou os primeiros computadores para a escola, ato considerado de grande ousadia. Teve também que aprender a administrar problemas trabalhistas, e como a instituição foi crescendo, implantou seu departamento jurídico próprio, centralizando a folha de pagamento de todo o Estado, na cidade de Campo Grande.

Sentindo a necessidade de cumprir a sua vocação, que era a de ser padre e trabalhar com jovens, depois de 12 anos colaborando para o crescimento da Instituição, voltou para Corumbá, onde foi para trabalhar na implantação da nova Lei de Diretrizes e Bases da escola.

Dom Frederico estava atarefado nas mudanças da escola, quando, em 14 de novembro de 1998, recebeu, com surpresa, a nomeação para ser bispo. “Foi um susto muito grande. Não esperava por isso. A resposta tinha que ser dada em três dias e não podia ser não, já que ninguém pode contrariar uma ordem do Papa. Pensei então, não vou responder. Não vou dizer nem que sim, nem que não. Estava muito preocupado coma organização da escola e achava que somente eu poderia fazer aquilo”.

Um dia, conta ele, com emoção e os olhos cheios de lágrimas, viu as crianças saírem correndo da escola, antes do horário e temeu por um atropelamento. Foi então que percebeu que a vida era tênue, e lembrou de um ditado usado naquela região: o cemitério está cheio de indispensáveis. Foi assim que decidiu dizer sim ao bispado. Antes de assumir, já que podia escolher a data, tratou de deixar tudo organizado na escola.

Em janeiro de 1999 foi ordenado Bispo, e assumiu a Diocese de Umuarama, no Paraná. “Quando cheguei, como havia uma certa desorganização administrativa com déficits, fui encarregado de trabalhar na administração. Depois de pouco mais de três anos, quando já estava tudo organizado, veio a transferência para Cruz Alta. Não sabia nada da cidade, e de imediato, associou Cruz Alta a uma notícia que lera na Veja, que contava que o bispo fora acampar com os Sem-Terra”.

Aqui chegou, conta ele, disposto a investir em lideranças e na união. “Buscamos, no dia a dia, o envolvimento da comunidade, pois todos têm parte neste processo. Felizmente, estamos conseguindo bons resultados, com muitos projetos e ações em andamento e muitos outros sendo elaborados”.

Família e Formação

Dom Friedrich (Frederico) Heimler nasceu dia 17 de fevereiro de 1942, na cidade de Unterlammerthal, na Alemanha. Os pais, Ludwig e Anna Heimler, tiveram nove filhos, dos quais quatro seguiram a vida religiosa. O filho mais velho da família já estava no Seminário dos Padres Salesianos, quando o pároco da sua cidade levou quatro candidatos para o exame de admissão, no Seminário da Diocese de Rergensburg, que ficava a apenas 15Km de casa. Dos 242 candidatos, 40 foram selecionados, incluindo um do grupo dos 4.

Dom Frederico, na época com 11 anos e que tinha no irmão, um espelho em relação à vida religiosa, ficou de fora da lista. “Voltei para casa muito triste e meu pai, depois de perguntar se realmente este era o meu desejo, ligou para o Seminário e logo eu estava indo para o Seminário menor dos Salesianos, que ficava a mais de 350Km de distância. Fiquei lá pelo período de seis anos e, encerrando o noviciado, com duração de um ano, ingressei oficialmente na Congregação Salesiana”.

Dom Frederico foi ordenado presbítero em 12 de julho de 1970, em Penzberg, Alemanha. Formado em Filosofia, em 1963, em Campo Grande, Mato Grosso; em Teologia em 1970, em Benediktbeuem, na Alemanha; Letras/Inglês em 1975, em Campo Grande; Pedagogia (Administração e Supervisão Escolar, Orientação Educacional), em 1978, também em Campo Grande/MS. O Bispo possui ainda Pós-Graduação em Planejamento Educacional, titulação obtida em 1982. É autor do livro “Você sabe como se organiza e se administra a Igreja Católica?”.

Em 9 de dezembro de 1998 foi nomeado Bispo e ordenado em 31 de janeiro de 1999, em Corumbá/MS. Assumiu como Bispo-Coadjutor e Umuarama, no Paraná. Em 2002, é transferido para a Diocese de Cruz Alta, assumindo como Bispo Diocesano em 16 de junho.

O maior susto de sua vida

De volta à Escola em Corumbá, Dom Frederico estava realizado em seu trabalho no dia a dia, envolvido na programação do Centenário da Escola a serem comemorados em 1999, quando recebeu a notícia de sua nomeação de Bispo. “Levei um grande susto, porque nunca havia pensado em ser bispo, não tinha ideia de quais eram as atribuições, enfim, foi uma surpresa, porque até então, a educação de crianças, jovens e adultos tinha sido a minha vida”.

Entre a nomeação e a posse, Dom Frederico “varou madrugadas” para deixar todo trabalho encaminhado, já que o período era de muita atividade na escola, com obras, reformas, lançamento de livro, mudança na legislação escolar. Vencida esta etapa, estava preparado para o novo desafio. Foi designado Bispo Coadjutor em Umuarama, Paraná, e quando estava familiarizado com as novas atividades, veio a transferência para Cruz Alta, onde assumiu no dia 16 de junho de 2002.

Diocese de Cruz Alta

Dom Frederico assumiu a Diocese de Cruz Alta em 16 de junho de 2002 e, durante todo este período, cumpriu a sua missão de trabalhar pela unidade da Igreja Católica. E, neste contexto, suas crenças e convicções, suas posições firmes e claras, aliadas ao conhecimento como educador e administrador, acumulado ao longo dos anos, foram decisivas para avançar mais na área pastoral e de administração.

O resultado do trabalho, realizado ao longo dos quase doze anos, é animador. Em entrevista ao Diário Serrano, por ocasião da comemoração dos seus 50 anos de sacerdócio, Dom Frederico estava feliz, pois estava conseguindo buscar o entrosamento entre os párocos e os movimentos, os movimentos e os leigos e vice-versa, consolidando uma união maior dentro da ideia de que “somos a mesma Igreja e que os movimentos devem se somar à Diocese”.

 

0.3. Preparativos para a posse

 O novo bispo da Diocese de Cruz Alta, Dom Frederico Heimler, assumiu dia 16 de junho, domingo, às 17h na Catedral do Divino Espírito Santo. Vindo de Umuarama-PR, onde a Catedral também é do Divino Espírito Santo.

Dom Frederico Heimler foi prestigiado no Solene ato litúrgico pelo Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, pelos Bispo do Rio Grande do Sul Dom Ângelo Domingos Salvador de Uruguaiana, Dom Irineu Silvio Wilges, de Cachoeira do Sul, Dom Nei Paulo Moretto de Caxias do Sul, Dom Pedro Ercílio Simon de Passo Fundo, Dom Girônimo Zanadrea de Erechim, Dom Ivo Losscheidter de Santa Maria, Dom  Estanisau Kreutz de santo Ângelo, Dom Aloísio Sinésio Bohn de Santa Cruz do Sul, Dom Zeno Haustenteufel de Frederico Westphalen, Dom José Mário Stroeher de Rio Grande, Dom Mário Aparecido dos Santos Bispo Diocesano de Campo Mourão e Administrador Apostólico de Umuarama/PR, Dom Lúcio Inácio Baumgaertner de Cascavel e Presidente do Regional Sul 2 do Paraná, Dom Giovanni Zerbini, SDB de Guarapuava no Paraná, Pe. Rodolfo Weber, Reitor do Seminário Maior de Viamão, Autoridades Civis, Militares e Religiosas de Cruz Alta, padres, religiosos (as), representantes das 32 paróquias da Diocese e fiéis da Igreja Católica.

Dom Frederico Heilmer, SDB foi o primeiro Bispo da Congregação dos Selesianos de Dom Bisco a assumir uma Diocese no Rio Grande do Sul. A Diocese de Cruz Alta recebeu-o com grande alegria e esperança.

Soledade foi o primeiro, dos 34 municípios da Diocese, a receber sua visita. “Quero primeiro conhecer as comunidades, não quero vir com um conceito elaborado. As situações mudam de Diocese para Diocese. Tenho certeza de que a gente vai continuar insistindo nas ações da Pastoral Vocacional, seguindo o trabalho de Dom Jacó, e também na Pastoral Familiar”, afirmou Dom Frederico, que teve como lema Lucas 4:18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres”.

 Como bispo religioso de congregação Salesiana de Dom Bosco, teve uma atuação também voltada aos jovens e à educação. “Ao ser feito bispo, a gente deixa a convivência com os membros da congregação, mas não perde a identidade. Vocês vão perceber que vou me aproximar de jovens. Dos pequenos também. Onde eles estão? Nas escolas. Trabalhei mais de 20 anos em escolas”, explicou.

De congregação devota de Nossa Senhora Auxiliadora, ele acreditava que não teria dificuldades numa cidade devotada de Nossa Senhora de Fátima. “Conheci rapidamente Fátima em Portugal em 1970. Pensei ‘um dia quero voltar’ e consegui. Retornei em maio do ano passado”, conta.

Com o objetivo de conhecer a terra de Erico Verissimo e a Paróquia da Catedral, sede da Diocese da qual estava prestes a se tornar seu Bispo Diocesano, Dom Frederico Heimler visitou Cruz Alta e retornou definitivamente somente no dia 16 de junho, quando ocorreu a cerimônia de posse, às 17h, na Catedral do Divino Espírito Santo.

De acordo com Dom Frederico, seu objetivo com a vinda foi conhecer um pouquinho mais da cidade, pois nunca havia estado em Cruz Alta. “Esta minha visita é para conhecer a cidade, o povo e os sacerdotes desta Diocese e também para ver os encaminhamentos de que a Diocese precisa e como prosseguir”.

Dom Frederico destacou que estará sempre de portas abertas para ouvir e conhecer os sacerdotes e paroquianos e pensar soluções para os problemas.  Inicialmente, pretendeu conhecer os trabalhos realizados na Pastoral. “Vamos continuar com os trabalhos que vêm sendo realizados pela Pastoral, ligados às famílias, comunidade, educação e, depois de tomar conhecimento de tudo isso, aí poderemos implantar novas metas e programas para a Pastoral. Eu não quero no momento fazer nada até porque acharia um contrassenso”.

Segundo Dom Jacó, muitas pessoas estavam preocupadas com a diocese, de como ela iria ficar. “A gente sabe que a Diocese deve ter uma pessoa que responda por ela e já que a minha renúncia foi aceita, isso quer dizer que sou um Bispo emérito, ou seja, no português mais simples, aposentado. Então foi nomeado Dom Frederico, como o novo bispo da Diocese e, até a sua posse, ficarei como administrador apostólico”.

Dom Frederico destacou motivo de sua visita

Dom Frederico e Dom Jacó

 

0.3. Lema e escudo episcopal

Dom Frederico foi o único bispo da Diocese de Cruz Alta que optou por não criar seu escudo episcopal. No entanto, foi criada uma arte muito simples com o seu lema:  “O Espírito do Senhor está sobre mim para evangelizar”, Lc 4-18”. Dom Frederico buscava por um lema de poucas palavras, mas que estas fossem consideradas, para ele,  palavras sábias. 

 

0.4. Preparativos finais para a posse

A posse foi realizada às 17h na Catedral do Divino Espírito Santo, marcando mais um processo importante para as ações das igrejas católicas de 34 municípios com as 32 paróquias na região.

Para o Chanceler da Diocese e responsável pela Pastoral da Comunicação, Claudino Antônio Albertoni, com a posse do novo Bispo Dom Frederico e a saída de Dom Jacó Hilgert, muitas ações boas permaneceriam, assim como outras novas seriam implementadas na Diocese de Cruz Alta.

De fato, o novo bispo realizou inicialmente um processo de observação para verificar o andamento da Igreja Diocesana e estudar os projetos previstos no 15º Diocesano da Pastoral. Além disso ouviu os presbitérios que trabalham em toda a Diocese de Cruz Alta para se familiarizar com a sua estrutura. “Eu acredito que até novembro, quando acontece a Assembleia Diocesana – que é uma espécie de Fórum onde são debatidos os assuntos da Igreja e formulados ovos objetivos e metas a serem trabalhadas no ano seguinte – Dom Frederico deverá estar apto para coordenar a sua diocese e fazer conhecer as linhas da sua filosofia de ação. Até lá, ele terá tempo suficiente para o processo de reconhecimento, visando as paróquias e visualizando o rosto desta Igreja”.

Ele acrescenta que Dom Jacó foi sempre um incentivador das pastorais em Cruz Alta, criando um elo de confiança entre os agentes das Pastorais com o seu bispo. “Ele deixa a Igreja Diocesana muito bem definida, avançando nos campos das ações sociais, familiares, da juventude, e, principalmente, sempre preocupado com a formação dos seus agentes”.

Claudino diz que acredita que, no momento em que Dom Jacó está saindo para se aposentar, deixa uma obra religiosa muito importante para a região toda. “A sua figura foi um tanto polêmica por ter sido um grande incentivador e apoiador dos movimentos sociais, como a reforma agrária e a transformação da sociedade para diminuir a fome e a miséria. Foi sempre um espírito de estímulo em todas as ações dos movimentos católicos, bem como de outras instituições que lutam por condições necessárias para que a vida seja mais digna e mais humana”.

 

0.5. Catedral lota para receber Dom Frederico

 O que vocês esperam do novo bispo? O que o novo bispo espera de vocês? Com essas perguntas, Dom Frederico Heilmer explicou a forma como pretende trabalhar na Diocese de Cruz Alta, dizendo que devemos escutar a voz do Espírito Santo e, na unidade, buscamos uma igreja forte e atuante.

Foi aplaudido por uma verdadeira multidão que lotou a Catedral para recepciona-lo. Ao receber as chaves da Igreja das mãos de Dom Jacó, agora Bispo Emérito da nossa Diocese. Dom Frederico assumiu o compromisso de evangelizar os fiéis, mas, para isso, precisa conhecer de perto cada uma das 32 paróquias espalhadas em 34 municípios que formam a Diocese de Cruz Alta.

Dom Jacó, ao deixar o cargo, disse que “não sabia se havia sido fiel a todos seus princípios, mas tinha certeza de que lotou e esteve ao lado da sua igreja em todos os momentos nestes mais de 25 anos à frente da Diocese”. O novo bispo, Dom Frederico, falou que estava assumindo a responsabilidade pela caminhada do seu rebanho, feliz, na presença de padres de todas as lideranças leigas das várias paróquias, que o fortalecem neste momento importante.

Segundo Dom Frederico, muitos já lhe perguntaram sobre seus primeiros passos como bispo diocesano de Cruz Alta, e ele respondeu, que quer conhecer a diocese sem preconceito numa grande aventura. Quer visitar as paróquias mantendo contato com os padres da diocese, as pastorais, os movimentos leigos e também as autoridades constituídas e as pessoas de boa vontade.

Os bispos, afirma, que pediram substituição aos apóstolos com obrigação de ensinar e santificar, governam sempre em comunhão com os demais bispos. Jesus disse, de maneira especial aos apóstolos e seus sucessores, que o Divino Espírito Santo quando no final do evangelho de São Matheus revelava-se e dava-lhes a incumbência de continuar a missão que o Pai o havia entregue. “Agora estarei com vocês em todos os dias até o fim do século”. Era o Cristo ressuscitado quem falava. Aquele que foi o primeiro a cumprir a vontade do Pai e, ao assar de 2 mil anos, continua a nos acompanhar com o olhar de confiança ao futuro. Jesus está no meio de nós. O Papa João Paulo II, tem nos dado algumas dicas para o início deste novo milênio. Sinais, como a carta apostólica de título Entrando no Novo Milênio”, completou o Bispo.

O arcebispo de Porto Alegre, o novo bispo e o Bispo Emérito da Diocese de Cruz Alta, durante a solenidade de posse

Dom Frederico em momento de oração

 

Seus familiares vindos da Alemanha

Dom Frederico recebendo os cumprimentos dos párocos da Diocese

Dom Frederico sendo empossado por Dom Dadeus

 A solenidade de posse do terceiro bispo da Diocese de Cruz Alta e primeiro Bispo Salesiano do Rio Grande do Sul, Dom Frederico Heimler, lotou a Catedral do Divino Espírito Santo. Mais de mil pessoas assistiram à solenidade que reuniu autoridades civis e eclesiais do Rio Grande do Sul e Paraná e fiéis de toda a região.

Entre os presentes, Padre José César Teixeira, Provincial dos Salesianos no estado, representando a congregação de religiosos, junto aos demais padres salecianos que participaram da solenidade.

Durante a posse de Dom Frederico, o Bispo Emérito Dom Jacó Hilgert saudou o sucessor: “a Dom Frederico, como terceiro bispo desta Diocese, desejo de coração um feliz, profícuo e abençoado pastoreio, com todas as bençãos de Deus e a terna proteção da Mãe de Deus, a Mãe da Igreja, a Virgem Maria de Fátima”, destacou.

Autoridades presentes

Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings

Arcebispo de Cascavel-PR, Dom Lúcio Inácio Baugerther

Bispo da Diocese de Passo Fundo, Dom Pedro Ercílio Simon

Dom Emérito da Diocese de Passo Fundo, Dom Urbano Algayer

Bispo da Diocese de Caxias do Sul e 1º Bispo da Diocese de Cruz Alta, Dom Paulo Moretto

Bispo da Diocese de Uruguaiana, Dom Ângelo Domingos Salvador

Bispo da Diocese de Erechim, Do Girônimo Zanadrea

Bispo da Diocese de Santa Maria, Dom Ivo Lorcheiter

Bispo da Diocese de Cachoeira do Sul, Dom Irineu Wilges

Bispo da Diocese de Santo Ângelo, Dom Estanislau Kreutz

Bispo da Diocese de Santa Cruz, Dom Aloísio Cinésio Bohn

Bispo da Diocese de Frederico Westphalen, Dom Zeno Altenteyfel

Bispo emérito da Diocese de Frederico Westphalen, Dom Bruno Maldaner

Bispo da Diocese de Rio Grande, Dom José Mário Stroehl

Bispo da Diocese de Novo Hamburgo, Osvino Both

Bispo da Diocese de Campo Mourão e Administrador Apostólico da Diocese de Umuarama-PR, Dom Mauro Aparecido dos Santos

Bispo da Diocese de Guarapuava-PR, Dom Giovani Zerbini

Provincial dos Salesianos/RS, Padre José César Teixeira.

 

0.6.Um Bispo preocupado com a caridade

Um pouco dos anseios do novo bispo da Diocese de Cruz Alta foi conhecido pela comunidade durante a solenidade de posse. “Muitos já me perguntaram sobre meus primeiros passos como Bispo Diocesano de Cruz Alta. Primeiro quero conhecer a Diocese, sem preconceitos, numa grande aventura. Quero visitar as paróquias, manter contato com os padres da Diocese, as pastorais e movimentos, os leigos, as autoridades constituídas, as pessoas de boa vontade”, esclareceu Dom Frederico.

Citando a reunião do Conselho Regional de Pastoral, realizada no domingo anterior à posse, Dom Frederico ressaltou algumas de suas preocupações, partilhadas com os Bispos da Regional Sul 3 da CNBB, que abrange os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Queremos apostar na caridade transformadora, partindo de uma radiografia da realidade socioeconômica das dioceses e paróquias da regional, procurando ver como as realidades repercutem na vivência da fé no dia a dia”.

 

0.7. O olhar de Dom Frederico

Em Cruz Alta, desde o ano de 2002, o Bispo Diocesano Dom Frederico Heimler diz que muito foi feito ao longo destas quatro décadas, mas ainda há muito a fazer.

“Como terceiro Bispo Diocesano, quero e devo olhar para frente. Os dois bispos anteriores, Dom Paulo Moretto e Dom Jacó Hilgert, implantaram a Diocese e a desenvolveram. Com certeza não foi fácil com a falta de sacerdotes. Porém, assumindo a Diocese em 16 de julho de 2002, recebi como ‘presente’ um bom grupo de sacerdotes, mesmo um grupo de padres novos e uns tantos seminaristas. Isto me permitiu ordenar nove sacerdotes nestes dez anos de ministério episcopal nesta diocese. Infelizmente, as vocações escasseiam, temos atualmente poucos seminaristas.

Urgia investir no lado administrativo da Diocese. Várias obras estavam sendo construídas, e assim duas paróquias e oito capelas estavam na mira do INSS por falta de necessárias contribuições previdenciárias. Urgia estabelecer normas administrativas claras e contribuições. Assim urgiu o ‘Regimento dos Conselhos de Economia e Administração’, agora já na segunda edição atualizada.

Ao mesmo tempo, toda a administração das paróquias e das respectivas comunidades foi centralizada na Cúria Diocesana. Só desta maneira se poderia ter um melhor acompanhamento dos fatos administrativo-financeiros, através dos lançamentos contábeis de cada uma das paróquias e respectivas comunidades, em busca de uma contabilidade abrangente e técnica. Somos imunes de impostos, mas temos o encargo de manter a escrituração contábil em dia.

A cada dois meses se reúne o ‘Conselho Diocesano de Economia e Administração’, para acompanhar tecnicamente os fatos administrativos, como também os projetos de construções e reformas. Outro fator foi a transferência e regularização das escrituras das duas dioceses de origem (Santa Maria e Uruguaiana). Mas ainda tem muito por acontecer: basta lembrar a averbação dos diversos terrenos nas paróquias, abrangendo mais de 500 comunidades.

Tem muito serviço por aí. Estamos superando barreiras. Sempre surgirão questionamentos: assim, poucos meses atrás, nos demos conta que há certo esvaziamento do interior, especialmente em algumas paróquias. A cidade atrai. Muitos jovens, uma vez formados, não querem mais voltar para o interior, e os eventuais falecimentos enfraquecem a população.

Por outro lado, vislumbramos com mais força, por parte das paróquias e respectivas comunidades, o sentido de pertença à Diocese de Cruz Alta. Assim também as Normas Pastorais, embora ainda na primeira edição, nos fornecem a estrutura e o desenvolvimento das atividades religiosas. Ainda tem muito por acontecer. O jeito é olhar para rente, caminhando com os dois pés no chão.

 

0.8. Dom Frederico renuncia

Dom Hélio Adelar Rubert será o administrador apostólico da Diocese de Cruz Alta

 Por motivos de saúde o Bispo Diocesano de Cruz Alta, Dom Frederic Heimler, renunciou ao cargo. O pedido foi aceito pelo Papa Francisco e publicado no boletim diário do Vaticano, na manhã desta quarta-feira.

Com a renúncia, Cruz Alta passou a ter dois bispos eméritos, ou seja, Dom Frederico e Dom Jacó Hilgert. O cargo de bispo permaneceria vacante até o anúncio de um novo titular. Também na mesma manhã, o Papa Francisco nomeou o arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert, como administrador apostólico da Diocese de Cruz Alta.

Dom Hélio é natural de Segredos (RS), foi ordenado sacerdote em 18 de dezembro de 1971. Nos primeiros anos de sacerdócio, atuou como promotor vocacional e professor do Seminário Menor São José da Diocese de Santa Maria. Foi diretor espiritual e professor de liturgia no Seminário Maior de Viamão e no Instituto Teológico da mesma diocese. Também ocupou a função de reitor do Santuário Basílica Menor de Nossa Senhora Medianeira.

No dia 4 de agosto de 1999, o papa João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Vitória (ES), escolhendo como lema episcopal “Ser modelo no amor”. Em 24 de março de 2004, foi nomeado arcebispo de Santa Maria RS.

 

0.9. Despedida da Diocese de Cruz Alta

 

Dom Frederico: “Permaneçam unidos para seguir em frente”

 Depois de doze anos à frente da Diocese de Cruz Alta, que congrega 34 municípios, o Bispo Emérito Dom Frederico Heimler, 72 anos, retornou à Campo Grande, no Mato Grosso, seu primeiro destino ao chegar no Brasil em 1960, então com 18 anos, vindo da Alemanha, sua terra natal.

Dom Frederico, que teve seu pedido de renúncia por motivos de saúde, aceito pelo Papa Francisco, foi se dedicar a uma Instituição de Ensino naquela cidade, com mais de 6 mil estudantes. “Quero fazer o que ainda posso fazer”, disse, emocionado em sua despedida na noite de 14 de outubro, em missa celebrada pelo Arcebispo Do Hélio Adelar Rubert, Administrador Apostólico da Diocese de Cruz Alta, com a presença dos bispos das Dioceses de Santo Ângelo, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Passo Fundo.

Ao iniciar o seu agradecimento, o bispo emérito falou que “seu tempo está se esgotando e que não quer ser um bispo emérito – que fica sentado em qualquer canto”. Dentro das suas possibilidades, espera ainda se envolver em várias atividades. Destacou o trabalho aqui realizado desde o ano de 2002 quando chegou, atribuindo o resultado ao trabalho desenvolvido em equipe.

Dom Frederico relembrou ainda algumas passagens da sua vida religiosa e disse que vai fazer o que é possível nesta nova etapa que inicia nos próximos dias, mesmo mais retraído. Pediu novamente para que as famílias se mantenham sempre unidas, porque é assim que se caminha. Com união e olhando para a frente. Ratificou novamente sua fé, dizendo que ela é que nos leva, nos motiva e quanto às dificuldades enfrentadas, entende que elas existem em qualquer lugar, e devem ser motivo de repensar nossas ações, mas sempre mantendo o olhar para a frente. “Muito obrigado a todos!”, se despediu Do Frederico, recebendo o aplauso dos fiéis que lotaram a Catedral.

“Somos gratos à Dom Frederico”

Dom Hélio celebrou missa de Ação de Graças

Dom Hélio Adelar destacou o trabalho de Dom Frederico, enfatizando que “ele sempre deu o melhor de si para a sua Igreja e a Diocese só tem a agradecer a Deus pelo seu testemunho de serviço, paciência, amor e dedicação. Esta mesma gratidão foi demonstrada pelos diferentes segmentos da Igreja, assim como a sua humildade, marca registrada do Bispo Emérito Dom Frederico durante sua permanência na Diocese de Cruz Alta, trajetória iniciada em 2002.

Entre as presenças na Missa de Despedida, os bispos Dom Frei Aloísio Alberto Dilli, de Uruguaiana; Arcebispo Dom Antônio Carlos Altieri, de Passo Fundo; Dom Canílio, Bispo, e Dom Aloísio Sinésio Bohn, Bispo Emérito de Santa Cruz do Sul e Dom Liro Vendelino Meurer, de Santo Angelo.

Bispo Emérito distribuiu comunhão para os fiéis

Jantar de Confraternização

Mais de duzentas pessoas participaram do jantar de despedida de Dom Frederico, também marcado por muitas homenagens. Representando os leigos, Daltro Nicoli disse que, efetivamente, “o povo da Diocese de Cruz Alta conhece o seu Pastor e reconhece as suas qualificações. Dom Frederico é dedicado exclusivamente a sua Igreja, é um homem justo, de uma capacidade incontestável de não se deixar abalar com as críticas não construtivas. Mas, com certeza, a humildade é sua marca registrada. Até breve, Dom Frederico. Saúde, paz, boa sorte e que Nossa Senhora de Fátima o acompanhe”.

Dom Frederico renuncia por motivos de saúde

O Frei Protássio Ferronato, da Paróquia de Nossa Senhora de Soledade, enfatizou que “Dom Frederico sempre se revelou um irmão, pronto a ouvir, a escutar, a ajudar. “Testemunhamos a sua vida religiosa como um sinal”. Em nome dos presbíteros da Diocese de Cruz Alta, o padre José Rodolfo Jantach, falou das dificuldades enfrentadas pelo Bispo, hoje emérito, ao longo de sua jornada, dizendo que a nossa Diocese é carente, inclusive, na ordem financeira e que, a exemplo dos pobres, que vivem à margem, muitas vezes os padres também se sentem à margem. “Nestes momentos, Dom Frederico ajudou muito, incentivando-nos a buscarmos mais e mais conhecimento, mas, acima de tudo, sermos mais unidos”.

Os funcionários da Mitra Diocesana também demonstraram sua gratidão ao Bispo, dando relevância ao “chefe sempre presente, colaborador”. Em nome do grupo, João Verissimo desejou uma feliz jornada a Dom Frederico nesta nova etapa que se inicia.

No dia 11 de junho de 2014 o Papa Francisco aceitou o seu pedido de renúncia, por motivo de saúde, ao comando da Diocese de Cruz Alta. Após a sua saída, voltou a residir em Campo Grande. Faleceu em 7 de novembro de 2018, após ficar um breve período hospitalizado após sofrer um AVE (Acidente Vascular Encefálico).

 

 Fonte:

Jornal Estilo, 15 de maio de 2002

Jornal Diário Serrano, 9 de maio de 2002

Jornal Diário Serrano, 15 de maio de 2002

Jornal Tribuna das Cidades, 14 de junho de 2002

Jornal Diário Serrano, 16 de junho de 2002

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2002

Jornal Diário Serrano, 18 de junho de 2002

Jornal Estilo, 19 de julho de 2002

Jornal Diário Serrano, 27 de janeiro de 2013

Rádio Vera Cruz, 11 de junho de 2014

Site Arquidiocese de Santa Maria, 12 de junho de 2014

Jornal Diário Serrano, 16 de outubro de 2014

 

 

 

 

 

 

 

Dom Hélio Adelar Rubert – Administrador Apostólico – (16/06/2002 a 11/06/2014)

 

0.1.  Dados Biográficos

 Dom Hélio é natural de Segredos RS. Foi ordenado sacerdote em 18 de dezembro de 1971. Nos primeiros anos de sacerdócio, atuou como promotor vocacional e professor do Seminário Menor São José da Diocese de Santa Maria. Foi diretor espiritual e professor de Liturgia no Seminário Maio de Viamão e no Instituto Teológico da mesma diocese. Também ocupou a função de reitor do Santuário Basílica Menor de Nossa Senhora Medianeira. No dia 4 de agosto de 1999, o papa João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Vitória (ES), escolhendo como lema episcopal “Ser modelo no amor”. Em 24 de março de 2004, foi nomeado arcebispo de Santa Maria, RS.

 

0.2. Nomeação

 O arcebispo Dom Hélio Adelar Rubert, da Arquidiocese de Santa Maria, foi nomeado pelo Papa Francisco como administrador apostólico da Diocese de Cruz Alta em 16 de junho de 2002. Dom Frederico Heimler, que apresentava problemas de saúde, pediu sua renúncia ao cargo de bispo diocesano.

O pedido foi aceito pelo Papa Francisco e publicado no boletim diário do Vaticano. Com isso, Dom Hélio acumulou as funções em Santa Maria e Cruz Alta até a escolha de um novo bispo para a Diocese de Cruz Alta. Aos 72 anos de idade, Dom Frederico continuou atuando como bispo emérito, porém, com dedicação maior a sua saúde.

 

0.3. Trabalho interino

 

O arcebispo da Arquidiocese de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert, nomeado pelo Para Francisco como administrador apostólico da Diocese de Cruz Alta, assumiu interinamente o cargo em substituição a Dom Frederico Heimler, agora bispo emérito de Cruz Alta.

O novo administrador apostólico, Dom Hélio Adelar Rubert, falou do trabalho que pretende desenvolver até a chegada do novo bispo. Segundo ele, seria dado seguimento às atividades na diocese sem grandes mudanças. Elas deveriam ser efetuadas pelo novo titular. Dom Hélio salientou o ato de coragem e grandiosidade de Dom Frederico, que por motivos de saúde não teve mais condições de exercer suas atividades que foram de grande responsabilidade e alto grau de exigência.

Dom Hélio salientou que a nomeação do novo bispo não deverá demorar. Casso isso não acontecesse até a Romaria de Fátima, ele próprio iria presidir a novena programada para outubro. Ele agradeceu a acolhida dos padres e da comunidade, elogiando o trabalho amplo e intenso desenvolvido em toda a Diocese de Cruz Alta.

O arcebispo comentou que foi pego de surpresa para se deslocar para Cruz Alta, no momento em que estava conduzindo as visitas nas 16 paróquias de Santa Maria. “O trabalho fica interrompido, mas por uma causa que requer compromisso provisório”, disse. Ele também pretende evitar decisões que são atribuições do bispo diocesano, como já manteve entendimentos com os consultores e equipe econômica da Diocese, expressando seu entendimento sobre as funções de administrador.

0.4. O acolhimento de Dom Hélio Rubert

 A Diocese de Cruz Alta celebrou no dia 6 de julho, a Santa Missa de acolhida ao seu Administrador Apostólico, Dom Hélio Adelar Rubert. O local foi a paróquia Divino Espírito Santo – Catedral, com início marcado para às 18h. A comunidade foi convidada a participar deste importante momento, que contou com a participação de padres de toda a Diocese.

 

0.5. Período Vacante

 Por motivo de saúde o Bispo Dom Frederico Heimler renunciou o governo pastoral da Diocese de Cruz Alta. Com esta renúncia, Cruz Alta passou a ter 2 bispos eméritos e permaneceu vacante até a nomeação do novo bispo. Papa Francisco nomeou o arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rupert como administrador apostólico da Diocese.

De acordo com o arcebispo foi uma alegria estar em Cruz Alta. “Não sabemos até quando será este tempo vacante, mas a diocese deve continuar a sua vida normal, pastoral da vida sacramental e também da sua realização e do seu trabalho local”, destacando que a diocese já foi comunicada quanto a sua missão.

Dom Hélio explicou que a decisão do Bispo Dom Frederico foi um gesto de grandeza e dignidade: “Ele seguiu o seu coração, visando o amor que ele tem por esta Diocese”, salientando que o administrador apostólico exerce o mesmo ministério que o Bispo, porém provisoriamente.

“É importante todos nós orarmos para pedir ao Senhor que ilumine o santo padre para que escolha aquele Bispo que está no coração de Deus. O processo de nomeação do novo bispo passa por consulta de outros bispos e sacerdotes”, frisa.

Dom Hélio continuou seu trabalho em Santa Maria durante este período.

 

 Fonte:

Site Arquidiocese de Santa Maria, 12 de junho de 2014

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2014

Site CNBB Sul 3, 13 de junho de 2014

Jornal Diário Serrano, 15 de junho de 2014

Jornal Diário Serrano, 4 de julho de 2014

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2014

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

Dom Adelar Baruffi – O Bispo mais jovem do Brasil – (07/03/2015 a 31/10/2021)

 

0.1. Nomeação

 O padre Adelar Baruffi, 45 anos, que atuava na Diocese de Caxias do Sul, foi nomeado o novo bispo da Diocese de Cruz Alta. A nomeação pelo Papa Francisco, foi oficializada, e a sua Ordenação Episcopal marcada para 7 de março de 2015, às 9h30min, no Santuário Santo Antônio em Bento Gonçalves.

A nomeação aconteceu após seis meses de sede vacante, desde que Dom Frederico Heimler renunciou em 11 de junho de 2014. Padre Adelar ocupava a função de vigário da paróquia Santo Antônio em Bento Gonçalves. Também foi Coordenador da Região Pastoral e do Curso de Teologia e Bíblia, de Bento Gonçalves. Assessor nos cursos de Teologia para leigos da Diocese.

 

0.2. Dados biográficos

Natural de Coronel Pilar, nasceu em 19 de outubro de 1969. É o mais jovem bispo do Brasil. Até então, o mais jovem era o bispo de Salvador, Estevam dos Santos Silva Filho, que tomou posse no dia 26 de abril de 2014, nascido em 10 de abril de 1968.

Filho de Melibio Baruffi e Iraci Benini Baruffi, Adelar iniciou a formação seminarística em 1984. Fez o curso de Filosofia na Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Adelar Baruffi foi ordenado presbítero, em Coronel Pilar, no dia 22 de janeiro de 1995. Exerceu o ministério na formação sacerdotal por 15 anos, como formador e reitor do Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Caxias do Sul, durante 8 anos, foi reitor do Curso Propedêutico e auxiliar no Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha, por 3 anos e reitor do Seminário Maior São José, em Caxias do Sul, por 4 anos.

Desde 2012 atuava como vigário paroquial da Paróquia Santo Antônio, em Bento Gonçalves. Tem mestrado em Teologia e especialização em Espiritualidade pela Pontifícia Faculdade Teológica Teresianum, em Roma, concluído em 2001. Durante o tempo de estudos em Roma, auxiliou como vice-pároco da Paróquia Santa Maria Assunta, em Paganica, Arquidiocese de L’Aquila. É membro do Conselho de Presbíteros e do Colégio de Consultores da Diocese.

Até a data da nomeação, padre Adelar ocupava o cargo de coordenação do regional do Curso de Teologia e Bíblia, em Bento Gonçalves e de assessor do curso de Teologia para leigos da Diocese.

 

0.3. Mudanças de planos

Pe. Izidoro, Pe. Adelar e Dom Alessandro Ruffinoni

Adelar Baruffi era cotado para ser bispo-auxiliar do bispo Dom Alessandro Ruffinoni, e assumiria, no ano posterior, a Paróquia Santo Antônio, padroeiro de Bento. “Foi uma grande surpresa, e recordo uma expressão que o Papa Francisco disse: ‘Deus sempre nos surpreende’. O povo de Bento já havia sido avisado que eu assumiria como pároco, estava ciente. Mas fico aqui até 7 de março, quando ocorre a cerimônia de ordenação”, explica.

Adelar assumiria a paróquia de Bento Gonçalves porque o padre Izidoro Bigolin se mudaria para Caxias do Sul, já que trabalhava como vigário-geral da Diocese, cargo de confiança do bispo e que tinha, entre outras atribuições, a função de substituí-lo quando necessário. Desta forma, a comunidade de Bento aguardou a nomeação de dois padres. “Eu já pensava no Adelar como auxiliar, sim, como coordenador da pastoral vigário-geral, entre outros cargos importantes. Mas é um fato muito importante porque um padre nosso, da nossa Diocese, foi escolhido pelo papa”, avaliou Dom Alessandro.

Padre Adelar Baruffi trabalhou por oito anos como reitor do Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Caxias do Sul, três anos como padre auxiliar no Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Caravaggio e outros quatro anos como reitor do Seminário Maior São José, em Caxias. Ocupava o cargo de vigário paroquial da Paróquia Santo Antônio, em Bento, desde 2012.

O que mudou é que o Padre Izodoro Bigolin, pároco da Igreja Santo Antônio, deixou o cargo para se dedicar integralmente ao trabalho de vigário-geral da Diocese de Caxias.

Padre Adelar Baruffi, que substituiria padre Izidoro, iria trabalhar como bispo da Diocese de Cruz Alta. A nomeação para Cruz Alta surpreendeu a comunidade.

Desta forma, duas cadeiras de padres ficaram vagas na Paróquia Santo Antônio, em Bento.

Um dos padres cotados para ser pároco da igreja de Bento foi Volmir Comparin, que atuava no Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Caravaggio.

 

0.4. Saudação ao povo da Diocese

O padre gaúcho Adelar Baruffi, nomeado pelo Papa Francisco como o mais novo bispo da Diocese de Cruz Alta, disse que recebeu com muita alegria a notícia e, em e-mail encaminhado ao Jornal Diário Serrano, convidou a todos para a sua ordenação episcopal no dia 7 de março de 2015, no Santuário Diocesano Santo Antônio, em Bento Gonçalves. Ainda na noite de quarta-feira, o sacerdote escreveu uma saudação ao povo da Diocese de Cruz Alta, falando da sua felicidade, expectativa e da missão que terá para cumprir junto às comunidades dos 32 municípios que formam a Diocese.

“Saudação ao povo da Diocese de Cruz Alta

Estimados Dom Hélio Adelar Rubert, Arcebispo de Santa Maria e Administrador Apostólico de Cruz Alta; Dom Frederico Heimler, Bispo Emérito de Cruz Alta; Dom Jacó Hilgert, Bispo Emérito de Cruz Alta. Caros presbíteros, religiosos e religiosas, queridos seminaristas e vocacionados à vida consagrada, abençoado Povo de Deus da Diocese de Cruz Alta.

Neste dia em que recebi do Papa Francisco a nomeação para exercer o ministério episcopal na Diocese de Cruz Alta, dirijo-me a vós para a todos saudar. Expresso minha felicidade e alegria de, logo mais, estar com vocês, como um irmão na fé e com a missão de pastor. Recordei-me, nestes dias, várias vezes, das palavras de nosso papa: “Deis nos surpreende sempre, rompe os nossos esquemas, põe em crise os nossos projetos e nos diz: confia em Mim, não tenhas medo, deixa-te surpreender, sai de ti mesmo e segue-me!”

Sem ainda compreender tudo, confio que Deus é fiel e que não me faltarão as graças necessárias para que eu possa cumprir bem a missão de pastorear esta porção do povo de Deus. Tenho certeza que, assim como vocês rezaram, assistidos pelo Espírito Santo, patrono da Diocese, “pastor e rebanho unidos pelo vínculo da cidade poderão se empenhar na edificação de uma Igreja viva e dinâmica”.

A celebração eucarística da minha ordenação episcopal será no dia 7 de março de 2015, às 9h30min, no Santuário Diocesano Santo Antônio, em Bento Gonçalves. Desde já, convido-vos para estarem presentes. Bos acolheremos com alegria.

Desejo a todos um abençoado Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e Ano Novo cheio de esperança. Vocês todos estão em minhas orações. Rezem por mim.

Pela intercessão de Nossa Senhora de Fátima, invoco sobre todos, especialmente aos doentes e aos que mais sofrem, as bençãos de Deus.

Bento Gonçalves, 17 de dezembro de 2014.

Pe. Adelar Baruffi”

 

0.5. A mensagem do Novo Bispo da Diocese de Cruz Alta

 Em sua página na rede social, o padre Adelar agradeceu as manifestações e desejou ao povo de Cruz Alta um abençoado Natal.

“Estimados amigos e amigas. Muito obrigado pelas felicitações postadas por ocasião da minha nomeação para Bispo de Cruz Alta. Em cada um pude ver o carinho e, sobretudo, a fé em Jesus Cristo que nos une. Continuem a rezar para que eu possa corresponder a esta missão que a Igreja me confia. Rezo por todos que fizeram parte da minha vida até aqui e incluo nas minhas preces o povo de Deus que está em Cruz Alta.

Desejo a todos um abençoado Natal. Ele vem até nós e como o Anjo a Maria nos diz: “Alegra-te. O Senhor está contigo”.

 

0.6. Visita ao município

Padre Magnus, Dom Hélio Adelar e o padre Adelar Baruffi

O padre Adelar Baruffi, nomeado Bispo Diocesano pelo Papa Francisco, em 17 de dezembro, esteve visitando o município de Cruz Alta. Além de conhecer as paróquias e a diocese do município, Padre Adelar também concedeu uma entrevista coletiva para a imprensa local.

Alegria, energia, força e juventude são características que o Padre Adelar Baruffi buscava trazer como bispo da Diocese de Cruz Alta. Ele agradeceu à acolhida do povo cruz-altense e falou sobre seus primeiros passos como bispo no município. “A primeira cosia que farei quando chegar à Diocese é procurar conhece-la, conhecer as pessoas e, peço que tenham paciência comigo, pois anda tenho que aprender a ser Bispo. Tenho certeza que vou cumprir esta missão de amar e servir, dividindo a responsabilidade com todos os padres, religiosos e leigos”, destacou.

Em sua trajetória, padre Adelar dedicou-se à formação sacerdotal há 15 anos. Atuou no Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Caxias do Sul onde permaneceu por oito anos. Foi reitor do Curso Propedêutico e auxiliar no Santuário Diocesano de Nossa Senhora do Caravaggio, em Farroupilha, por três anos. Também exerceu a mesma função, no Seminário maio São José, em Caxias, durante quatro anos.

Até a data da nomeação, padre Adelar ocupou o cargo de coordenação do regional do Curso de Teologia e Bíblia, em Bento Gonçalves, e de Assessor do Curso de Teologia para Leigos da Diocese.

A Ordenação Episcopal ficara prevista para o dia 7 de março, às 9h30min, no Santuário Santo Antônio, em Bento Gonçalves e a tomada de posse para o dia 15 de março, às 10h, na Catedral do Divino Espírito Santo, em Cruz Alta.

 

0.7. Recepcionado por Dom Jacó

Administrador Dom Hélio Adelar, o padre Adelar Baruffi e o bispo emérito Dom Jacó Hilgert

O bispo emérito de Cruz Alta, Dom Jacó Hilgert, fez questão de ir à Cúria Diocesana para recepcionar o bispo nomeado pelo Papa Francisco, padre Adelar Baruffi, que veio à cidade para conhecer um pouco mais da Diocese, que passa a ser o responsável a partir de março de 2015.

A posse do novo Bispo está marcada para o dia 15 de março de 2015, na Catedral do Divino Espírito Santo. Segundo o arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Rubert, administrador apostólico da Diocese de Cruz Alta, a celebração ficara marcada para às 10h, na expectativa de ser um momento muito especial, pois o povo aguardava pelo seu bispo com muita expectativa.

 

0.8. Posse anunciada

Padre Adelar Baruffi

 A posse do novo bispo da Diocese de Cruz alta, padre Adelar Baruffi, aconteceu no dia 15 de março de 2015, às 10h, na Catedral do Divino Espírito Santo.

A data foi anunciada pelo arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Rubert, administrador apostólico da Diocese de Cruz Alta, durante visita do padre Adelar a Cruz Alta. O bispo nomeado pelo Papa Francisco visitou pela primeira vez a cidade e se disse encantado com a acolhida, fato que vinha acontecendo desde a sua nomeação no dia 17 de dezembro. Dom Hélio apresentou o padre Adelar Baruffi, dizendo da sua gratidão a Deus e da sua alegria como administrador apostólico, em acolher o novo bispo. Aproveitou para convidar para a cerimônia de ordenação, marcada para o dia 7 de março, às 9h30min, no Santuário Santo Antônio, em Bento Gonçalves, na Diocese de Caxias do Sul e já anunciou a data em que ‘Dom Adelar’ seria recebido na Diocese de Cruz Alta: 15 de março de 2015, às 10h, na Catedral do Divino Espírito Santo.

 

0.9. Cruz Alta se organiza para a ordenação de seu novo bispo

Vários grupos de católicos da Diocese de Cruz Alta, que congrega 33 municípios, organizaram-se para prestigiar a ordenação episcopal do novo Bispo da Diocese de Cruz Alta, Adelar Baruffi, agendada para o dia 7 de março, em Bento Gonçalves, onde ele atuava como vigário. Já no dia 15 do próximo mês, Adelar Baruffi toma posse como Bispo da Diocese de Cruz Alta.

O lema do novo bispo é “Servo de Jesus Cristo”, (Rm 1,1). A celebração teve a presença do Bispo de Caxias do Sul, Dom Alessandro Ruffinoni, do bispo emérito Dom Paulo Moretto (primeiro bispo da Diocese de Cruz Alta) e o arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert.

O padre Adelar mostrou-se muito feliz e animado, dizendo que “vem à Diocese de Cruz Alta com a sua juventude, o seu histórico de vinte anos como pároco e com muita vontade de servir, trabalhar junto, repartindo responsabilidades com os padres, religiosos, leigos que fazem a bonita história da Igreja de Cruz Alta”.

Enfatizou que ao chegar na Diocese, a partir de março, teria que, inicialmente, conhecer as pessoas e a história de cada uma das comunidades. Pediu apoio na sua nova tarefa. “Tenham paciência, pois terei que aprender a ser bispo, para cumprir a minha missão, para poder amar e servir à Igreja”.

 

1.0. Lema e Escudo episcopal

Escudo Episcopal de Dom Adelar

O lema episcopal escolhido pelo padre Adelar foi “Servo de Jesus Cristo”. O lema foi retirado da Carta aos Romanos, onde Paulo assim compreende sua vida e missão: “Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado de apóstolo, escolhido para anunciar o Evangelho de Deus”. (Rm 1,1). Segundo declaração do padre Adelar, a identidade do bispo é compreendida na sua vinculação a Jesus Cristo e na sucessão apostólica. “Jesus nos deixou o exemplo daquele que ‘não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos’ (Mc 10,45). O Servo Jesus fez de sua vida um serviço, amando-nos até o fim (Cf. Jo 13,1), fazendo-se por nós ‘corpo entregue’ e ‘sangue derramando’. Daí o pedido de São Paulo ‘tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo’ (fl 2,5), ou ainda ‘servi-vos mutuamente no amor’ (Gl 5,13)”.

Além do lema, padre Baruffi definiu o Brasão Episcopal como um emblema tradicionalmente utilizado pela Igreja Católica que representa “Palavra, Eucaristia e Caridade”.

No centro do brasão está o triângulo, símbolo da Trindade, Deus Pai e Filho e Espírito Santo. Na Trindade está a origem, modelo e a meta de toda a vida cristã. Inseridos, pelo batismo, na vida trinitária, “nele nos movemos, existimos e somos”. (At 17,28). A Igreja é, no mundo, sinal da comunhão trinitária, colaboradora na construção da fraternidade humana, a caminho do Reino definitivo.

A Palavra: A primeira e mais importante missão do bispo é o anúncio da Palavra. Antes de anuncia-la, deve acolhê-la e deixar-se formar por ela. A Palavra A Palavra acolhida leva à fé em Jesus Cristo. A partir da Palavra, anunciada com alegria, audácia e fidelidade, formam-se comunidades de fé, esperança e caridade. É a continuação da missão que Jesus deixou aos apóstolos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15).

A Eucaristia. A celebração eucarística alimenta a comunhão com Cristo e educa para a vida fraterna e a solidariedade. Ela é a máxima expressão da Igreja, para a qual toda a evangelização converge e donde parte toda a missão. O bispo exerce sua missão de santificar, sobretudo, na presidência da eucaristia, com os presbíteros e o povo de Deus.

A Caridade. Simbolizada na cor vermelha. Deus é caridade. A caridade é o coração da Igreja (Sta. Teresa do Menino Jesus). Ela perpassa toda a vida da Igreja. A Palavra acolhida e a fé professada e celebrada em comunidade se expressa na caridade, sobretudo, com os mais pobres e sofredores. O bispo deve espelhar a caridade do Bom Pastor.

A cor púrpura é símbolo do serviço, da abnegação. É o desejo de dar a vida e servir o rebanho a mim confiado.

 

1.1. Comunidade católica aguarda posse

Foi com muita alegria que a Diocese de Cruz Alta aguardou a chegada de seu novo bispo. Com esta mesma alegria, centenas de fiéis, oriundos das diversas paróquias que compõem a Diocese, organizaram-se para participar da Ordenação Episcopal do padre Adelar Baruffi, realizada dia 7 de março, às 9h30min, no santuário Diocesano de Santo Antônio, em Bento Gonçalves. Já a posse estava prevista na Catedral do Divino Espírito Santo, em Cruz Alta, marcada para o dia 15 de março, às 10h, seguida de um almoço festivo, na Casa de Etnia Alemã, no Parque de Exposições do município.

Padre Adelar, que esteve em retiro de 8 a 13 de fevereiro, no CECREI em São Leopoldo, falou sobre suas expectativas. “Uma ordenação episcopal é sempre um acontecimento que tem várias facetas. Em primeiro lugar, diz respeito a mim, como pessoa, como cristão, como padre. É a mim que Deus chama e a igreja confia esta missão. Não por méritos, mas por eleição divina. E a eleição divina parte do coração de Deus, segundo sua vontade. Por isso, é somente pela fé que podemos compreender. Neste sentido, será um dia de celebração, de fé, de oração, de entrega nas mãos de Deus. Em segundo lugar, a ordenação episcopal é um evento da Igreja, especialmente da Igreja que está em Caxias do Sul e em Cruz Alta. A consagração episcopal é uma missão para a igreja inteira. Quando os bispos estão reunidos, com os padres, os diáconos, os religiosos e o povo de Deus, para uma ordenação de um bispo, é a Igreja que está reunida. Assim, é um acontecimento para todo o povo de Deus. Fico muito feliz em saber que vários grupos de Cruz Alta estão se organizando para estarem presentes. Sejam bem-vindos”.

Para o padre Adelar, a ordenação de um bispo diz respeito à sociedade. O bispo é uma autoridade pública. A igreja, da qual o bispo é colocado à frente, como pastor, está presente na sociedade e quer somar, contribuir, para o bem e a vida das pessoas. “Desejo ser uma presença que soma, a partir da fé que nos move, na construção de uma sociedade onde haja vida para todos”, disse.

O futuro bispo destacou que a Diocese de Cruz Alta tem sua história, seu rosto e para continuar esta caminhada de muito trabalho e fé precisa conhece-la e fala sobre seus objetivos: “Cuidar do rebanho que a Igreja me confia. Que todos se sintam vinculados no rebanho. Na diversidade das pessoas e das histórias de cada um, todos tenham a alegria de serem cristãos. O zelo do pastor se manifesta de várias maneiras: estar junto, conhecer, orientar, corrigir, usar de misericórdia, acolher, animar e, sobretudo, rezar pelo povo. Ser um sinal de comunhão. Minha missão é coordenar e animar o dedicado serviço dos padres, em primeiro lugar, dos religiosos e religiosas e das diversas pastorais, movimentos e grupos que trabalham na evangelização e na promoção humana”.

A previsão era de três ônibus da região de Cruz Alta, um da região de Ijuí e outro da região de Espumoso, lotados, além de micro-ônibus, que sairiam na madrugada de sábado, para participar da celebração em Bento Gonçalves.

 

1.2. Mensagem de Dom Hélio Rubert

 Boas vindas, Dom Adelar!

“A casa é sua!” Com imensa alegria a Diocese de Cruz Alta e toda a nossa Província Eclesiástica de Santa Maria damos as boas vindas a Dom Adelar Baruffi, novo bispo de Cruz Alta.

Com as despedidas do bispo emérito Dom Frederico Heimler, SDB, por motivo de saúde, a Diocese de Cruz Alta muito orou para que Deus enviasse, através do Papa Francisco, seu novo Pastor. As orações foram atendidas e já está chegando novo bispo, Dom Adelar, nascido aos 19 de outubro de 1969 em Coronel Pilar, RS. Filho de Melíbio Baruffi e de Iraci Benini.

Foi ordenado presbítero em Coronel Pilar, no dia 22 de janeiro de 1995. Sua ordenação episcopal, dia 7 de março, será às 9h30min, no Santuário Santo Antônio de Bento Gonçalves, Diocese de Caxias do Sul. Os bispos consagrantes serão Dom Alessandro Ruffinoni, bispo de Caxias do Sul; Dom Nei Paulo Moretto, bispo emérito de Caxias do Sul e Dom Hélio Adelar Rubert, arcebispo de Santa Maria e Administrador Apostólico de Cruz Alta.

Agradecemos a Deus pela escolha de Dom Adelar e seu “sim” para assumir esta sua nova missão. Pedimos ao Divino Espírito Santo que o ilumine e o guie na condução de sua diocese com um coração de pai, irmão, pastor, com sabedoria e voltado para os mais sofridos, necessitados e marginalizados.

Dom Adelar, o bispo mais jovem do Brasil, vem com todo entusiasmo e vigor de pastor, para servir. Seu lema episcopal é emblemático: “Servo de Jesus Cristo”.

Dom Adelar: boas-vindas! A Diocese de Cruz Alta, com suas crianças, jovens, famílias, com os adultos e idosos, com suas comunidades, com todo o seu povo, suas autoridades, com seus seminaristas, religiosos, diáconos e sacerdotes, acolhem de braços abertos: a casa é sua!

Todos cantam: “Benvindo nosso Pastor”!

Cruz Alta é chão missioneiro, é terra de Erico Verissimo, é solo fecundo e protegido por Nossa Senhora de Fátima. Boas vindas, Dom Adelar, nosso querido Pastor, irmão de fé e de caminhada. Tome conta deste rebanho, desta Igreja Particular em nome do Senhor.

Hélio Adelar Rubert

Arcebispo de Santa Maria e Administrador Apostólico da Diocese de Cruz Alta

 

 

1.3. Ordenado Bispo

 

 

“Como dizer não a Deus quando ele nos pede uma missão? A Igreja sabe que pode dispor da minha verdade, pois o ‘Eis-me Aqui’, dado no dia do diaconato e do presbiterato, toma toda a vida. E o sim de hoje está em continuidade com os anteriores e aprofunda minha adesão a Jesus Cristo e meu amor à sua Igreja no serviço do reino. Tenho consciência e muita clareza de que quem se consagra ao Senhor não realiza um ato heroico, mas responde ao amor daquele que nos amou por primeiro, e a Ele se confia”, disse Dom Adelar Baruffi sobre o chamado para sua nova missão, em seu primeiro discurso como bispo.

Dom Adelar Baruffi foi ordenado bispo na manhã de sábado, 7 de março de 2015, em celebração realizada no Santuário Diocesano de Santo Antônio, em Bento Gonçalves.

A celebração que reuniu cerca de 2 mil pessoas, iniciou às 9h40min, porém, antes mesmo das 7h da manhã, quando o Santuário abriu as portas, centenas de fiéis, vindo de várias cidades, já estavam aguardando. Da Diocese de Cruz Alta, uma comitiva de aproximadamente 400 pessoas se deslocou até Bento Gonçalves, para prestigiar a ordenação. Autoridades civis prestigiaram a celebração, entre elas, o Governador do Estado, Ivo Sartori, acompanhado da esposa.

Dom Adelar iniciou sua fala agradecendo a todos pela presença, em especial, às caravanas de Cruz Alta e Caxias do Sul, bispos, padres e religiosos. Também agradeceu o empenho da equipe organizadora do evento, que teve a sua frente o Padre Izidoro Bigolin. Para encerrar, o novo bispo convidou a todos para sua posse na Diocese de Cruz Alta, no dia 15/03, às 10h, na Catedral do Divino Espírito Santo.

Após a cerimônia de Ordenação, Dom Adelar, junto a seus ordenadores, Dom Alessandro Rufinoni e Dom Hélio Adelar Rubert, recebeu a imprensa, onde falou de suas expectativas com sua nova missão.

Os familiares de Dom Adelar acompanharam atentamente a ordenação. Emocionados, os pais do novo bispo, Melíbio e Iraci Benini Baruffi, não esconderam as lágrimas de alegria, acompanhadas de sorrisos. “Hoje é, para nós, um dia de muita alegria e emoção. Desejamos que ele seja bem recebido em Cruz Alta. Ele é um anjo, um amor que temos em nossa família. Cuidem bem dele”, finalizou o pai emocionado.

 

1.4. Celebração de Posse

 

Família de Dom Adelar

Dom Adelar Baruffi, 45 anos, o mais jovem bispo do Brasil, assumiu oficialmente a Diocese de Cruz Alta no domingo do dia 15. Mais de 1,5 mil pessoas foram esperadas para a celebração, marcada para às 10h, na Catedral do Divino Espírito Santo.

O administrador apostólico da Diocese de Cruz Alta, arcebispo de Santa Maria Dom Hélio Adelar Rubert, que vinha respondendo pelo cargo desde o pedido de renúncia do Bispo Dom Frederico Heimler, no mês de junho de 2014, conduziu a celebração, que teve a presença de Dom Jacó Hilgert, bispo emérito de Cruz Alta, Dom Frederico Heimler; Dom Canísio Klaus e Dom Aloísio Sinésio Bohn, da Diocese de Santa Cruz do Sul; Dom José Gislon, da Diocese de Erechim; Dom Antônio Carlos Altieri, Dom Ercílio Simon, da Diocese de Passo Fundo; Dom Hélio Adelar Rubert, da Diocese de Santa Maria; Dom Liro Meurer, Diocese de Santo Ângelo; Dom Remídio Bohn, Diocese de Cachoeira do Sul; Dom José Mário Stroeher, da Diocese de Rio Grande; Dom Paulo Moreto, da Diocese de Caxias do Sul. Também foram representadas as Dioceses de Uruguaiana, Vacaria e Pelotas.

Logo mais, às 12h30min, a comunidade confraternizou com seu bispo em um almoço na Etnia Alemã, no Parque de Exposições.

 

Na família, o exemplo

 Dom Adelar Baruffi é filho de Melíbio e Uraci Benini Baruffi. Nasceu na Capela Imaculada Conceição de Linha 90 em Coronel Pilar, aos 19 de outubro de 1969 e faz aniversário no mesmo dia de seu pai. Ingressou no seminário aos 14 anos de idade. Os pais do novo bispo sentem-se orgulhosos do filho e da mãe. Iraci conta que ele sempre foi muito estudioso, alegre e que, na infância, gostava de brincar com os irmãos e primos.

O pai lembra o dia em que o filho comunicou a ele de seu desejo de ser padre. Foi num dia de sol quente, disse o pai, que Adelar o convidou para sentarem-se à sombra de uma árvore, momento em que falou de sua vontade de ir ao seminário. Prontamente, seu Melíbio aceitou e o filho ingressou no Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Caxias do Sul.

Após, seguiu os estudos até ser ordenado sacerdote, em 1995, na Igreja São Lourenço Mártir de Coronel Pilar.

Partiu em missão como “Servo de Jesus Cristo”, anunciando o Evangelho e levando a espiritualidade às pessoas. Os pais, segundo Adelar, são os seus principais testemunhos de fé e de oração.

 

1.5. Um domingo histórico

  

Na companhia de seus pais Melíbio e Uraci Benini Baruffi

 

A Diocese de Cruz Alta viveu um domingo histórico, com a posse do seu 4º Bispo, Dom Adelar Baruffi. O mais jovem bispo do Brasil foi recepcionado por milhares de pessoas das 32 comunidades que formam a diocese, familiares e amigos da sua diocese de origem, em Bento Gonçalves.

Com a Catedral lotada e a presença de bispos de várias dioceses gaúchas, Dom Adelar foi empossado oficialmente pelo arcebispo, Dom Hélio Adelar Rubert, que administrou a Diocese durante o período de Sé Vacante. A partir de então, o bispo teve a missão de conduzir a Igreja, em suas 32 comunidades, localizadas nos 33 municípios que formam a Diocese.

Sempre sorridente e emocionado em vários momentos da celebração, Dom Adelar disse, em sua homilia, que Deus nos ama e nos salva pelo seu Filho. “A Palavra de Deus que ouvimos, neste 4º Domingo da Caminhada quaresmal, faz ressoar em nossos ouvidos uma das verdades basilares de nossa vida cristãs: Deus nos ama gratuitamente. Ele quer o nosso bem, quer que sejamos salvos, que tenham vida. A nós, Ele pede que tenhamos fé”. Enfatizou também que “Nosso querido Papa Francisco confiou-me o pastoreio desta Diocese. Apresento-me a vocês como “Servo de Jesus Cristo”. Este é o meu lema de ordenação, pois compreendo que a melhor resposta ao amor de Jesus Cristo é servi-lo. Porque servo de Jesus Cristo é anunciar a sua palavra, o Evangelho da Vida; congregar o povo de Deus na celebração dos sacramentos, especialmente da Eucaristia; rezar com e pelo rebanho; testemunhar e promover a caridade em todos os âmbitos da vida humana pessoal, comunitária e social”.

Durante a entrevista coletiva, Dom Adelar disse que “vem para ser o coordenador da orquestra, dando continuidade ao que está certo e tendo olhar voltado ao que precisa ser mudado”.

Ao final da missa, o bispo recebeu familiares, padres e convidados em um almoço de confraternização na Casa da Etnia Alemã, no Parque de Exposições.

 

1.6. Referencial da Juventude do Regional Sul 3

 

 O Bispo Diocesano de Cruz Alta, Dom Adelar Baruffi, foi escolhido, durante encontro dos Bispos do Regional Sul 3 da CNBB, como Bispo referencial do Setor da Juventude do Rio Grande do Sul.

Em sua fala durante a 12ª Assembleia Regional da Ação Evangelizadora – ARAE, Dom Adelar disse que irá se integrar do trabalho que já vem sendo realizado, colocando-se a disposição para caminhar junto. Também destacou a importância das dioceses participarem, enviando e incentivando a participação de seus jovens nos encontros e eventos que estão previstos pelo setor.

A coordenadora do Serviço de Evangelização da Juventude da CNBB do Regional Sul 3, Irmã Zenilde Fontes, comemorou a escolha. “Estamos muito felizes com a escolha de Dom Adelar Baruffi como nosso novo referencial. Colocamos nele muita esperança de que possa nos acompanhar neste processo de pensar toda a caminhada da evangelização da juventude. Que ele possa nos ajudar nos apontamentos destes novos tempos, a sinalizar o caminho de evangelização da juventude no conjunto das 18 dioceses do Rio Grande do Sul”, destacou.

 

1.7. A Palavra do Bispo

 

Capas de todos os volumes laçados

Desde seu primeiro ano na Diocese, Dom Adelar publicou a série de livros A Palavra do Bispo, que reúne artigos, mensagens especiais e homilias do bispo da Diocese de Cruz Alta. Nestes livros, Dom Adelar abordou temas diversos, que buscam trazer a palavra da Igreja sobre os principais fatos e acontecimentos vividos no ano. Os livros podem ser encontrados na Livraria do Divino. O valor arrecado com as vendas é revertido para as vocações.

 

1.8. O Projeto de Revitalização da Catedral

 

Dom Adelar comandou o projeto de revitalização da Catedral do Divino Espírito Santo. As obras iniciaram no mês de abril de 2018, uma vez eu o projeto já estava aprovado pela Coordenação Diocesana de Economia e Administração – CDEA. O valor total da obra ficou estipulado em R$ 3 milhões, que foram oriundos de promoções e doações de fiéis de toda a Diocese.

Segundo o padre Marcio Laufer, a Catedral necessitava desta revitalização no seu interior devido ao desgaste natural de sua arquitetura, que há cerca de 40 anos não era alterada. “O prédio apresenta infiltrações nas paredes, ruídos sonoros, pouca luminosidade, deficiência estrutural, entre outras necessidades. Nestes últimos anos, importantes trabalhos foram realizados, como a pintura e impermeabilização do seu exterior e troca de todo o telhado, mas não houve uma obra de revitalização”, explicou.

Durante o período de revitalização, as celebrações aconteceram no salão paroquial, e numa sala menor situada abaixo do salão. “O deslocamento para o salão visa facilitar os trabalhos no interior da obra com uso de elevadores, pranchas, escadas, andaimes e torres utilizados no trabalho”, disse.

 

1.9. Diocese conectada com as linguagens digitais

Site oficial da Diocese de Cruz Alta

Página oficial da Diocese de Cruz Alta no Youtube

Foi durante o episcopado de Dom Adelar que a Diocese de Cruz Alta entrou, definitivamente no mundo da comunicação digital e nas mídias sociais. Em 22 de julho de 2014 a Diocese iniciou no Youtube com os programas “Diocese em Notícias”, “A Palavra do Bispo” e “Liturgia Diária”, entre outros esporádicos.

Em agosto de 2014 a Diocese criou sua página no Facebook, em 23 de setembro de 2016 no Instagram e, em 13 de novembro de 2019, o moderno site atual da Diocese fez sua estreia.

O Jornal A Voz da Diocese passou a ser publicado em formato de revista digital a partir da edição de Março e Abril de 2020, quando veio a pandemia, passando a ter periodicidade bimestral.

 

2.0. Transferência

Em 22 de setembro de 2021, o Papa Francisco nomeou Dom Adelar para o cargo de Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Cascavel, que estava em sede vacante desde 11 de março de 2021, quando i titular Dom Mauro Aparecido dos Santos faleceu em decorrência de Covid-19.

Dom Adelar tomou posse no dia 31 de outubro do mesmo ano e, desde então, a Diocese de Cruz Alta está vacante, designando o Padre Silvio Jorge Mazzarolo – também Chanceler da Cúria Diocesana -, como Administrador Diocesano.

 

Fonte:

Jornal Diário Serrano, 18 de dezembro de 2014

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2014

Site Pioneiro – Click RBS, 17 de dezembro de 2014

Jornal Diário Serrano, 19 de dezembro de 2014

Jornal Diário Serrano, 24 e 25 de dezembro de 2014

Site Cruz Alta Online, 30 de dezembro de 2014

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2014

Jornal Diário Serrano, 3 de janeiro de 2015

Jornal Diário Serrano, 8 de janeiro de 2015

Jornal Diário Serrano, 6 de fevereiro de 2015

Site Gazeta RS – Bento Gonçalves, 13 de fevereiro de 2015

Site Regional Sul 3 CNBB, 20 de fevereiro de 2015

Jornal Diário Serrano, 7 de março de 2015

Site CNBB Sul 3 Regional, 9 de março de 2015

Jornal Diário Serrano, 15 de março de 2015

Jornal Diário Serrano, 17 de março de 2015

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2015

Jornal Diário Serrano, 2 de junho de 2015

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2015

Jornal Diário Serrano, 19 de março de 2016

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2016

Jornal Diário Serrano, 31 de dezembro de 2017

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2017

 

 

 

 

Foto Histórica

– Pela primeira e única vez, todos os bispos de Cruz Alta se reúnem –

A celebração de posse de Dom Adelar contou com a presença de todos os bispos que fazem parte da história da Diocese de Cruz Alta, como podemos ver no registro acima. Dom Adelar Baruffi, 4º bispo da Diocese de Cruz Alta, ao lado de Dom Paulo Moretto, 1º bispo da Diocese de Cruz Alta e atualmente Bispo Emérito de Caxias do Sul; Dom Jacó Hilgert, 2º Bispo de Cruz Alta e atualmente Bispo Emérito; Dom Pedro Ercílio Simon, Bispo Coadjuntor da Diocese de Cruz Alta e atualmente Bispo Emérito da Arquidiocese de Passo Fundo, Dom Frederico Heimler, 3º Bispo da Diocese de Cruz Alta e atualmente Bispo Emérito, residindo em Mato Grosso e Dom Hélio Adelar Rubert, Arcebispo de Santa Maria que assumiu como Administrador Apostólico diocesano durante o período de vacância.

  Fonte:

Site da CNBB Sul 3, 19 de março de 2015

Histórico da Diocese de Cruz Alta 2015

 

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